Um disco indispensável: Éter - Scalene (SLAP Discos, 2015)

Dia 3 de maio de 2015, estúdios Projac da Rede Globo no Rio de Janeiro. O reality show SuperStar anunciava uma banda de rock vinda da Capital Federal (Brasília), e a apresentadora Fernanda Lima já pedia para os teleespectadores darem o seu voto para a Scalene, que se apresentava em rede nacional e ao vivo, logo antes de acabar a música acabam obtendo 89% dos votos, um recorde que só supera os dos Dois Africanos com 89% e a banda Devir com 90% dos votos e impressionam o público com a música Surreal, do álbum de estreia Real/Surreal (2013) e depois de várias fases, a banda consegue no dia 12 de julho, chegar na final do programa e sendo vice-campeões (quem ganhou mesmo foi a dupla Lucas & Orelha). Enquanto a banda participava do programa, sendo do time do jurado e líder da banda de rock RPM, Paulo Ricardo, a banda colocava na praça o seu mais novo álbum, chamado Éter, lançado em maio. Os irmãos e guitarristas Gustavo e Tomas Bertoni (Gustavo é o vocalista) mais o baixista Lucas Furtado e o baterista Philipe Malako conseguem mostrar que o rock de Brasília não é só apenas Raimundos, Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude dentre outras bandas, mas que também é representado por novatos como Móveis Coloniais de Acaju, Cassino Supernova, Projeto Macaco e The Neves também representam essa nova geração. Surgida em 2009, contando com Alexia Fidalgo nos vocais e influenciada por bandas como Radiohead, Foo Fighters, Metallica e Queens Of The Stone Age, além de também se mostrarem um pouco mais diferente de várias bandas brasileiras que seguem certas influências, o grupo já estava mostrando-se também um pouco limitada a certos padrões que se nota em bandas atuais, e já com dois EPs, um homônimo (2011) e Cromático (2012), este já lançado em meio a um ano com problemas que quase deram o fim da banda, como a internação do avô de Makako e a morte da avó dos irmãos Gustavo e Tomás, e uma mudança que daria novos rumos ao conjunto: desta vez, o grupo precisava de conquistar o público e só a saída de Alexia Fidalgo poderia ser a solução definitiva para que a banda passe um preto no branco de todo esse caos que acontecia enquanto a banda precisava conquistar de vez o público e foi no ano seguinte, que a banda deu a sua grande volta por cima através do álbum Real/Surreal, que recebeu elogios da crítica e estando em listas da Tenho Mais Discos do Que Amigos, ShowLivre e Collector's Room dos melhores álbuns de 2013.
Gustavo Bertoni, Philipe "Makako", Tomás Bertoni e Lucas Furtado: de
Brasília para o palco do reality show SuperStar, da Rede Globo
O sucesso de Real/Surreal aconteceu graças a repercussão do vídeo da música Danse Macabre, e foi só a 89 FM A Rádio Rock de São Paulo ter colocado em sua programação que o Brasil tomou de vez conhecimento do quarteto brasiliense com cinco anos de estrada, e também com forte divulgação do clipe de Surreal em emissoras como MTV e logo vieram a parar nos palcos da quarta edição brasileira do Lollapalozza este ano, e nos EUA pelo festival South By Southwest (SXSW). Mas só conquistaram mesmo o público brasileiro em geral, através do programa SuperStar, deixando os três jurados Paulo Ricardo, Thiaguinho e Sandy impressionados com a música da banda e acabou agradando a todos, por sinal. No mesmo time de Scalene, estavam as bandas Tianastácia, Supercombo, Scambo, Falange, Stereosound, Big Time Orchestra e The Moondogs, apadrinhados pelo ex-RPM e aos poucos, o time foi se desfazendo até chegarem a final, com Dois Africanos e Lucas & Orelha sendo os campeões da segunda temporada do programa. Enquanto isso, a banda divulgava seu álbum Éter, lançado a no dia 19 de maio em meio ao período do SuperStar e algumas faixas foram apresentadas no programa enquanto isso, enquanto independente até que assinaram um contrato com a SLAP, selo independente da Som Livre. A faixa que abre o disco se chama Sublimação e já traz bem um pouco do que é o som da banda pra quem não conhecia muito, e já mostra ser um tema bem atual e de referências ao pop alternativo; porém, a porrada toda só aparece em O Peso da Pena, já bem mais diferente do começo e que aproxima com algo já mais pop rock; enquanto em Histeria, as guitarras dos irmãos Bertoni vão se mostrando totalmente potentes, e que ao vivo fica muito melhor mesmo; a faixa Fogo é o principal ponto forte do álbum, motivo? Simples, além da levada sincronizante, a frase "me dê um pouco de tempo" mostra bem qual a parada dos brasilienses; já em Gravidade, a coisa pode até ser a mesma, mas fica claro que nem tudo deve soar parecido; a sequência de faixas também soa como quase uma canção só, meio que com fases até, começando por Furacão aonde a banda conta com um pouco de referências mais pop, depois vem Terra que traz uma mudança já mais na introdução suave, e depois essa sequência é encerrada com Náufrago, já uma das melhores canções do álbum e também mostrando um dos melhores momentos quando se trata de solos de guitarra; já em Alter Ego, o papo aqui já é mais pop, embora a guitarra e o excesso de graves impeçam muito isso; e na faixa Tiro Cego, recheado de "clichês de um adeus", a banda mostrando também que em algumas canções podem ter seus exageros às vezes, mas sem errar um acorde sequer; enquanto em Loucure-se, a levada bem baladista e com tons orquestrais nos fazem ter uma sensação de que estamos ouvindo algo que cruze um Queens Of The Stone Age e um Radiohead com peso; a faixa Legado encerra com um "legado" mesmo do som da banda, com uma pegada mais pop e com gritos nos versos finais fechando o álbum de vez com chave de ouro.
Set do disco:
1 - Sublimação (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
2 - O Peso da Pena (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
3 - Histeria (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
4 - Fogo (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
5 - Gravidade (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
6 - Furacão (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
7 - Terra (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
8 - Náufrago (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
9 - Alter Ego (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
10 - Tiro Cego (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
11 - Loucure-se (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)
12 - Legado  (Gustavo Bertoni/Tomás Bertoni/Lucas Furtado/Philipe Makako)











Comentários

Mais vistos no blog