Um disco indispensável: Chasing Yesterday - Noel Gallagher's High Flying Birds (Sour Mash, 2015)

Ok, ok! Pode falar mil coisas quanto ao Noel Gallagher, o sujeito mais mal-humorado do rock nos últimos anos: que ele só sabe procurar encrencas, que ele não quer mais saber de um retorno ao Oasis, que ele e o Liam só sabem brigar  o tempo todo, etc. e tal. Mas não vamos tirar dele os méritos mais importantes dele que foi a mente criativa por trás de todas as músicas que compôs ao longo de sua carreira no conjunto que deu sucesso a ele, ao seu irmão Liam e que é o Oasis, um grupo que marcou gerações na segunda metade dos anos 90 e que com o passar dos anos na virada do milênio, pareciam ter perdido todo o seu momento áureo, mas depois da briga com Liam durante um show em Seine, na França em 2009, veio a separação e dali as dúvidas de muitos fãs sobre o futuro dos irmãos: em 2010, Liam apresentou o Beady Eye, sua banda com o resto dos ex-integrantes do Oasis e Noel foi ser feliz sozinho, ou melhor: sozinho e com uma banda de apoio, a High Flying Birds e que com esse projeto, lançou um álbum de estreia em fins de 2011 com grande repercussão na mídia. O tempo foi passando, e Noel não parava de buscar um jeito de seguir polemizando com cada coisa que viesse na sua frente, e nesse 2015, o ano não foi fácil pra Kanye West e pra Alex Turner (vocalista dos Arctic Monkeys), influenciado pelo antigo grupo de Noel e quanto ao primeiro citado, o bad boy guitarrista não perdoou o que o hoje senhor Kim Kardashian fez no Grammy quando subiu ao palco para interromper o discurso de Beck, que havia recebido o prêmio de Melhor Álbum quando disse que Beyoncé fez o melhor álbum da história (taí o fato de Kanye ser melhor amigo de Jay-Z e parceiro além da música) e foi apenas Noel soltar a sua raiva e declarar "por favor, alguém dê um dicionário para este idiota e fazer ele procurar a merda do termo 'arte' para ele ver se lembra algo de Beyoncé!?" deixando assim mais uma vez o mundo da música de cabeça pra baixo. Mas, deixando seu lado polemizador de lado, o papo da vez é seu segundo material, Chasing Yesterday, lançado no dia 25 de fevereiro com gravações no estúdio Strangeways e nos lendários estúdios da Abbey Road, aonde o próprio Noel assume total produção do álbum e contou com colaborações especiais, dentre elas, a de Johnny Marr, o eterno guitarrista de uma das maiores bandas dos anos 80: The Smiths.
Noel Gallagher em ação no ano passado: disco novo lançado e com
mais polêmicas para promovê-lo, no seu estilo bad boy do britpop.
A faixa que abre o álbum, Riverman, mostra um belo arranjo feito pelo próprio Noel e não pense que no Oasis ele era o simples guitarrista, mas também se mostra um letrista e cantor ótimo, que nos lembra um pouco de Oasis anos 90 e com um verso de influências dos Beatles "There's a somethinhg in the way she moves..."; enquanto In The Heat Of The Moment, também tem um quê de Beatles no "na na na na na na...", além de uma pegada bem dançante e completamente pra cima; em The Girl With X-Ray Eyes, aqui têm uma pegada oasista, bem nostálgica e que aqui ganha certos complementos de teclados mais retrôs e arranjos caprichados; na sequência vem Lock All The Doors, já mais psicodélica na introdução e já partindo pra uma pegada mais roqueira, aqui conta com um riff superpotente e cheio de referências ao som do Oasis por aqui também num tom mais pra cima; enquanto em Dying Of The Light, uma balada que pode nos remeter tanto a Whatever (1994) quanto a Wonderwall (1995) pela levada, com alguns teclados dando um brilho a mais; outro tema aqui que se destaca é The Right Stuff, com sopros e uma levada psicodélica, com um quê de pop californiano dos anos 70 e com um violão soando quase como um country; em While The Song Remains The Same, com um ambiente bem suave, recheado de elementos psicodélicos como em várias canções deste seu material recente e com um toque de Led Zeppelin (não é à toa que o nome da música que abre Houses of The Holy, de 1973 aqui teve o 'While' acrescentado); e de boas, você pode achar The Mexican uma das poucas canções boas do álbum, mas se você compreende o Gallagher com coração de pedra, vai ver que a levada hard rocker dos anos 70 (nota-se pela presença de percussão) nos faz lembrar sons de grandes bandas da época como Thin Lizzy, Grand Funk Railroad dentre outras; um tom mais alegre e pesado, bem parecido com de bandas atuais mostra que You Know We Can't Know Back mostra sim um Noel atualizado pelos sons, com uma coisa mais anos 2000 e sem parecer demais com certas bandas em moda; o final fica mesmo com Ballad Of Mighty I, onde se percebe muita presença de piano melódico, mas que cresce com um peso estilo pop e com a presença de Johnny Marr, ex-guitarrista dos Smiths para a mistura ficar muito excelente e mostrar os ótimos resultados desse novo trabalho solo de Noel Gallagher.
Set do disco:
1 - Riverman (Noel Gallagher)
2 - In The Heat Of The Moment (Noel Gallagher)
3 - The Girl With X-Ray Eyes (Noel Gallagher)
4 - Lock All The Doors (Noel Gallagher)
5 - Dying Of The Lights (Noel Gallagher)
6 - The Right Stuff (Noel Gallagher)
7 - While The Song Remains The Same (Noel Gallagher)
8 - The Mexican (Noel Gallagher)
9 - You Know We Can't Go Back (Noel Gallagher)
10 - Ballad of the Mighty I (Noel Gallagher)







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