Discografia Indispensável: Aerosmith

Hoje, a Discografia Indispensável vai tratar de um dos fenômenos mais ousados do hard rock, que pode ser um caso de "vidro que não mói" pois há 45 anos estão juntos e até hoje, seguem fazendo sucesso e passaram por tudo: drogas, acidentes, lesões e conflitos, e esse caso é o grupo Aerosmith. Durante os anos 70, milhares de bandas predominavam as arenas, casas de espetáculos e as lojas de discos, além das paradas de sucesso, alcançando um imenso número de fãs pelo mundo todo, sucessos que raramente saíam do 40º para o 10º ou 5º lugar e levavam fãs à loucura por onde passavam, a histeria era enorme. Uma destas bandas foi criada em 1969, em uma cidade americana de New Hampshire chamada Suneapee, quando um garoto chamado Anthony Joseph Perry, trabalhava em uma sorveteria aos 18 anos e viu um sujeito, todo no visual roqueiro, jeito durão e bocudo, vindo de uma cidade de Yonkers, do estado de Nova York, uma nova amizade ser marcada dali, este sujeito era Stephen Victor Tallarico, que se chamaria Steven Tyler. Joe, como era conhecido o garoto que trabalhava em um sorveteria, falou que tinha uma banda com um baixista que nasceu em 31 de dezembro chamado Thomas Wiliam Hamilton, chamada Jam Band e convidou Steven para fazer parte e tocar bateria, e acabou ocupando o cargo de bateria, enquanto Joe e Ray Tabano faziam as guitarras e Tom era o baixista, Steven procurava um baterista mesmo, pois gostaria mesmo de ser o vocalista, foi quando Joseph Michael Kramer, mais conhecido como Joey, acabou ficando na bateria e Ray seria substituído por um jovem de 17 anos chamado Brad Whitford e a Jam Band se tornaria Aerosmith. Antes, Joe havia convidado Tyler para assistir ao show de sua banda, onde cantou "Rattlesnake Shake" e Steven viu que a banda era péssima, o guitarrista nem sabia afinar uma guitarra, mas que tinha uma vibração melhor do que em qualquer banda que já havia tocado, dissera anos mas tarde à Rolling Stone em 1990. Dos shows pelas cidades de New Hampshire, a banda decidira largar a pequena Sunapee, uma cidade cheia de montanha e de neve, para tentarem arriscar sorte grande em Boston no ano de 1970, a banda evitava tocar em pequenas casas de espetáculos, pois queriam tocar em locais grandes, mas embora o primeiro show do quinteto de Boston foi em uma escola local por algumas centenas de dólares, tocando temas dos Yadbirds, Rolling Stones e de bandas da época do final dos anos 60, como Cream e The Doors, foi após o primeiro show que Steven Tyler e Joe Perry tiveram suas primeiras diferenças e discussões pelo fato de Joe tocar muito alto, a banda tinha que sobreviver trabalhando muito: Joe acabou trabalhando como zelador de uma sinagoga e Steven virou funcionário de padaria, o fato de quererem tocarem em locais grandes os deixaram ambiciosos e com desejo de seguirem sonhando alto por dois anos, até que deixam de trabalhar e continuam fazendo shows em formatura e festas de fraternidade, quando um promotor local se interessa e os apresenta a Dave Krebs e Steve Leber, que convencem Clive Davis a assinar com a banda depois de um show no Max's Kansas City e assinarem com a Columbia, da Sony Music, onde venderiam mais do que Bob Dylan, Barbara Streissand e até alguns artistas pop daquela época
O primeiro disco foi lançado em 1973, contou com alguns sucessos feitos durante os dois anos, como "Somebody", "One Way Street" e "Mama Kin", além de "Dream On", que foi uma das primeiras baladas da banda, embora tenha entrado no topo das paradas somente em 1976, enquanto o segundo disco, chamado "Get Your Wings", teve uma regravação de um tema dos Yadbirds chamada "Train Kept a Rollin'" e também os maiores sucessos daquele disco, como "Pandora's Box", "Same Old Song and Dance", "Spaced" e "Seasons of Wither", o primeiro álbum teve a produção de Jack Douglas, o fiel aliado da banda e quase um sexto membro da banda, que produziria também o terceiro álbum, intitulado "Toys in the Attic", marcado por dois temas indispensáveis até hoje nos shows, como "Sweet Emotion" e "Walk This Way", que conta com um riff inesquecível, além de uma batida de rap. Em 1975, arenas lotadas e muitas drogas deixaram a banda no pique, muitas aventuras e sucessos, "Dream On" é reapresentada nas rádios em 1976, ano em que o clássico "Rocks" era lançado, marco forte da banda e do hard rock e heavy metal, pelos clássicos "Back in the Saddle", "Nobody's Fault", "Last Child", "Sick as a Dog" e "Combination", foi o disco que mais vendeu em 1976 e foi o que mais levou gente para os shows, fazerem apresentações na TV e lotarem estádios pelo mundo, mas sempre com pausa para gravarem algum material novo, algum disco. Em 1977, Douglas deixa de trabalhar com a banda e passa a trabalhar na finalização de algumas músicas em "Draw The Line", um disco muito fraco até, marcado pelo excesso de drogas, as loucuras de Steven Tyler  eram sem fim, até que no meio da turnê do disco, decidem resgatar registros ao vivo feitos desde 1973 e juntarem tudo em um disco, chamado "Live! Bootleg", onde mostram performances ao vivo de temas como "Last Child", "Walk This Way", "Dream On", "Mama Kin", "Sweet Emotion", "Back in the Saddle" e covers de "I Ain't Got You" de Jimmy Reed, "Come Together" dos Beatles, "Mother Popcorn" de James Brown, junto de um medley com "Draw The Line" que não foi creditada no encarte do disco, além de um medley que fecha o disco, com "Train Kept a Rollin'" e "Strangers in the Night", contando com um tema inédito até aquele ano, chamado "Chip Away the Stone", cuja versão em estúdio foi reapresentada em uma coletânea da banda chamada "Gems" lançada em 1991. Enquanto a banda tentava não cair no buraco, as brigas entre Tyler e Perry se repetiam a cada dia que passava, eram discussões que se mantinham sempre por alguns motivos, e enquanto gravavam "Night in the Ruts", um trocadilho com a expressão "Right in the nuts", gravado com Joe Perry, que até apareceu nas fotos do disco, já que saiu da banda, dando lugar a Jimmy Crespo, um jovem desconhecido que sabia solos das bandas, na sequência viria a saída de Whitford da banda, deixando o cargo de guitarrista base para Rick Dufay, um francês que foi indicado pelo ex-produtor Jack Douglas para cobrir o espaço deixado pelo anterior e poderem gravar "Rock in a Hard Place", um dos piores trabalhos feitos sem a formação original e virou um prejuízo total, embora Douglas tenha voltado a trabalhar com a banda depois de alguns anos, o disco não vendeu muito após ser lançado em 1982 e Steven estava perdido, sem grana e havia gastado muito em cocaína, heroína e algumas outras drogas. Foi necessário a banda ter se reerguido em 1984, buscado um novo empresário, um sujeito que conseguira fazer a banda funcionar, chamado Tim Collins, que Steven e o resto da banda, voltariam a recuperar muitas coisas que foram perdidas, além de um show com Tyler, Hamilton e Kramer e de volta Joe Perry e Brad Whitford para realizarem a "Back in the Saddle Tour", onde durante um show de Réveillon, Tyler desmaia devido à dependência de drogas, e a banda começava a se preparar para as clínicas de reabilitação e para os estúdios, desta vez por uma nova gravadora chamada Geffen, onde entrariam bandas influenciadas por Aerosmith, como Guns N' Roses, Nirvana e Weezer, e também foi por onde John Lennon gravou seu último disco, antes de morrer no início da década de 80. Em 1985, em meio à tratamentos de rehab e a conversas com a Geffen sobre o próximo disco, acontece o processo de desintoxicação e recuperação do estima entre os integrantes, o álbum parece não ter agradado a crítica de novo, não pelo produtor Ted Templeman ou por letras inéditas, com "Let the Music Do the Talking", "Shame on You" ou "She's on Fire", mas sim pelo jeito de como o som, cru e pesado, além de parecer que foi uma produção barata, gravado como se fosse uma banda de metal "farofa" daqueles tempos, ou até de "hair metal", gênero denominado para bandas que se imortalizaram por três ou mais de cinco sucessos e mais pelos seus figurinos e penteados. Após o disco, a Columbia decide apresentar registros ao vivo feitos entre 1978 e 1983 e lançar o segundo conteúdo ao vivo da banda, intitulado "Classics Live!", da qual uma versão de "Dream On" e no ano seguinte, sairia a segunda parte da série de registros, desta vez com o show feito no Ano-Novo de 1984, onde contou com um "Happy Birthday" para Tom Hamilton, seguido de "Walk This Way" e uma versão feita em 1986 no California Jam para "Draw The Line" e de um show no mesmo ano em Worcester, onde apresentam "Let the Music Do o the Talking", únicas exceções das performances do show da virada de ano presentes no segundo volume, lançado no ano seguinte, juntamente de "Permanent Vacation", desta vez produzido por um canadense chamado Bruce Fairbairn, que também era trompetista e liderava um conjunto de metais chamado The Margherita Horns, que presenciou os próximos discos da banda, inclusive em "Permanent Vacation", onde a banda já estava limpa das drogas e o último a participar das aventuras com drogas foi o baixista Tom Hamilton, que se tratou antes de gravar o disco que marcaria o Aerosmith na MTV, com clipes de "Rag Doll", "Angel" e "Dude (Looks Like a Lady)", o disco teve até regravação de "I'm Down" dos Beatles e encerrava com uma instrumental chamada "The Movie" e fez o disco vender milhões aos poucos, mas uma turnê não deixaria a banda ser esquecida de vez, nem pelos fãs honoráveis, os integrantes do Guns N' Roses, que tiveram influências pelos solos de guitarra de Perry e a voz de Tyler, que não deixaram passar batido no seguinte disco, "Pump", que encerrou a década do Aero com clipes dominando na MTV, dentre estes "The Other Side", "Monkey on My Back", "Janie's Got a Gun", "Love In An Elevator", "What it Takes" e com algumas destas citadas, partindo para serem tocadas nas rádios durante os anos de 1990 e 1991, e mais uma megaturnê levaria a banda para mais um longo tempo na estrada, e entre as arenas e os estúdios de gravação, surgia mais um resultado da banda e de Fairbairn, lançado em 1993 chamado "Get a Grip", que marcou a geração MTV, com seus clipes de "Eat the Rich", "Cryin'", "Crazy", "Livin' on the Edge" e "Amazing", e seguido de uma primeira vez no Brasil em 1994 no Hollywood Rock, a banda Titãs abriu para eles, e de uma coletânea com alguns temas inéditos chamado "Big Ones", na qual contou com temas especialmente gravados para a coletânea, dentre elas "Walk on Water", "Blind Man" além de uma versão ao vivo de "Dude (Looks Like a Lady)"de 1989 e um tema feito para o desenho animado Beavis and Butt-Head, da MTV, "Deuces Are Wild", que não repercutiram tanto nas rádios. Em 1996, o contrato de seis discos pela Geffen já estava no fim, embora fizeram cinco álbuns, ou seja, ainda tinha mais um, sendo que podiam fazer outro álbum por outra gravadora e encerrar o contrato e começaram a ter alguns desentendimentos com o empresário Tim Collins, que quase pôs um fim na banda, ainda um contrato renovado de 30 milhões com a Columbia, que lançou em 1991 a coletânea "Gems", a "Pandora Box" e dois anos depois, o box com todos os discos da banda, inclusive "Classic Live" e "Classic Live 2", a coletânea "Greatest Hits" e "Gems", a caixa intitulada "Box On Fire", foi repercutida com sucesso nos EUA enquanto no Brasil eram poucas as chances de conseguir a tal caixa da banda. Nem tudo estava perdido ainda, enquanto Joey Kramer tentava escapar das crises de depressão pelo consumo de álcool e o álbum seguinte tinha sofrido troca de produtores "A gente estava trabalhando com o Glen Balard (produtor de Alanis Morrisette) e aí rolou um problema que deu origem a troca de produtores, saiu o Ballard da produção, mas não das parcerias do disco e entrava Cave Man (apelido de Kevin Shirley) para dar um pouco de gás total" relembraram em uma entrevista, que foi conseguir lançar "Nine Lives" em março de 1997, que parecia ser um pouco experimental, com referências de música indiana, e uma capa ousada: uma imagem de um deus Krishna com cabeça de gato, dançando na cabeça da cobra-demônio Kaliya, a capa chegou a constranger o mercado indiano, e trocaram por uma ilustração do gato na roda, com uma camiseta estampando os membros, na qual cada imagem segue de outra, dando um loop infinito, onde a primeira imagem está contida na última, um total de 12 imagens, mas o disco foi o primeiro sem Fairbairn, e sim com um sul-africano radicado nos EUA, Kevin "Cave Man" Shirley, fez com que a banda pudesse fazer um som mais para os jovens que estavam escutando, sem deixar de fazer o som ao estilo deles, mais pesado e com um quê de baladas, como "Hole In My Soul", "Falling In Love (Is Hard on the Knees)", "Full Circle", "Taste of India", "Something's Gotta Give", "Nine Lives" e "Pink", que fizeram a cabeça de muita gente e levando alguns clipes mais uma vez a liderarem as paradas da MTV, durante todo o período de 1997 e o começo de 1998, quando procuram a banda para gravar alguns temas compostos por Diane Warren e colocarem na trilha sonora do filme "Armageddon", dando um sucesso a mais para a banda naquele ano, "I Don't Want to Miss a Thing", lançado após um acidente com Steven e Kramer ter sofrido queimadura nas mãos, a banda ficou em molho e pôs fim ao contrato com a Geffen em outubro, lançando um duplo ao vivo chamado "A Little South of Sanity", com mixagem de Jack Douglas e registros gravados das turnês de "Get a Grip" e "Nine Lives", não vendeu tanto quanto o "Nine Lives" e pôs a banda em premiações até no Brasil, pela revista ShowBizz com os melhores de 1998, que foram considerados Melhor Banda do Ano e Melhor Canção do Ano, sendo que já tinham ganhado a premiação de Melhor Banda no Prêmio Bizz de 1997 e ganham o Grammy de Melhor Performance Musical de Rock por "Pink" naquele começo de 1999, que fez a banda voltar aos poucos para a estrada, com a turnê de despedida do milênio "Roar of the Dragon", que começou meses depois do produtor Bruce Fairbairn ter falecido em maio, de forma misteriosa, enquanto a banda buscava ideias para o álbum seguinte, que começaria a ser trabalhado durante todo o ano 2000, com o compositor e parceiro Marti Frederiksen e com outro colaborador nas letras, Mark Hudson, mais Perry e Tyler formariam The Boneyard Boys, o conjunto de produtores por trás de mais um álbum, chamado "Just Push Play", lançado em março de 2001, meses depois de entrarem no Hall da Fama do Rock and Roll e de lançarem "Jaded", primeiro single da banda, seguidos de "Fly Away From Here", "Sunshine" e "Just Push Play", a capa foi concebida por um artista japonês chamado Hajime Soroyama, onde mostra um robô de vestido amarelo em uma pose parecida com a de Marilyn Monroe e no encarte uma robô versão aeróbica, com um maiô escuro. A turnê que levou multidões até 2002, fez a banda cair de volta às origens dos blues durantes as jams, ocorridas em 2002 e 2003 nos shows da banda, e assim deu origem a mais um material de estúdio da banda, chamado "Honkin' on Bobo", produzido por Jack Douglas, velho amigo da banda que havia participado da mixagem de "A Little South of Sanity" e da produção de discos de 1974 e 1978 e de "Rock in a Hard Place" (1982), o disco novo só tem covers de clássicos do blues, como "Baby Please Don't Go" de Big Joe Williams, "Eyesight to the Blind" de Sonny Boy Williamson, "Stop Messin' Around" do Fleetwood Mac, "Road Runner" de Bo Didley e uma inédita da banda, chamada "The Grind", a banda se daria bem num repertório blueseiro em seu disco, tanto que meses depois sairia o DVD "You Gotta Move", da turnê do novo disco em Flórida, com performance de "Rats in the Cellar" em Orlando e depois do DVD a banda lançaria mais um disco ao vivo, extraído de um show de janeiro de 2002 no Hard Rock Cafe em Las Vegas, durante a tour de "Just Push Play", chamada "Rockin' the Joint", na qual contou com covers inéditas, dentre estas "Rattlesnake Shake" do Fleetwood Mac, além de "Train Kept-A-Rollin'" e mais clássicos setentistas da banda, além de dois temas do álbum da época, como "Beyond Beautiful" e "Light Inside", foi produzido por Marti Frederiksen e não foi tão bem sucedida em vendas, deixando a banda quase na dúvida sobre mais um disco inédito, enquanto se dão bem em 2008 com um jogo com seus clássicos, chamado "Guitar Hero: Aerosmith", na qual o jogador interage com as músicas por um joystick em forma de uma guitarra, e fez com que a banda lucrasse muito durante 2008 e 2009, um ano difícil para a banda que, depois de um show em agosto de 2009, na qual Steven sofreu um acidente em palco, e quase mantera a relação conturbada entre a banda, chegando a dizer que estava fora depois de 40 anos, discutindo com Perry, até que em novembro, faz surpresa em um show solo de Joe Perry e dando um alívio entre os dois, a banda e os fãs e levando a mais uma turnê em 2010 e em 2011, ambas aconteceram no Brasil, a primeira foi em maio e a última em outubro e novembro, e nesse período, a banda se juntaria mais uma vez a Jack Douglas em estúdio e ficariam até maio trabalhando mais e mais para poderem criarem o que foi considerado "o melhor trabalho da banda em vinte anos", um trabalho que conseguiu ser perfeito por inteiro, chamado "Music From Another Dimension!", lançado em novembro de 2012, e com capa divulgada desde julho, o disco foi puxado por temas como "Legendary Child", "Lover Alot", "What Could Have Been Love" e alguns outros temas, como "Tell Me", "Closer", "Beautiful" e até um dueto com Carrie Underwood em "Can't Stop Loving You", que fez a banda seguir uma das grandes turnês de 2012 e 2013,  levando a banda a tocar em outubro na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro, e em São Paulo no festival Monsters of Rock. Enfim, uma discografia que embora tenha muitos altos e baixos, a banda conseguiu se superar a cada disco feito de uns vinte e cinco anos pra cá, mostrando que desenvolveram-se com todo o peso sonoro, carregado de influências de blues, puxado de letras sexys, ousadas e clássicas, que marcam até hoje, milhões de pessoas que curtem a banda ao redor do mundo.


Aerosmith (Columbia, 1973)
Sempre se pode pensar coisas sobre a estreia de um megagrupo, você acha que tudo é às mil maravilhas, mas não foi o caso do Aerosmith, que teve que sobreviver para que se mantivesse ativo desde o começo. Steven e Joe estavam trabalhando, até conseguirem alguém que os fizessem para trabalhar na estrada, e esse alguém se chamava Dave Krebs, o empresário da banda durante todos os anos 70 e responsável por levar a banda aos estádios do mundo até hoje e ser um dos homens de negócios que conhecia bem a banda, financeiramente, pelos lucros feitos naquela época. O primeiro disco foi feito completamente em casa, em Boston, em 1972 com a produção de um conhecido da banda, chamado Adrian Barber, que junto do grupo, conseguiram poder trabalhar em um disco que fosse mais diferente do que estavam fazendo os Rolling Stones naquela época, foi assim que o álbum de estreia conseguiu surpreender a muitos ouvintes e fãs de rock daquela época. O começo, já com "Make It" deu a impressão de que a banda trazia uma novidade, para que fizessem algo na vida, o romantismo em "Somebody" já traz a banda o status de donos das baladinhas mimizentas e das love songs que qualquer um conhece, enquanto a faixa principal do disco mesmo é "Dream On", uma canção que acabou marcando uma geração e até pelos versos filosóficos da banda, como "É necessário perder para saber como vencer" e o lendário refrão entoado por multidões em shoes "Cante comigo, cante pelos anos, cante pelar risadas e cante pelas lágrimas. Cante comigo, mesmo que só por hoje pode ser o amanhã que o Bom Senhor o leve daqui", que acabou entrando nas paradas mundias de sucesso somente em 1976, mas o disco segue com mais temas, como "One Way Street", "Mama Kin" que não pode faltar nos shows da banda até hoje, "Write Me" e "Walking The Dog", que a banda seguiu tocando durante alguns shows dos anos 70 até conseguirem encher o setlist de sucessos e mais sucessos. A capa mostrava a banda com um fundo principal o Céu, e o primeiro logotipo da banda, que em cada asa tinha as letras do nome AEROSMITH (tipo, numa asa ia uma letra) e isso rapidamente fez com que a banda pudesse dar cara nova aos shows, inventando um logotipo bem diferente do que haviam criado.

Get Your Wings (Columbia, 1974)
Muitas bandas às vezes, nunca passam do segundo disco pelo fator da tentativas de se manterem no mesmo ritmo como no começo e o Aerosmith tinha que sobreviver a tal síndrome do segundo disco, o que foi fácil graças ao trabalho de Jack Douglas, que pedia que a banda seguisse a dose pesada dos shows e captasse em disco, o que já havia se concebido no primeiro álbum, mas que a banda fosse mais além, o que estavam fazendo para conseguirem resistir à síndrome do segundo disco e foi nesse álbum que o quinteto de Boston conseguiu levar seu som a um patamar de banda de pop-rock setentista, com seus riffs pesados e a voz rascante de Steven Tyler. O disco abre com um clássico "Same Old Song And Dance", com um quarteto de sopros, com levadas de uma canção festiva de rock e até com citações à cocaína "Te pegaram com a cocaína que eles acharam com a sua arma e nenhum advogadinho com cara de bebê vai te tirar da cadeia", uma letra que até parece canção de blues, na sequência vem "Lord of the Thighs", "Spaced", "Woman of The World", "S.O.S. (Too Bad)", uma regravação de "Train Kept-A-Rollin'" dos Yadbirds, além de dois clássicos setentistas presentes nos shows da banda "Seasons of Wither", que têm um solo de guitarra marcante de Joe Perry, e de "Pandora's Box", que tem versos onde Steven Tyler fala sobre ficar doidão e onde não consegue "explicar a sensação para deixar isto rolando", mais uma possível apologia ao uso de drogas que até hoje não é declarada oficial pelos membros da banda. O disco, além de ser o primeiro com Jack Douglas, é o primeiro em mudanças, aliás, a banda inovara em seu logotipo, desta vez, o A de Aerosmith ficava no meio de um morcego sem rosto, com asas bizarras e o nome da banda no meio, em um formato semicircular, o nome da banda tinha estrelas, sendo que uma no início e outra na última letra, foi o logotipo que pouco durou, apesar desse desenho estar em camisetas de Steven, que usa em shows, com desenho de lantejoulas. O disco acabaria avalancando aos poucos o sucesso da banda, mas também fizeram a banda superar o trauma do segundo disco sem muito mimimi e fez a banda conquistar estádios pelas arenas do mundo todo a partir do começo do ano seguinte.

Toys In The Attic (Columbia, 1975)
"Esse disco, junto do Rocks, mudou a minha vida e o meu jeito de ouvir Aerosmith": aliás, essa frase já foi dita por muita gente, dentre essas pessoas, o guitarrista Slash, o vocalista e baixista Tom Araya da banda Slayer, o baterista Lars Ulrich do Metallica, o produtor Rick Rubin, além de gente do cenário atual do rock como Dave Grohl, o vocalista Josh Homme do Queens Of The Stone Age e os nacionais Lobão e o radialista, cantor e ex-apresentador de TV Kid Vinil, que viveram os anos áureos setentistas do Aerosmith. O disco foi um tiro de misericórdia que acabou rendendo frutos bem colhidos pela banda, que gerariam bandas e discos influenciados pelo terceiro e clássico álbum da banda, que foi produzido pelo mesmo Jack Douglas do segundo disco, que conseguiu produzir um disco que levara a banda mais ainda aos estádios do mundo, com nove faixas e menos de quarenta minutos de duração, e temas que arrebetaram geral qualquer festa escolar dos anos 70, começando com "Toys In The Attic", um tema bem pesado e bem cru, baseado no imaginário infantil de muitas crianças, que achavam que os brinquedos ganhavam vida depois que os donos dormiam, essa imagem até define um pouco a capa do disco, um monte de brinquedos do sótão ganhando vida. Na sequência, "Uncle Salty" e "Adam's Apple", dois temas com riffs de guitarra blueseiros e um pouco de base funky, a mesma base que se juntaria com um riff de guitarra eterno feito por Joe Perry e uma letra bem sexy, daria em "Walk This Way", a letra continha muito apelo sexual, algo tipo old-school, e um refrão fácil de entoar nos shows da banda até hoje, o tema seria reutilizado pelo Run-DMC em 1986 com Joe e Steven na música, levantando a moral dos caras em meio à reconciliação e o retorno da banda, o disco segue com um tema blueseiro gravado por Bull Moose Jackson, chamado "Big Ten Inch Record" onde o romance de um casal envolve um disco de dez polegadas de uma banda de blues, a jovem não curte bebida alcoólica e nem cigarro e é mais fascinada pelo disco de 10 polegadas do namorado, e falando em casal, teve muito casal que se apaixonou muito ao som de "Sweet Emotion" de Steven Tyler e do baixista Tom Hamilton, que criou a melhor introdução de baixo de uma música da banda, acabou sendo um dos maiores temas românticos da banda feito nos anos 70 (perguntem para qualquer fã de Aerosmith que conheça o trabalho e depois me diga no Facebook) e um dos temas de destaque do disco, no fim do ciclo, continuam os temas "No More No More", "Round and Round" e "You See Me Crying", com orquestrações, o que viria a ser uma coisa marcante nos discos futuros da banda, baladas com orquestrações de cordas, o que deixariam alguns temas mais tocantes: mas aí já é outra história! O disco também daria vida ao logotipo da banda, que permanece o mesmo letreiro até hoje, dando uma definição mais jovem e mais rock and roll da banda, o que já dava pra se perceber no segundo logotipo a evolução da banda em outros aspectos.

Rocks (Columbia, 1976)
A banda conseguira alcançar rapidamente o sucesso nos três discos, nas turnês realizadas pelos Estados Unidos, Europa, Japão e o quinteto de Boston já estava conquistando mulheres, amizades e fãs por onde passavam, mas o ano de 1976 seria o maior ano para eles, gravariam um disco que alcançasse milhões de vendas, levasse a uma grande turnê mundial e pudesse ser um verdadeiro estouro mundial para o Aerosmith: o álbum "Rocks" foi gravado sob o puro efeito das drogas, a dupla Tyler & Perry acabou ganhando o apelido de Toxic Twins, uma versão chapada e doida dos Glimmer Twins (Gêmeos Brilhantes) Mick Jagger e Keith Richards, dos Rolling Stones, banda que já tinha suas grandes riquezas e muita estrada pra fazer, enquanto o Aerosmith ainda tinha que se manter forte para conseguir fazer sucesso quanto seus companheiros já estavam podendo depois de 14 anos de batalha para chegarem aonde chegaram e o Aero conseguiu estar no nível das grandes bandas graças ao quarto disco, produzido por Jack Douglas e consegue muito mais do que brinquedos no sótão e um disco de dez polegadas de uma banda de blues. Prova disso é "Back In The Saddle", um tema empolgante até demais, pois Joe Perry gravou ela com um baixo de seis (!!!!) cordas, e Hamilton foi nas guitarras pegar um trabalho mais fácil nos acordes, Whitford têm seus pontos fortes na banda, exemplo disso é o tema "Last Child", que foi composto com base em um ritmo mais country (nota-se a presença de banjo), também conta a história de alguém que volta para uma cidade com medo de lembranças do passado, tudo num sonho, enquanto isso, a sequência de temas do disco continua com "Rats in the Cellar" e "Combination", tema composto somente por Joe Perry que acabou ganhando o público pelo seu riff, enquanto isso, mais temas acabam dando um tom de disco clássico, como "Sick as a Dog", "Nobody's Fault", que já teve regravações de algumas bandas, como Testament, "Get the Lead Out", além de "Lick And a Promise", que soa como uma canção de atmosfera sexy pela letra, com uma linha bem grooveada, e o encerramento fica com "Home Tonight", o anúncio de que a noite estava para terminar e que era hora de dizer boa noite, pois já passou da hora. O disco acabou sendo um dos mais referentes na história do rock, graças aos temas, ao impacto sonoro das músicas e de todo o peso gasto do Aerosmith para fazer este grande disco que acabou sendo um dos melhores que já foram feitos ao longo dos anos e que faz parte não só da história da banda e dos anos 70, mas da história do rock and roll em geral.


Draw The Line (Columbia, 1977)
Enquanto a banda se divertia em aviões, turnês mundiais, dinheiro e muito luxo, não conseguiram controlar o excesso de drogas durante os anos de 1976 e 1977, que fez piorar mais ainda a situação do grupo, que tentava se manter ativo a cada dia que passasse, o pior estava para chegar na vida da banda. Enquanto isso, Jack Douglas tentava se manter no ritmo para poder continuar trabalhando com o grupo, que já tinha alcançado suas milhões de cópias e conquistado o mundo por onde passavam, e o disco "Draw The Line" parece que mostrava ainda a melhor fase da banda, ainda com os mesmos membros da equipe de gravação: Jack Douglas produzindo, o Jay Messina na engenharia de som, e também algumas músicas gravadas no The Recording Plant Studios em Nova York. O disco começa com um tema impactante, pela sua introdução e pela letra, chamada "Draw The Line", que fala de um jogo de xadrez e muito jogo de cintura da personagem da música, e também é um dos temas que se destaca no disco,  junto de "I Wanna Know Why", um tema bem festivo com ares de blues-rock, assim como "Critical Mass", com um piano ao estilo doo-wop dos anos 50, que nos últimos segundos contou com um fade de retorno, trazendo de volta os últimos acordes para encerrar o tema e seguia-se com "Get It Up", uma tema bem dançante, com um pouco de levadas mais festivo. A estreia de Perry na voz principal foi em "Bright Light Fright", passou um pouco batido, apesar de poucas vezes terem ouvido Joe cantarem nos shows desde o começo da banda, mas o disco segue com "Kings and Queens", o tema que mais se destaca no disco, marcado pelo riff de guitarra impactante de Joe Perry, foi composta por Steven Tyler, Brad Whitford, Tom Hamilton, Joey Kramer e Jack Douglas, que também compuseram juntos "The Hand That Feeds", que conta com um esforço suficiente dos cinco para evitarem o tropeço no ritmo da música, a colaboração coletiva segue ainda com "Sight For Sore Eyes", com a dupla Tyler & Perry, além de Jack Douglas e de David Johansen, vocalista dos New York Dolls e amigo de longa data do Aerosmith, e um tema adaptado e arranjado pela banda, feito por Kokomo Arnold, chamado "Milk Cow Blues", um tema antigo composto na década de 1930, que a própria banda, em especial, Joe Perry e Steven Tyler, trouxeram nos ouvidos do povo. O disco acabou não sendo muito bem recebido pela crítica, também não foi o que vendeu tanto nesse período, mas foi considerado futuramente pela Kerrang!, como um dos 100 melhores álbuns de heavy metal de todos os tempos, na 37ª posição. A capa, feita por Al Hirschfield, traz uma caricatura da banda feita por um dos grandes cartuinistas americanos, retratando a banda de um jeito engraçado, na maioria de algumas edições em outros países, o logotipo da banda aparecia, junto com o nome do disco, mas na edição em CD, permaneceu o logo e o nome do disco, embora no vinil só permaneceu a caricatura de Hirschfield normal, apesar das tais edições em outros países... sabem bem, né?!

Live! Bootleg (Columbia, 1978)
Depois de cinco álbuns de estúdio, a banda decidiu juntar um punhalado de registros feitos de 23 de abril de 1973 a 21 de agosto de 1978, gravado em vários locais dos Estados Unidos: foram anos de conservação de arquivos, tapes que foram gravados e guardados para que um dia, a banda precisasse juntar e lançar em um disco único, onde a banda pudesse mostrar toda a energia captada dos shows, que a banda tentava botar em vários materiais de estúdio dos anos 70, desde o primeiro disco (1973) até o "Draw The Line" (1977), o disco que iniciara o conflito de discussões entre Tyler e Perry depois de muita estrada e alto consumo de drogas, o que fez a banda se desorientar "Gravamos muitos discos sob o efeito das drogas, o Rocks (1976) foi num período de muito consumo de drogas e muito delas se pode ter referência em várias letras dessa fase.", disse Joe Perry anos mais tarde sobre o período muito difícil da banda, um pouco do lado cru, que também tem uma definição por Steven Tyler "Cheirei muito, mas cheirei muito que até percebi depois que cheirei o Peru inteiro, pelo tanto de cocaína que consumi" é a definição do momento obscuro de Steven com as drogas naqueles anos 70, que o atormentaram até a próxima década. Mas, falando das performances ao vivo, a banda conseguiu se superar nos shows que faziam, aliás, a banda conseguiu tocar para menos de 500 mil pessoas no ano de lançamento do "Live! Bootleg" em 1978, sendo que de uma bootleg com registros de "I Ain't Got You", cover de Jimmy Reed e de "Mother Popcorn", uma cover do rei do funk James Brown (e não é nenhum MC Brinquedo, MC Guimê não... esse aí é autoridade mundial do funk), seguido de "Draw The Line", "escondida" depois da música anterior e também conta vom uma versão de "Strangers in the Night", que encera na sequência de "Train Kept-A-Rollin'", cover que fez parte do álbum "Get Your Wings" (1974) e também conta com uma outra versão de "Come Together" dos Beatles, que havia sido parte da trilha sonora de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", filme baseado no disco dos Beatles, que tinha no elenco Peter Frampton e os Bee Gees (não, você não leu errado! Os Bee Gees encenaram no filme) e apresentaram um tema inédito, chamado "Chip Away The Stone", que teve uma. Os demais temas são os velhos temas conhecidos da banda, do primeiro álbum estão "Mama Kin" e a eterna "Dream On", já de Get Your Wings estão "S.O.S (Too Bad)" e "Lord of the Thighs", enquanto de Toys In The Attic (1975), estão a faixa-título, "Sweet Emotion" e "Walk This Way", os temas de Rocks são "Back in the Saddle", "Last Child" e "Sick As a Dog" e por fim, temas de Draw The Line (1977) como a faixa-título, que ficou "escondida" em "Mother Popcorn", também teve "Sight for Sore Eyes" e assim encerrava o set definitivo do disco. A capa mostrava um formato de arte para as bootlegs, uma capa bem crua de condições pobres, que nos lembra os formatos destes que ofereciam aos artistas, o que acabou sendo um motivo de auto-ironia da banda com as bootlegs (significado: registros piratas não-oficiais de shows ao vivo de bandas, disponíveis em lojas de disco ou em fã-clubes) feitas naquela época. O disco conseguiu apresentar um registro do que era a potência do quinteto de Boston nos anos 70, o peso sonoro da banda em palco em meio ao fim do auge da banda e do momento de ouro que estavam vivendo, a partir de então, Jack Douglas deixaria de produzir os álbuns da banda e deixar que se virassem até deixarem que as drogas acabassem com todos, inclusive com Steven Tyler, que já perdeu a conta do que consumia de drogas. É também um dos melhores registros ao vivo feito naquela década, embora já tenha sido tarde para o quinteto de Boston, que não seria mais o mesmo com o passar dos tempos.


Night In The Ruts (Columbia, 1979)
A banda estava vivendo os piores momentos: Steven descontrolado, Joe tentando evitar mais conflitos com o velho companheiro de banda e Dave Krebs, o empresário, tentava chegar a alguma conclusão para ver se a banda saía do excesso e das confusões com as drogas (Joe estava para sair da banda naquele momento, Brad, Joey e Tom tentaram aguentar as doideiras extremas de Steven) e já sem Douglas para produzir o próximo disco da banda, eles tiveram que correr atrás do prejuízo e tentarem não errar, afinal, a banda parecia estar em decadência e perdendo todo o brilho dos cinco primeiro discos "Já não éramos mais os mesmos, parecia que a banda tinha seguido um rumo diferente, não era mais aquela banda que arrastava multidões" dizia Perry, sobre o período em que tinha partido para um momento mais obscuro e já parecido com o que estava para predominar as arenas na década seguinte: o heavy metal já mais pesado, com figurinos espalhafatosos, solos de guitarra pegajosos e até um pouco difíceis e sem influências do blues, apelando mais para o som de Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple, Thin Lizzy e até do Aerosmith (sim!) dos tempos áureos. O disco conseguiu ser o mais desprezado pela crítica, sofrendo um pouco pelo fato de ser um pouco mais pesado, sujo e cru, reparando isso mais a fundo nos temas "No Surprize" e "Chiquita", que iniciam o disco, feitos pela dupla Tyler & Perry, provando que ainda tinha o sopro resistente, antes de um deixar o barco e desbravar outros mares (no caso, o guitarrista Joe Perry, que sairia meses depois do disco), na sequência viriam temas como "Remember (Walking the Sand)", o tema que conseguiu dar um gás no disco, por ter sido gravado pelo grupo The Shangri-Las anteriormente, enquanto os últimos suspiros da dupla criativa ainda soavam em "Cheese Cake", onde Joe deixa o tema mais arrepiante, com seu riff matador na introdução, e uma letra de atmosfera sensual, como Steven consegue botar em várias canções do grupo, na sequência vem "Three Mile Smile", ainda parece soar como nos primeiros anos, a blueseira "Reefer Head Woman" dá um gostinho de ouvir um pouco mais das influências de blues da banda, com solo de gaita de Steven pra detonar de vez a música, uma música teve partes de guitarra gravada por diferentes músicos: quatro guitarristas tiveram que fazer o trabalho de Joe Perry em "Bone to Bone (Coney Island White Fish Boy)", a última parceria da banda na década, que teve o esforço de Whitford, Richard Supa (amigo da banda e colaborador da banda), Neil Thompson e pelo substituto de Perry, um jovem já conhecido pelo circuito alternativo dos anos 70 chamado Jimmy Crespo, que ficou na banda por um tempinho até a velha chama se acender aos poucos em 1984, mas não conseguiu superar na sua parte feita no disco, assim como a regravação de um lado B dos Yadbirds, chamado "Think About It" e em "Mia", uma letra que trazia o nome da segunda filha então recém-nascida de Steven, cuja letra nos lembra um pouco canções de ninar que encerram delicadamente aos poucos um disco. Além de não ser bem recebido pela crítica, foi o disco com uma turnê curta e seu título foi um trocadilho com a frase "Right in the nuts" (Tradução: bem nas b***s), e esta frase aparece na contracapa, embora Joe já tenha pulado fora da banda, ele aparece com os outros integrantes (Steven, Brad, Tom e Kramer) de mineiros típicos do século XIX (19, pra quem não conhece números romanos), mas com um visual mais pro começo do século XX (20) também, Crespo apareceria nos clipes feitos para o disco, como "No Surprize" e "Chiquita", depois de Perry ter largado o grupo, foi o momento de ver a banda em queda e perdendo feio o jogo que tinham conseguido driblar de vez lá no comecinho do sucesso da banda e sentiram que iam perder de vez a partir de 1978, era o começo de um período difícil na estrada e na vida da banda, que já deixou de ser o que era no começo definitivamente.

Rock In A Hard Place (Columbia, 1982)
A banda sofrera um tiro forte com a saída de Joe Perry, que teve que ser substituído por um jovem, mais novo do que a banda toda (ele nasceu em 1954, um ano a menos que Whitford) chamado Jimmy Crespo e ficaram em um hiato de dois anos para poderem conseguirem superar o pesadelo de 1979, e é quando Steven volta a falar com Jack Douglas (que ainda tinha guardado algumas mágoas pelos problemas com a banda e pela morte de John Lennon, que havia produzido junto "Double Fantasy", lançado meses antes do próprio Beatle morrer em 1980) e decidem trabalhar mais uma vez juntos, sem tantos conflitos desta vez. "Não estava fácil pra ninguém seguir trabalhando com o Aero e Steven estava perdendo forças depois que fizemos o último disco pela Columbia (Rock In A Hard Place) e já era o momento da própria gravadora se livrar da gente", relembraria Joey Kramer o período mais difícil e sem um rumo certo para a banda, que já sofreria com a saída de Brad Whitford durante as gravações do disco, dando lugar a outro jovem quase conhecido, um francês chamado Rick Dufay, e da velha formação só havia sobrado a base Hamilton e Kramer, mais o bocudo Tyler, tentando emplacar uma parceria com os substitutos, como foi em "Jailbait", tema que abre o disco, com uma levada diferente da que o Aero das antigas fazia, enquanto se pode ouvir os últimos suspiros de Whitford na banda em "Lighting Strikes", "Foi bem assim: quando começamos a gravar o disco, essa música foi a primeira a ter sido gravada e alguns dias depois, o Brad avisou que deixara a banda e foi quando nos sentimos mesmo no buraco", o mesmo Kramer recordara dos dias difíceis de gravar o disco e a música, que foi a primeira parceria com Richard Supa, junto de Tyler & Crespo, que seguiram compondo temas como "Bitch's Brew" (o título não tem nada a ver com o disco "Bitches Brew" de Miles Davis, lembrem-se) e "Bolivian Raggamuffin'", cujo o estilo era oriundo do som jamaicano do momento, o raggamuffin, que dominou muitas paradas e baladas dos anos 80 e 90, que não tinha muito ver com o estilo Aerosmith de fazer rock, além do tema "Cry Me A River", clássico imortalizado por Ella Fitzgerald nos anos 50, ter ganhado um pouco de peso sonoro na versão do quinteto de Boston e com Tyler dando voz a mais uma regravação "Acharam muito esquisito a nossa regravação, muito diferente do que as versões de Ella Fitzgerald e Julie London", dissera Steven Tyler sobre a regravação de um dos standards dos anos 50, mais tarde. O resto do disco parece que ainda não foi compreendido, passou batido pelo público daquela época, como "Prelude to Joanie", feita somente por Tyler e com uma coisa mais psicodélica e voz robótica, enquanto o velho companheiro Douglas colabora com Tyler & Crespo em "Joanie's Butterfly" e "Rock In A Hard Place (Chesire Cat)", que tentaram colocar o sucesso de volta à banda sem nenhuma repercussão, mas ainda sobra os últimos suspiros da fase obscura em "Jig Is Up", onde o próprio Crespo conseguiu fazer algo que fosse parecido com o estilo da banda e também "Push Comes to Shove", que Tyler havia feito para sua então namorada, e futura esposa Teresa Barrick e sua irmã gêmea Lisa, que Steven chamava várias vezes para sair as duas, embora estava namorando Teresa, ele acabou conseguindo agradar Teresa em forma de canção em um dos discos mais fracos da banda. O pior momento da banda está todo nesse disco, quase como um canto do cisne, trouxe um pouco de novidades para o grupo poder divulgar seus sucessos a partir de 1981, um ano antes de ser lançado o disco: a Music Television, mais conhecida mesmo como MTV, que levaria o Aerosmith a um nível máximo de popularidade mais tarde, mas aí já é outra história (leia mais adiante sobre isto)! Por fim, foi o fim de uma tentativa de se reerguer no começo dos anos 80 e foi o fim do contrato com a Columbia, o que deixou a banda quase sem contrato e ainda mais independente.


Done With Mirrors (Geffen, 1985)
A história do recomeço da banda acontecera mais ou menos no comecinho de 1983, quando Steven Tyler, Rick Duffay, Jimmy Crespo, Tom Hamilton (que quase deixou a banda) e Joey Kramer receberam a notícia dos executivos da gravadora que os abrigaram por dez anos de que não seriam mais da Columbia e foi no momento que a banda estava para ser independente, sem gravadora e sem empresário, pois Dave Krebs largou de mão de empresariar a banda e disse que já tinha se cansado de Steven e suas viciantes aventuras com as drogas. "Em 1984, estavamos começando a refazer nossa trajetória, mandamos avisar ao Joe e ao Whitford que deveríamos voltar e foi quando mandei  Crespo e Duffay saírem da banda, estávamos para comemorar 15 anos", disse Steven "E 15 anos comemorados, só com a mesma formação e foi quando nos indicaram Tim Collins, que tiraria a gente de vez das drogas e nos fez a gente  conseguir tudo o que perdemos com as drogas", e foi só Collins convencer a banda de que se começassem a se tratar, fazerem um passeio longo pelas clínicas de reabilitação, a banda reconquistaria de vez o velho público e faria sucesso novamente, estavam marcando o show da volta do velho quinteto de Boston, na velha terra da banda, para a virada do ano, no último dia de 1984 na "Back in the Saddle Tour" em Boston, no Orpheum Theatre. "Estávamos prontos para ressucitarmos em cinco anos, depois dos problemas que aconteceram e já com o fim do contrato com a Columbia. A gente estava fazendo o nosso show em pleno Ano-Novo e no meio do show, o Steven sofre um colapso e desmaia! Em palco ainda!", relembra Whitford, que depois segue com uma auto-ironia do próprio vocalista "Achei que ia iniciar o ano ainda em palco e comecei no hospital. Cheguei à conclusão: é, tá na hora de me limpar mesmo" e a banda conseguira, graças a Collins, um contrato com a Geffen e passes diretos para clínicas de reabilitação para que a banda conseguisse se manter firme e forte no ano de 1985 e nos próximos anos. O disco foi o chamado "o pior trabalho da banda" por muitos integrantes, nem Joe Perry perdoou o trabalho ao dizer que não gostou do disco, apesar de ter sido com um produtor com poucas referências ao grupo, chamado Ted Templeman, que Whitford revelara sobre o trabalho "Foi bem assim: ele tentou capturar o espírito agressivo da banda, como se um trem de carga estivesse fora de controle, de um som mediante a uma luz vermelha, que era um efeito que indicava que a gente estava gravando". Aliás, esse "método da luz vermelha" era utilizado em gravações de bandas como Van Halen e foi um método utilizado sem conhecimento geral de toda a banda. O disco começa com "Let The Music Do The Talking", feita por Joe Perry após sair do Aerosmith em 1979, mas com algumas alterações na música especialmente para o disco, é um dos temas que conseguiu destaque no disco, e na sequência vem temas como "My Fist Your Face", que trazia a volta da dupla Tyler & Perry nas composições e que lembra um pouco a sonoridade que apareceria nos discos seguintes, com um pouco do que faziam nos anos 70, "Shame On You", feita ainda no período em que Tyler dependia apenas da ajuda de Crespo e Duffay, mas que somente o vocalista conseguiu criar a letra, que tinha ares de metal oitentista (glam metal, metal farofa... chame do que quiser) e o próprio Tom Hamilton contribuiu muito com Tyler em "The Reason a Dog" e Whitford volta a colaborar em "Shela", uma das tantas personagens femininas presentes nas canções do grupo e a dupla Perry & Tyler volta a florescer musicalmente depois de sete anos em "Gypsy Boots", na qual a banda fala sobre uma jovem cigana que leva uma vida como muitas jovens americanas, e a dupla conseguiu se superar em "She's On Fire", um dos temas que se destaca neste disco, com um verso bem romântico (aí o fato do Aerosmith ser uma das bandas especialistas em baladas) "Ela pega fogo, encosta minha cabeça numa guilhotina/Ela é minha chama, ela é a pena, meu chefe" até um pouco exagerada, o disco traz ainda uma letra composta por toda a banda, intitulada "The Hop", que é um verdadeiro salto, ainda pequeno para a reconstrução da banda, apesar de terem feito mais ou menos a lição de casa, no LP não conta com o tema "Darkness", que foi um dos poucos temas compostos somente por Tyler, já tem ares mais obscuros, onde define a escuridão como uma pessoa, uma amiga que está sempre por perto, aliás, é um tema bem peculiar, apesar de estar somente no CD, que foi o primeiro da banda a ter sido lançado neste formato e o primeiro da banda a contar com uma ajuda de um sujeito do núcleo de Artistas & Repertório, de aparência hippie, cabelos compridos, óculos redondos e barbudo chamado John Kalodner, que o acompanhara durante toda a fase Geffen da banda até 2001, já de volta à Columbia. O disco, apesar de ser um pouco médio, ter sido o pior trabalho pelo fracasso de vendas, mostrava a banda fazendo metal, como as bandas que eles influenciaram, um pouco do thrash metal e do glam metal nesse disco, mas mostrava  a banda se reerguendo aos poucos e evitando mais tropeços do que já tiveram no final dos anos 70 e prontos para o que viria: grandes turnês, clipes estourados na MTV e até uma união do rock do quinteto de Boston com o estilo da vez, o hip hop. Mas aí já seguimos sobre isso mais adiante!


Classics Live! - I & II (Columbia, 1986/1987)
A banda estava se reerguendo na estrada, fazendo turnê juntos e com a velha formação que os popularizaram desde que foi definida a formação e agradando a muita gente, parecia que o grupo tinha conseguido juntar forças para se manterem juntos de novo, levarem o astral e tentarem esquecer do que foi "Done With Mirrors", lançado em novembro de 1985 e com dois importantes lançamentos: o de uma regravação de "Walk This Way" feita pelo Run-DMC e que contou com a presença da dupla Perry & Tyler, que marcou a volta da banda às paradas de sucesso e conquistando até a MTV, onde passou o clipe, na qual os Toxic Twins tentam fazer rock e começa um duelozinho, até aparecerem juntos no palco, e também é a versão desta música que marca a origem do crossover, ou seja, da união entre o rock e o rap, feita futuramente por muitas bandas dos anos 90 e até por gente como Linkin Park, que apareceu nos anos 2000. E o outro lançamento seria uma coletânea de performances ao vivo da banda, intitulada "Classics Live!", que contou com apresentações da banda de 1978 a 1983, e temas gravados no dia 14 de abril de 1984, em Boston no Orpheum Theatre, dentre estes temas, "Train Kept-A-Rollin", "Sweet Emotion", "Mama Kin", um medley com "Three Mile Smile" e "Reefer Head Woman" e "Lord of Thighs", além de duas performances de "Kings and Queens" gravada no Boston Music Hall no dia 28 de março de 1978 e também uma versão de "Dream On" num show histórico feito no Capital Centre, local de grandes espetáculos da música e dos jogos de hockey, na cidade de Largo no dia 9 de novembro de 1978, além de uma música inédita chamada "Major Barbara", que tinha sido gravada para o disco "Get Your Wings", que teve uma versão alternativa lançada futuramente no "Pandora's Box" em 1991. 
Segundo volume do "Classics Live!"
com temas do show gravado no
Réveillon de 1984, lançado em 1987.
O segundo volume, lançado no início de 1987, contou com o tema "Draw The Line" extraída de uma apresentação da banda no California Jam II na cidade de Ontário, no Canadá em 18 de março 1978, além do tema "Let The Music Do The Talking", lançado no disco "Done With Mirrors", gravado no Worcester Centrum, na cidade americana de Worcester no dia 12 de março de 1986. Mas o que fica mesmo de importante neste segundo volume da série são as performances do show do Ano-Novo de 1984 no Orpheum Theatre de Boston no dia 31 de dezembro, aquele em que Steven teve um colapso por causa do excesso de drogas e foi quando aquilo manchou a imagem da banda, que estava se reerguendo com a velha formação (Perry e Whitford de volta à formação) e teve temas que fizeram encerrar aquele sombrio 1984 com "Back In The Saddle", "Walk This Way", com direito a "Happy Birthday" para o baixista Tom Hamilton, que nasceu em 31 de dezembro de 1952, ou seja, encerraram o ano celebrando o aniversário de Hamilton no palco, além de "Movin' Out", "Same Old Song and Dance", "Last Child" e "Toys In The Attic", mostrando os suspiros de uma banda que estava conseguindo acender a velha chama, apesar do susto de Tyler em palco, mas também é um dos consagrados momentos da banda em meio à fase decadente e sofrível, lançado já no momento de reestruturação da banda, musicalmente e financeiramente. Os dois "Classic Live!" ganhariam uma versão "Complete" em 1998

Permanent Vacation (Geffen, 1987)
O ano de 1987 começava com a banda toda preparada para cair na estrada e limpos das drogas, o último a embarcar nessa onda foi Tom Hamilton, que deu suas últimas cheiradas ainda no estúdio, para gravar um disco que não seria aquela coisa toda que foi com Ted Templeman, cheio de rapidez e que acabou vendendo pouco logo na estreia da banda na nova casa do rock naquela época. "Foi difícil chegarmos a um acordo, e a Geffen nos sugeria trabalhar com alguém que entendesse a nossa proposta", disse Joe Perry, que não queria saber de problemas com o perfeccionismo que exigiam nas bandas, pois queriam fazer o som de sempre, com influências do blues e muito peso sonoro, o mesmo peso que a banda havia colocado em seus discos dos anos 70 "A gente ouviu sugestões de muitos nomes, e aí pintou o nome do Bruce Fairbairn, que tinha produzido o Bon Jovi e de colaboradores tinham tantos, rolou de nomes por aqui, mas escolhemos trabalhar nas letras com Desmond Child e Jim Vallance", sobre quem iria trabalhar na produção e nas letras da banda, afinal, uma dupla talentosa e bem-sucedida como Joe Perry e Steven Tyler já tinha muito o que botar no papel, as ideias que precisavam colocar em um só disco, apesar de terem acrescentado mais aliados para fazerem o trabalho dobrado dos Toxic Twins, que já tinham mais que se preocupar com o som e com a proposta com o disco seguinte, já que Fairbairn tinha experiência com bandas de rock do momento naquela época, e isso garantiu mais experiência tanto da parte dele quanto do Aerosmith, que manteve uma parceria por mais uns dois ou até três discos, dando ótimos frutos bem colhidos pela banda, e isso com um simples fator, fora as megaturnês mundiais, a banda conseguira alcançar sucesso mundialmente também com suas performances em vídeoclipes exibidos na MTV e com clipes que predominariam o ano de 1987 e 1988, uma fórmula que se repetiria adiante nos próximos discos. O disco abre com "Heart's Done Time", um tema já mais aproximado do underground e da cena heavy metal, assim como "Magic Touch" e "Rag Doll", que se destaca no disco com a presença de peso sonoro da banda e do conjunto de sopro The Margarita Horns, que contava também com Fairbairn no trompete, um dos tantos instrumentos que ele toca, enquanto mais temas arrasam com tudo, como "Simoriah", onde os berros de Steven soam como nunca e Jim Vallance dá seu tom nesses dois temas citados, no órgão, e também "Dude (Looks Like a Lady)", um tema bem irônico, com uma história que deu origem ao tema, seguido de duas coisas "Uma vez a gente saiu com os caras do Mötley Crüe e eles falavam sempre a expressão 'Dude!' (cara, em inglês) e um dia depois de uma performance de teatro que assistimos, vimos uma moça e depois percebemos que era um homem, bem afeminado", relembrariam sobre a origem do tema anos mais tarde, além de temas como "St. John", "Hangman Jury", "Girk Keep Comings Apart" e a mega balada do disco "Angel", feita pelo compositor mão-de-obra Desmond Child (que trabalhou com o Kiss, o Bon Jovi e até com Ricky Martin) e por Steven Tyler, acabou sendo um sucesso nas rádios, onde era possível sintonizar e ouvir o refrão "Baby, you're my angel..." e não resistir ao estilo suave das baladas do Aerosmith, enquanto a banda proclama "Permanent Vacation" de um jeito bem mais alto-astral, seguido de "I'm Down", regravação de um tema dos Beatles e o encerramento fica com a instrumental "The Movie", feita pela banda toda e com um solo arrebatador de Joe Perry, que segue o tema inteiro até os últimos segundos do tema, seguido de uma voz feminina sussurando em alguns minuitos, encerrando a saga das férias permanentes. O disco foi nada menos do que um verdadeiro tiro certeiro da banda, deixando a banda parecer um pouco jovem para quem não conhecia e moderno pra quem já conhecia bem direito a banda, sem tanto vacilo como foi na estreia em 85 na Geffen, simplesmente é o momento definitivo do sucesso da banda e catapultou a uma turnê com seus pupilos, o Guns N' Roses.

Pump (Geffen, 1989)
O recomeço da banda estava escrito nas estrelas. Depois de um fracassado show de Ano-Novo em 1984, na qual Steven sofreu um colapso e depois disso, gravadora nova, disco fraco, sucesso com a regravação de um clássico da banda feito com o Run-DMC (Walk This Way) e iniciam uma série de parcerias com um produtor especialista em bandas de rock e que conseguira trabalhar com a banda, e com compositores que fizessem a banda conseguir voltar a emplacar hits, como Desmond Child e Jim Vallance e temas que acabariam se convertendo na MTV logo no segundo disco pela Geffen, o Aerosmith continuaria a repetir esta fórmula no disco seguinte: Fairbairn na produção, os Margarita Horns fazendo sua parte com os metais, Vallance e Child colaborando com a banda nas letras e o mesmo John Kalodner na equipe da Geffen, creditado sempre nos encartes de ficha técnica da banda (ele era então diretor do núcleo de Artistas & Repertório da Geffen e representante de alguns artistas/banda em outras gravadoras) e também escapavam de ser rotulados por terem tido mais sucesso nos anos 70 e pelo fato do Steven Tyler ser o "vocalista bocudo à frente daquele grupinho chato" e rotulado por ser uma banda que aparecia mais na MTV por causa de seus clipes que eram exibidos, além do fato de terem só passado os anos 70 consumido drogas "esses caras eram (ou ainda são) tudo chapado pra c...!". Neste disco, além de sucessos que recheavam o disco, só tinha peso e muito mais do que férias permanentes e toques mágicos de anjos: o tema "Young Lust" era uma mistura do som pesado com um pouco de blues, mostrando que Joe Perry ainda sabia fazer solos de guitarras fáceis de qualquer um sair aprendendo depois que a banda lançava um disco novo, o tema  "F.I.N.E", que são iniciais de "Fucked Up, Insecure, Neurotic, Emotional" (fodido, inseguro, neurótico, emocional), já mostra que Steven não tem papas na língua em alguns versos, antecipado de uma vinheta chamada "Going Down" (na qual mostra um ambiente de um saguão de hotel), o tema principal chamado "Love In An Elevator", com aquela sensualidade nas letras que muita gente adora ouvir em canções da banda, neste mesmo tema, se pode ouvir um solo de trompete antes do final da música, executado pelo próprio Fairbairn, outro tema que se destaca neste disco é "Monkey On My Back", um tema mais sotisficado e sem tanto apelo sexual, que fez a banda não colocar as letras do disco para evitar um problema com o PMRC (Parental Mother Recording Center), na qual tinha muitas referência sobre sexo e drogas, após a Geffen, com medo do PMRC (que protestaram contra as letras de apelo sexual de muitos artistas e bandas) e de cara, tiveram que substituir por fotos da banda no encarte do CD e no LP, apenas permanecendo a ficha técnica e dados sobre os temas, mas nada que estragasse o sucesso do disco. E mais temas permanecem desfilando no disco, como "Janie's Got a Gun", um tema que falava da violência feminina nas famílias americanas, um tema tão chocante que acabou virando tema de uma novela global, "Gente Fina" em 1990. Mais polêmica ainda foi quando o uso de uma melodia de um tema do trio de compositores Holland-Dozier-Holland foi usada em "The Other Side", na qual uma ação judicial foi vencida, onde a banda daria os créditos aos irmãos Brian e Eddie Holland e a Lamont Dozier, por usarem umaa melodia similar a "Standing In The Shadows Of Love", um tema do trio de compositores dos anos 50 e 60. Mas ainda tem os temas "My Girl" da safra Perry & Tyler, os mesmos de "Don't Get Mad, Get Even" e que tiveram Whitford como colaborador em "Vodoo Medicine Man", que contou com a vinheta "Hoodoo" e a balada "What It Takes", feita em parceria com Child, uma das melhores baladas do disco e que soava como um tema pra fechar de vez o disco, com estilo. Uma coisa que devemos lembrar é que Vallance colaborou em "Young Lust" com Perry & Tyler, enquanto Steven Tyler e Tom Hamilton foram os autores de "Janie's Got a Gun", que contou com a vinheta "Water Song" para antecipar a música e "The Other Side" contou com a vinheta "Dulcimer Stomp" e "F.I.N.E" foi feita com Desmond Child, enquanto "Love In An Elevator" e "Monkey On My Back" são de Tyler & Perry, que ocupam quase todo o disco de composições, e também de que a capa mostra um "acasalamento" de dois automóveis, uma International K Series (que está escrito Pump) em cima de uma International KB Series, onde está escrito "F.I.N.E" em letras metálicas numa lateral. O álbum parece ser algo muito mais ousado e já mais metal mesmo, algo digno de manter fãs conhecidos, como os membros do Mötley Crüe, Poison, Guns N' Roses, Bon Jovi e Skid Row dentre outros, orgulhosos de verem o Aerosmith fazendo um som mais moderno, mais pesado e mais jovem, mantendo a popularidade da banda na estrada (comemorando 20 anos de carreira) e na MTV, onde os clipes de "Love In An Elevator", "What It Takes", "The Other Side" e "Janie's Got a Gun" eram repercutidos a cada vez que eram exibido, mantendo mais ainda o sucesso da banda, este último tema citado acabara sendo também vencedor do primeiro Grammy da  banda.

Get a Grip (Geffen, 1993)
Os anos 90 só dariam mais alegria ao grupo, pois a banda voltaria a fazer mais estouro mundial graças a um contrato de 30 milhões de dólares com a Columbia Records em 1991, que se manteve secreto, e poucos sabiam do contrato, pôs na praça a coletânea Gems, cheia de raridades e a coletânea-caixa "Pandora's Box" no mesmo ano, e afoi em 1991 e 1992 que o período de gravação ocorreu, no começo seriam somente doze temas, mas depois, o executivo de A&R da Geffen, John Kalodner disse que faltava mais variedade e canções para a rádio, e assim a banda voltaria a trabalhar mais com compositores novos. A banda se preparava para gravar mais um disco de sucesso, pela Geffen e com a mesma equipe de sempre "Tentamos manter o mesmo espírito coletivo da banda com a equipe no estúdio, e a parceria com (Bruce) Fairbairn deu muitos frutos a colher nos próximos trabalhos", relembra Joe Perry em uma entrevista, à época do lançamento do disco, que mantinha a mesma forma de trabalhar com a banda: o quinteto de Boston, com o Fairbairn na produção, Desmond Child e Jim Vallance colaborando nas letras e os Margarita Horns, regidos pelo produtor/trompetista/multiinstrumentista Fairbairn fazendo cada um a sua parte, mas o time de compositores seria mais longo ainda neste disco: o velho amigo Richard Supa (tinha colaborado em "Night In The Ruts"), Jack Blades, Tommy Shaw, Taylor Rhodes (compositor famoso por colaborar com bandas de metal) e o compositor/produtor dono de uma barba colorida, chamado Mark Hudson formariam o time de colaboradores principais de um dos melhores álbuns de rock dos anos 90 (o mais vendido álbum de rock de 1993) e fez a banda levar dois Grammys pelas duas músicas principais deste disco. Começa com uma introdução, onde Steven antecipa o que seria o disco e o tema que abriria o disco depois da vinheta-abertura de 24 segundos (o mais curto tema do Aerosmith), seguiria "Eat The Rich", um tema mais pesado, lembra um pouco o Aerosmith das antigas lá dos anos 70 e um refrão bem polemizante, mas nada disso mais agravado como os temas do disco anterior que não foram para o encarte do disco anterior (leia no disco acima), e depois a faixa-título já mais com um som de alto-astral, e já com um riff agressivo demais, os dois primeiros temas são da dupla Tyler & Perry e de Vallance, que fez bem a sua parte, mas os Toxic Twins tinham sua própria carta na manga, "Fever",  soa até um pouco blues-rock, com uma letra bem cinematográfica, o tema "Livin' On The Edge" acabou sendo não só um dos melhores temas do disco, mas acabou levando o segundo Grammy para a banda e também um clipe bem bizarro, onde um garoto do colegial passa por situações estranhas, inclusive com uma professora, que no final do clipe, não passa de um jovem querendo chama a atenção vestido de mulher (bem estranho, né?!), foi o primeiro tema de Mark Hudson com a banda, que acabaria colaborando em outros temas futuramente, enquanto o velho conhecido Desmond Child capricha na letra de "Flesh", com uma introdução de percussão oriental e em poucos minutos já partem mesmo pra porrada sonora, que não faltaria no próximo tema apenas composto por Joe Perry e cantado por ele, chamado "Walk On Down", onde além de fazer sua parte na guitarra, somente ele canta, apesar de já ter tido sua primeira vez como voz principal em "Bright Light Fight" (Draw The Line, 1977) e até que Perry não vacilou total na hora de pôr a sua voz na música, "Shut Up And Dance" é o retorno de Steven depois de Joe fazer sua parte na voz solo e também um tema bem ousado, já pelo título, feito com Jack Blades e Tommy Shaw, mas também foi o tema que a banda cantou no filme "Quanto Mais Idiota, Melhor 2: Waynestock", onde dois apresentadores de um programa televisivo de rock (um deles é protagonizado pelo Mike Myers) querem organizar um festival de rock e eles tentam buscar ajuda do Aerosmith para que eles pudessem fazer um show num festival organizado pelos dois apresentadores e eles aparecem no final cantando "Shut Up And Dance": agora, imagina um casal de namorados nos EUA e a gata não topa dançar numa festa, o namorado chega ao pé do ouvido dela e diz "Shut up and dance", parece até que tá forçando demais a barra, mas não tanto como o tema "Cryin", que além de ser uma das melhores baladas do disco, junto de "Livin' On The Edge", é onde a gaita soa muito bem, executada pelo próprio Steven Tyler, que com Joe Perry e o amigo Taylor Rhodes, acabaram fazendo um belíssimo tema, os seis minutos de "Gotta Love It" traz um pouco de levada de rap na bateria de Joey Kramer, um riff bem cru e Steven botando pra quebrar na voz como sempre, não é um tema, como se esperava do resto dos temas, mas nem a parceria com Hudson pioraria mais ainda a música, nem "Crazy", a música mais sexy, a balada mais ousada do disco e que foi responsável por mais um Grammy na coleção de prêmios da banda e também outro destaque por ser uma das mais tocads músicas deste disco nas rádios e também pelo clipe ousado, protagonizado pela Alicia Silverstone (que atuou também no clipe de "Cryin'" e de "Amazing", o motivo desses temas terem sido destaque do disco) e por Liv, filha mais velha de Steven Tyler, na época com 17 (!!!) anos, protagonizando cenas picantes (que qualquer menor assistiria naquela época, e ainda recentemente) e mostrando que é muito mais que a garotinha do papai cantor de uma megbanda de rock, que teve Lenny Kravitz colaborando musicalmente e compondo com seus ídolos, em especial Perry e Tyler em "Line Up", que já segue a linha musical da banda, um som bem pesado e mais original, como "Can't Stop Messin'", da última parceria de Tyler & Perry com Jack Blades e Tommy Shaw, da banda Styx, encerraria o ciclo de temas com parcerias diferentes da banda, mas o velho amigo Richie Supa fez o tema "Amazing" para fechar o disco, uma megabalada com uma frase bem refletiva "A vida é uma jornada, não um destino" e um solo de guitarra encerrando de vez o disco, seguido de uma locução de Steven Tyler numa rádio e um instrumental de sopros do tema "Who Threw The Whisky In The Well" de Lucky Millinder, e a música encerre seguido de uma vinheta baseada nos programas de rádio, mas o disco fecha de vez com "Boogie Man", feita por Perry, Tyler e Vallance (que também foram os donos da vinheta de abertura), uma instrumental apenas com a guitarra de Perry por mais de dois minutos, até que o disco encerrasse mesmo. O melhor momento do Aerosmith nos anos 90 pode estar resumido mesmo nesse disco, cheio de peso, baladas e muito esforço para que a banda seguisse o mesmo rumo bem-sucedido dos dois discos anteriores lançados no final dos anos 80, com os clipes "Livin' On The Edge" e a trilogia Alicia Silverstone "Cryin'","Amazing" e "Crazy", esta última também protagonizada pela filha Liv, que fez sua carreira como atriz decolar, graças ao incentivo de papai Tyler. O disco surge com outra polêmica, o que fez a banda escapar de trocar a capa do disco, onde mostrava uma vaca com um piercing em uma de suas tetas, que causou reação frustrada de um grupo de ativistas defensores dos animais, mas depois a banda alegou que foi feita no computador. Também foi o primeiro disco mais longo da banda, com quinze faixas e sessenta e um minutos de duração, sendo que "Livin' on the Edge" tinha seis minutos e dez segundos, e outras músicas iam de quatro a cinco minutos, depende dos temas, exceto "Intro" e "Boogie Man". Após o lançamento, a banda faria seus dois primeiros shows no Brasil em 1994 no Hollywood Rock, com show na Praça da Apoteose (Rio de Janeiro) e no Estádio do Morumbi (São Paulo), com show nacional de abertura dos Titãs e da banda Poison.

Nine Lives (Columbia, 1997)
Passados dois anos do primeiro show no Brasil, da coletânea "Big Ones", com três temas inéditos, mais a versão ao vivo de "Dude", a banda já tinha um contrato bem-sucedido com a Geffen, que foi onde a banda conseguiu reerguer a sua carreira musical, graças a Tim Collins e a John Kalodner, amigo da banda e executivo de A&R da gravadora, mas a banda só tinha um contrato de seis discos, sendo que só fizeram cinco, então, ainda tinha mais um disco para fazer. "Aí chegou a Columbia querendo renovar nosso contrato em 1991, embora ainda tínhamos que fazer discos pela Geffen", dissera Hamilton "A gente esperou fazer mais um álbum, e aí a gente podia seguir na Columbia e fazer o último pela Geffen mais tarde, o que seria um registro duplo e ao vivo", relembra Joe Perry em uma entrevista, sobre o duplo "A Little South of Sanity", lançado um ano e mais de seis meses depois do disco de retorno da banda ao selo onde começou a história da banda, nos anos 70 e ficou até 1983, já fora da gravadora após o fracasso de "Rock in a Hard Place", mas depois a gravadora continuaria a desfrutar do material da banda e lançar mais material, como o duplo "Classics Live! Volume 1 and 2" e a coletânea "Gems", seguido de "Pandora's Box", uma caixa de 3 CDs com temas da banda e material inédito de shows e takes de gravações raras da banda, e mais tarde, o "Box of Fire", uma caixa com toda a discografia da banda, de 1973 a 1982, além da coletânea "Greatest Hits" (1980), os dois volumes de "Classics Live!" individuais e a coletânea "Gems" na mesma caixa, lançado em 1993, no mesmo período que "Get a Grip". A banda tivera um problema para lançar o seguinte álbum, mas agora poderiam seguir trabalhando pela Columbia, já que ainda precisavam fazer o sexto e último álbum pela gravadora anterior, mas isso seria um projeto mais recente, que iria demorar um tempo ainda, enquanto isso, a banda sofreria com a demissão de Tim Collins após dizer sobre supostos integrantes voltarem a usar drogas, e isso quase pôs um fim na banda. O disco de retorno à Columbia sofreu também várias mudanças, e teve de ser gravado duas vezes, devido a troca de produtores, que no início era um compositor e produtor do sul dos Estados Unidos com origens no blues chamado Glen Ballard, que ainda colaborou nas letras do disco, por um sul-africano, experiente com bandas dos anos 80, chamado Kevin Shirley, que até deu um gás para que o disco conseguisse ficar pronto a tempo de ser lançado em março de 1997, com temas pesados, com a mesma fórmula dos discos da banda andana Geffen: temas pesados, baladas marcantes e muito peso sonoro, neste disco, tem até referências ao movimento underground daquela época, que ia do grunge, ao nü-metal e do rock alternativo ao thrash metal, e isso se pode perceber muito em "Nine Lives", faixa-título que abre o disco, com uma introdução de guitarra, miados de gato e depois já partindo pro peso mesmo, mais pra porrada sonora, seguido de "Falling In Love (Is Hard On The Knees)", um dos temas que acabou sendo o carro-chefe do disco e um bom trabalho feito por Glen Ballard, que também já foi autor de "Man In The Mirror", um dos sucessos de Michael Jackson no disco "Bad" (1987), o velho amigo Desmond Child ainda permanecia presente nas parcerias da banda em "Hole In My Soul", uma das baladas do disco, que acabou avalancando rapidamente as vendas do disco, uma vinheta que inicia junto de "Taste of India", com base no som experimentalista e as influências indianas no começo música, e aí sim... a porrada segue no resto, "Full Circle" é uma daquelas baladas mais suaves da banda, mas que por um lado, com um pouco mais de peso também, na sequência, viriam "Something's Gotta Give" e "Ain't That a Bitch", um rockzão e uma balada que se superam nesse disco, com a potência vocal de Steven Tyler, que não mudou nada, e seus gritos reinam soberanamente, prova disso é "The Farm", que conta com os gritos de Steven, após a vinheta com o sampler do filme "O Mágico de Oz" de 1938 no início, no meio e depois que a música já têm fim, mas na sequência vem "Crash", na qual a banda segue uma porrada sem fim, que nos lembra um pouco o som pesado de thrash metal e do grunge, mas ainda sendo o som de sempre da banda, assim é o mesmo caso de "Kiss Your Past Good-Bye", uma baladinha mais pesadona, até lembrando um pouco os temas dos álbuns anteriores como sempre, mas também com um gosto de novo, assim como a crossover "Pink", que tem um pouco de pop-rock e de country e folk neste tema, o tema feito por Steven Tyler, Glen Ballard e Richard Supa levaria dois anos depois o Grammy de Melhor Performance Rock de Duo ou Grupo e estourando com um vídeoclipe, onde pessoas diferentes (tatuados, com visual ousado e até), a banda em corpos diferentes, Joey Kramer teve seu rosto no de um cachorro, Brad Whitford no de uma mulher gordinha, Steven Tyler em um esqueleto, em uma mulher (mais parecia um travesti) e em uma criança e em uma mulher completamente tatuada, além de Joe Perry e Tom Hamilton terem seus rostos colocados em pesoas diferentes, até o John Kalodner (o barbudo de cabelos longos, aparência hippie) aparece no clipe correndo, na sequência "Attitude Adjustment" e "Fallen Angels", tema mais longo da banda, com mais e oito minutos, nos últimos quatro ou cinco já é mais instrumental, com batidas de percussão indianas e cordas para encerrar o disco.
Capa original do disco, onde o deus Krisha, em cabeça de gato,
luta contra o demônio-serpente Kaliya. Os hindus se
enfureceram, a gravadora teve que trocar de capa (foto acima)
e a banda se desculpou por não ter conhecimento da fonte da imagem
O álbum não contou desta vez com Vallance e nem com os parceiros anteriores do Get a Grip, como Jack Blades e Tommy Shaw e até Taylor Rhodes, mas contou com Mark Hudson, Richie Supa, Desmond Child e mais outros parceiros novos: o produtor anterior do disco, Glen Ballard, um novo parceiro forte para conceber sucessos da banda, como Marti Frederiksen e Steve Dudas, um velho conhecido do rock dos anos 1970 e 1980 e a rápida parceria com Dominic Miller em "Crash", e seguiu ainda as polêmicas das capas, no caso, uma foto em que mostra o deus hindu Krishna em uma cabeça de gato, dançando na cabeça do demônio em forma de serpente Kaliya, a banda não tendo conhecimento da imagem e nem da fonte da obra, a gravadora se desculpou e trocou por uma imagem de um gato amarrado numa roda, iniciando a sequência de um loop infinito de imagens no encarte, o que tinha também na capa original, que foi retirada para não constranger o mercado hindu, na qual ficaram surpreendidos e enfurecidos com a imagem na capa, e mudança foi feita, e o álbum ganhou temas extras para versões japonesa, europeia, australiana e internacional, como "Falling Off", na qual Perry ainda consegue dar voz a uma canção qualquer, ainda composta principalmente por ele, com a ajudinha de Tyler e Frederikssen e o tema "Fall Together" passou despercebida em algumas edições bônus, no ano de 1998 "I Don't Want to Miss a Thing" entraria na edição bônus europeia, argentina e brasileira, após o sucesso na trilha do filme de Michael Bay, "Armageddon", onde a família Tyler foi bem representada, com Liv no elenco, deixou que o sucesso dela em família fosse mais aptoveitado: o pai cantando na trilha sonora com a banda dele, a filha atuando como a filha de Bruce Willis e namorada de Ben Affleck na ficção. Acabou que, levaria a banda a vender milhões de cópias, sendo platina duplo nos EUA e ouro no Brasil, só seria platina dez anos depois do lançamento, um disco que ainda faz a banda soar jovem e mais ousada, como sempre em seus discos dos anos 80 e 90, sem fugir das origens.


A Little South of Sanity (Geffen, 1998)
Muita gente sabe que a banda havia conseguido um contrato com a Columbia em 1991, mas esperou que o contrato com a Geffen, que só valia apenas seis discos, acabasse, para poder lançar "Nine Lives" em 1997. A banda já tinha feito o "Get a Grip" e a coletânea "Big Ones", que contou com três temas inéditos e produzidos por Bruce Fairbairn, que foram também os últimos trabalhos em parceria com ele, que morreria de forma misteriosa em maio de 1999, quando estava trabalhando com o Yes, em seu estúdio em Vancouver, no Canadá "Ficamos sabendo da morte do Bruce e parece que o tempo passou rápido quando trabalhamos juntos pela última vez. O pessoal do Yes não sabe bem o que aconteceu col ele também, ficamos sabendo pelas notícias.", relembrou Joe Perry. "A propósito, quando a nossa parceria acabou, parecia que a gente seguia fazendo o mesmo som que fazíamos, quando trabalhávamos com ele", dissera Steven a respeito da perda de Fairbairn, meses depois que a banda iniciara uma nova turnê, seguida de um álbum duplo ao vivo, lançado em outubro do ano anterior, com registros da turnê "Get a Grip" (1993/1994) e "Nine Lives" (1997/1998), que acabaram nas mãos de Jack Douglas para produzir e mixar o álbum e na equipe, o velho companheiro de trabalho, o engenheiro Jay Messina também voltaria a fazer parte da empreitada "A última vez que trabalhamos foi em 1982 e não deu muito no que falar", relembra Douglas, que teve muito trabalho durante todo o ano de 1998 para mixar com muito cuidado, os registros da banda, que foram resumidos em dois discos, o primeiro volume conta com dois temas de "Nine Lives": começa com "Eat The Rich", passa por "Love In An Elevator", "Falling In Love (Is Hard on the Knees)", "Same Old Song and Dance", "Hole In My Soul", "Monkey On My Back", "Livin' O The Edge", "Cryin'","Rag Doll", "Angel", "Janie's Got a Gun" e o gran-finale fica por conta de "Amazing". Enquanto o segundo disco, já com mais peso e algumas baladinhas, o bailado segue com início puxado por dois temas de "Rocks", "Back In The Saddle" e "Last Child", já partindo pra "The Other Side", "Walk On Down" na voz de Joe Perry, que canta uma parte de "Dream On", na sequência "Crazy", "Mama Kin", "Walk This Way", "Dude (Looks Like a Lady)" (Steven inicia a música sacaneando "Hey Jude" dos Beatles, onde troca Jude por Dude), a balada "What It Takes" e o final apoteótico fica mesmo com "Sweet Emotion", que mostra que o show tem seu final, mas um final com muito peso ao estilo do Aerosmith. Um belo registro da banda em duas turnês, as maiores dos anos 90, mais apelando pros sucessos atuais, mas ainda revivendo os bons e velhos tempos de apogeu dos anos 70, levando os sucessos mais para o público jovem na época, com alguns problemas a respeito de letras, no lugar das canções, um tipo de catálogo na banda, com os álbuns da banda na Geffen substituiu as letras, com alguns palavrões e até recebeu o selo do Parental Advisory. Originalmente, seria chamado "A Little South of Insanity", e também recebeu uma ótima repercussão, junto de "I Don't Want To Miss a Thing" no topo das paradas, e também lançado junto de uma versão completa de "Classics Live!", lançado antes de "A Little South of Sanity" e no período em que Steven Tyler se lesionara da perna durante um show e Joey Kramer ter sofrido queimaduras, mas nada que derrubasse o potente sucesso infinito do Aerosmith.

Just Push Play (Columbia, 2001)
Apesar de ser um dos poucos discos que a banda não foi muito com o trabalho, acabou parecendo quase uma banda alternativa moderna, sem muita idiotice demais pra dizer sobre isso, mas até que a banda pudesse desenvolver um trabalho bem diferente, mas que ainda tivesse o peso sonoro da banda, também foi marcado por crossovers, baladas e algumas batidas eletrônicas no meio dos rocks da banda, fugiu um pouco dos padrões dos álbuns da Geffen, e também soa quase parecido com o "Nine Lives", com um pouco de "Get a Grip". Child foi dispensado, Ballard não foi chamado desta vez, assim como Vallance e o álbum foi feito apenas com dois parceiros especiais: Marti Frederiksen e Mark Hudson, que ao lado de Steven Tyler e Joe Perry, formaram o conjunto de produtores The Boneyard Be dioys, um pseudônimo tipo Glimmer Twins (Jagger & Richards, cê sabe bem quem são), apesar da repercussão comercial do disco e da pouca repercussão de sucessos, apenas uns quatro hits deram o gás para que ganhasse um pouco de repercussão, mas os clipes também chegaram a dominar mais uma vez as paradas da MTV, embora o núcleo do pop já dominava mais as paradas mundiais, enquanto o rock ficava mais em outros circuitos. O tema "Beyond Beautiful" já não mostra tanto o que se fez nos quatro discos anteriores, mas se entendermos bem até, mostra quase um pouco de tudo do que se fez de "Permanent Vacation" até então, mas o pop-rock moderno está mesmo em "Just Push Play", com até um pouco de ritmos eletrrônicos, mas as balada seguem potentes, o caso de "Jaded",  que estourou rapidamente, mas não foi o máximo no começo, mas teve um clipe bombástico estrelado pela jovem Mila Kunis, outra balada que teve um sucesso e parecia ser um mega-tema era o que podia ser um tema bem tocante, emotivo, além do clipe todo com ares futurísticos, mas nada que sujasse o passado do Aero (exceto a única música que não teve nem Tyler e nem Perry, pois Frederiksen compôs com Todd Chapman), como as raízes blueseiras, presentes no peso de "Trip Hoppin'", e até a história Alice No País das Maravilhas, de Lewis Carroll virou referência na letra de "Sunshine" e no vídeoclipe, onde Steven atua como Chapeleiro Maluco, a parte romântica entra no peso de "Under My Skin", mas soa suave em "Luv Lies" todo o romance e ainda tem os ritmos eletrônicos e sintetizadores em "Outta Your Head" e em "Drop Dead Gorgeous", cantado somente por Joe Perry, mas dá pra ouvir a voz de Tyler soando no refrão,  o peso ainda reina soberanamente em "Light Inside" e para que nada sobrasse de muito pop, a balada "Avant Garden" deu um gostinho de bis, sendo que na edição oficial, após 45 segundos, há uma faixa escondida que é "Under My Skin Reprise", que dá o final definitivo no disco, esta faixa escondida está mais nas edições que encerram com "Face". O disco pode não ser o que muitos esperavam, como um grande sucessor de "Nine Lives", mas conseguiu se sobressair graças ao sucesso de "Jaded", "Sunshine", "Fly Away From Here" e da faixa-título, embora muitos não tenham entendido sobre a produção do disco, que ficou a cargo de Tyler, Perry e de Frederiksen e Hudson, até que mais tarde, Joe Perry falou que não foi um disco decente em muitos anos e mostrou como NÃO fazer um disco do Aerosmith, mas o artista japonês Hajime Soroyama fez uma das capas mais ousadas dos discos do banda: uma gynoid (robô, mais no estilo japonês) com um vestido amarelo fazendo pose à la Marilyn Monroe, e essa capa aparece como pôster na série Drake e Josh, no quarto dos protagonistas. Nos shows ainda rola "Jaded" e "Fly Away From Here", depende do setlist e da turnê, pois só "Jaded" segue presente nos shows da banda.


Honkin' On Bobo (Columbia, 2004)
A banda passou toda a turnê de "Just Push Play" em 2001 e 2002 e a turnê "Girls Of Summer" (nome de uma música inédita, lançada na coletânea "O, Yeah! The Ultimate Aerosmith Hits" de 2002), fazendo algumas jams nos shows, com um repertório diferente, onde a banda revivia sucessos do blues: "A gente já pensou em fazer isso", relembra Joe Perry, "essa vontade de reviver clássicos do blues que dariam origem ao som do Aerosmith já era um sonho de anos" e isso já estava para ser concebido, após uma turnê de 2003 com o Kiss, a banda entraria em estúdio, e desta vez com outra equipe de produção, sem aquela onda que foi a parceria entre os Toxic Twins, mais Frederiksen e Mark Hudson no álbum anterior, mas Hudson ficaria de fora e no lugar seria o velho amigo Jack Douglas que daria conta do recado desta vez. "Muita gente não entendeu o trabalho, parecia muito forçado e muito diferente dos outros discos", relembram sobre o trabalho que foi em "Just Push Play" e o jogo viraria, com o trabalho de standards do blues. O disco abre com "Road Runner", que abre com uma parte circense, narrada por Steven e já começa de vez a porrada da banda em um tema de Bo Didley, aí vem a sequência mais temas de blues, como "Shame, Shame, Shame", originalmente gravada por Smiley Lewis, "Eyesight to the Blind" do lendário Sonny Boy Williamson (1914-1948), e "Baby, Please Don't Go" de Big Joe Williams (1903-1982), cuja versão acabou sendo um estouro na carreira da banda, e na sequência segue os blues "Never Loved a Girl" de Ronny Shanon, "Back Back Train" (na voz de Joe Perry e com Tracy Bonham) e "You Gotta Move" de Fred McDowell e uma letra inédita da banda, chamada "The Grind" que foi feita por Tyler, Perry e Frederiksen e gravada no Havaí, o lendário Willie Dixon é revivido em "I'm Ready", Walter Jacobs é outro homenageado em "Temperature" e o Fleetwood Mac dos primeiros anos em "Stop Messin' Around" na voz de Joe Perry e o final fica mesmo com "Jesus Is On The Main Line", um tema clássico do cancioneiro tradicional americano, adaptado por Fred McDowell nos anos 40, que contou com a mesma Tracy Bonham nos vocais, soa como um pessoal fazendo um luau blueseiro.  O disco não tinha tanto sucesso comercial como seus antecendentes, mas para um disco que não tinha muita repercussão nas rádios ou na mídia, mas vendeu mais de 150 mil cópias e mais tarde, com o registro da turnê na Flórida, o DVD "You Gotta Move" seria lançado meses depois do álbum, que mostrava a banda numa ponte entre o blues e o rock, sem esquecer seus grandes sucessos como sempre.


Rockin' The Joint (Columbia, 2005)
Mais um dos tantos registros de turnês da banda, desta vez foi muito especial, pois levava um pouco os fãs de volta aos primeiros anos e contando com temas do bues,mas com repertório da banda inédito, apenas três músicas, uma delas, o tema do filme "Armageddon" e duas músicas do "Just Push Play", lançado na época da gravação, que só saiu em 2005 nas lojas.  Em 2002, a banda tinha gravado um show em Las Vegas no Hard Rock Cafe, no dia 11 de janeiro, a banda estava encerrando a turnê "Just Push Play", que iniciou após o lançamento de disco, em março de 2001 e acabou levando um imenso público a lotar as arenas do mundo todo, enquanto o álbum seguia repercurtindo na mídia, graças aos sucessos "Jaded", "Fly Away From Here" e "Sunshine" nas rádios e na MTV. O show mostra mais do que uma banda ousando no repertório, recheado de clássicos e de algumas novidades naquele período, com Marti Frederiksen pilotando a mesa de som, e o show começa com uma vinheta de saudação chamada "Good Evening Las Vegas", passando já para o show mesmo com "Beyond Beautiful", "Same Old Song and Dance", "Seasons of Wither", "Light Inside", "Draw The Line", "I Don't Want To Miss a Thing", além das covers de blues "Big Ten Inch Record" e Rattlesnake Shake" e o mega sucesso "Walk This Way" antecipando o fim, com "Train Kept-A-Rollin'", vendo que no show haviam mais temas dos anos 70, como se fosse um retorno aos primeiros anos da banda, trazendo um revival aos fãs, algo similar do que no show de retorno em Boston no Orpheum Theatre em 1984, já com Perry e Whitford de volta e tocando os clássicos dos primeiros anos de sucessos, mas a energia fa banda já é outra e o Aerosmith já era mais uma banda de multidões novamente. O registro foi lançado três anos depois, quando estavam na turnê Honkin' On Bobo e estavam se preparando para mais uma longa temporada na estrada, e ainda aconteceria a turnê que passou no Brasil em 2007, seguido do lançamento do jogo "Guitar Hero: Aerosmith" no ano seguinte e de problemas que se originariam a quase a saída de Steven Tyler em 2009, após cair do palco em um show, houve problemas entre ele e a banda, muitos músicos se machucaram e quase deu uma confusão, mas após um show solo de Joe Perry, Steven Tyler apareceu e declarou que ainda segue no Aerosmith e assim, em 2010, a banda comemoraria seus quarenta anos de carreira com shows no Brasil, que lotaram rapidamente, três anos depois de sua última vinda. A banda ainda tinha que seguir trabalhando em material inédito e isso iria demorar um tempo, até que entrassem em estúdio em 2011.


Music From Another Dimension! (Columbia, 2012)
Em onze anos, a banda deixou de fazer material inédito e permaneceu mais na estrada do que nos estúdios, fazendo shows sempre lotados, mantendo o ritmo de sempre: sucessos e muitos sucessos nos shows, com direito a jam de blues, o que deu origem a "Honkin' on Bobo" (2004) e foi quando aconteceu muita coisa de 2005 pra 2010: um disco inédito ao vivo, "Rockin' The Joint" (2005), um game Guitar Hero especialmente feito para a banda, o que fez a banda lucrar muito com o pessoal jogando num joystick (controle remoto de jogo) em forma de guitarra, aprendendo mais os sucessos da banda e em 2009, após Steven Tyler cair do palco em um show, uma lesão que quase custou anos de estrada, e deixar de consumir analgésicos e remédios e fazer as coisas com cuidado, o que Joe Perry precisava para substituir Tyler no começo de 2010, mas depois, uma proposta para que a banda tocasse num festival em junho e que oprodutor escalara Tyler, mudaria tudo de uma vez para que as quatro décadas de existência da banda fossem bem celebrada e Perry não tivesse ideia para algo, chegou a conclusão de que Tyler seria a pessoa certa e insubstituível para a "Cocked, Locked and Ready to Rock Tour", na qual a banda iniciaria os trabalhos para escolherem um repertório definitivo de um possível próximo material de estúdio inédito, e em 2011 se trancaram no estúdio Pandora's Box em Boston, desta vez, o trabalho seria de Jack Douglas e de Joe Perry e Steven Tyler, sendo que Marti Frederiksen acabou produzindo uma das músicas do álbum, a primeira foi com Steven em "What Could Have Been Love" e em "Can't Stop Lovin' You", na qual contou com a coprodução de Jack Douglas nesta faixa. Uma vinheta inicia a faixa "Luv XXX", feita pelos Toxic Twins, já parece soar muito como o Aero de antes, assim se pode ver em "Oh Yeah" (composta por Perry e cantada por Tyler) e em "Beautiful", na qual teve toda a banda (menos Joe Perry) compondo, junto de Marti Frederiksen, mostrou que a banda podia se reerguer com estilo, assim foi nas baladas, o caso de "Tell Me", na qual Steven conseguiu se superar mais ainda cantando, uma música feita pelo baixista Hamilton, os quase sete minutos parecem mostrar que eles ainda continuam os mesmo em "Out Go The Lights", nem parece que Steven Tyler e Joe Perry tinham tido diferenças três anos antes, ainda permanecem jovens, e o peso sonoro ainda é o que mais se percebe em "Legendary Child", um tema bem original, pesado, nada de sintetizadores, como foi em temas de "Just Push Play", e "What Could Have Been Love", composta por Tyler e em parceria com Frederiksen e com o tecladista e músico de apoio Russ Irwin, o tema "Street Jesus" é bem parecido com o que a banda fazia muito na virada dos anos 80 e 90, mas com um pouquinho daquele peso setentista, que teve até um bom motivo pra ser um grande tema deste disco, Whitford, Perry e Tyler compuseram o tema, e até teve convidados especiais na música "Can't Stop Lovin' You", na qual Steven Tyler dividia o microfone com Carrie Underwood e até que não teve nenhum motivo para que a banda colocasse uma voz a mais para cantar com Steven e foi composta pelo mesmo pessoal de "Beautiful", que compuseram também "Lover Alot", que teve o filho de Joey Kramer, Jesse e também Joe Perry, além de Marco Moir, um conhecido da banda. Diane Warren, que compôs "I Don't Want to Miss a Thing", na qual Joe Perry colaborou e não foi creditado, acabou deixando "We All Fall Down", uma balada que começa somente ao piano, e depois a parte mais completa pra deixar mais tocante o tema, Johnny Depp deixou sua marca registrada (por ser muito fã da banda e amigo dos integrantes), gravou vocais ao lado de Joe Perry em "Freedom Fighter", onde Joe ainda segue aperfeçoando em duas coisas ao mesmo tempo: cantando e tcando guitarra, a balada "Closer" coseguiu superar as expectativas de "um disco igual aos outros, mais baladas melódicas chorosas, um pouco de rock pesado pra dar um gás" não deixou que Steven Tyler e Joey Kramer, mais Frederiksen deixassem de fazer uma das tantas baladas deste disco, assim como Perry ganhou os direitos de botar mais uma música sua, chamada "Something" e mostrar que ainda pode botar mais do que uma canção somente sua em um disco, o que era comum até o último trabalho de inéditas, e o encerramento fica com "Another Last Goodbye", uma canção ao piano, balada simples e que teve além de Tyler e Perry, Desmond Child na parceria e no piano, deixando um tom mais melódico no final da música, e a vinheta tipo radial aparece no final da música. A banda endim, pode colocar fim aos onze anos de silêncio de material inédito, trazendo um pouco mais do que a banda fez em mais de quarenta anos, mostrando que as expectativas eram tudo uma música de outra dimensão, algo de outro mundo, mas que ainda soasse como sempre foi a banda: com influências de blues, cheia de baladas, letras sexys e muito peso nas guitarras e em todo o som da banda.

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