Um disco indispensável: Like Clockwork - Queens of The Stone Age (Matador Records, 2013) - 20º DISCO INDISPENSÁVEL

Os Queens Of The Stone Age voltaram com tudo depois que deram uma pausa nos discos, desde o Era Vulgaris (2007), já que a velha formação não estava mais agradando um público que queria ouvir algo diferente do que já ouviu, e o líder Josh Homme deu uma pausa necessária em 2008 e formou um megaprojeto ao lado de dois parceiros: Dave Grohl, o barbudo à frente do Foo Fighters e John Paul Jones, baixista do Led Zeppelin e arranjador; os dois mais Homme tocariam em um megagrupo chamado Them Crooked Vultures, na qual durou dois anos e alguns grandes shows, mas apenas um só disco. Passam quatro anos do retorno da banda, o resultado estaria por vir aos poucos enquanto o próprio Homme se responsabilizava por trabalhar em um material mais pesado, mais sujo e cru por inteiro, cheio de convidados que iam de Dave Grohl, Trent Reznor (Nine Inch Nails), Alex Turner (Actic Monkeys), Mark Lanegan, Brody Dalle (esposa de Josh), Alain Johanes, Nick Oliveri (ex-colega de QOTSA, hoje com a velha banda Kyusss), Jake Shears (Scissor Sisters) e um convidado de honra: Elton John, que descobriu a banda por meio de seu motorista, que havia falado deles no caminho e chamou ao vocalista dizendo o seguinte "Tudo o que falta mesmo agora é a sua auténtica rainha" e assim ele se autoescalou para participar do disco. Agora, Josh Homme não tem motivos demais para que o disco dele tenha sido visto como o melhor de 2013, cheio de convidados de honra? O disco foi composto todo em 2011 enquanto o vocalista estava tratando de uma cirugia no joelho, foi quando ele quase "morreu" enquanto estava na mesa de cirugia e achou estranho a sensação de quase ter morrido, e isso se vê muito em seu disco, canções relacionadas à palavra "morte".
Os temas desse disco são tão surpreendentes quando você ouve no volume máximo, como é o caso da primeira música, intitulada Keep Your Eyes Peeled, que é puxada por um belíssimo riff e muitos gritos de Homme que nem parece ser o novo Queens e o dueto com Jake Shears dando um brilho antecipando o que seria o disco cheio de convidados; já em seguida vem um som puro em I Sat By The Ocean, com uma vibração pop, típica de bandas californianas e conta com um belo arranjo de teclados; a sequência é vinda de The Vampire of Time and Memory e If I Had a Tail têm atmosferas diferentes, cada uma das músicas soa com tons que parecem marcar um pouco a gente quando ouve: a primeira carrega uma sutileza melancólica e um verso inicial bem comovente "Eu quero que Deus me leve para casa" como se fosse o pedido de alguém querendo voltar da morte, enquanto a segunda têm ares de uma música mais sexy e suja pela sonoridade, uma letra bem mais crua do que algumas das primeiras músicas e conta com um time de peso: Alex Turner colaborou com a letra e os coros, Nick Oliveri e Mark Lanegan também nos coros, contando com o comandante das baquetas Dave Grohl dando uma canja especial neste disco; e a sequência continua com My God Is The Sun, carrega uma influência de stoner-rock vinda do Kyuss nos anos 1990 e resgatada nesta música com uma letra fodástica e um corinho religioso, com um pouco de batida punk na música; quando se ouve Kalopsia, que têm uma harmonia mais pra baixo e com um pouco de rock industrial, é claro que se dá para perceber a presença de Trent Reznor, dos Nine Inch Nails nos vocais, além de um riff muito viajante; a presença de Elton John e seu piano mágico estão em Fairweather Friends, na qual uma ponte entre o pop e o rock, uma união da guitarra pesada e suja de Josh com o piano de Lady Elton acabou dando o mais belo fruto deste disco, e olha que o próprio Homme não está mal de companhia na música, o próprio ícone do pop e "autêntica rainha" se autoescalou para dar uma canja (mais do que) especial; agora outra ponte entre o rocke o pop em Smooth Sailing, é marcada por distorções sintetizadas e um riff matador demais; quando começa I Appear Missing é claro que o disco continua com a sua pegada de stoner-rock com pegadas mais sexys, riffs sujos e crus, batidas arrepiantes, assim como a faixa de encerramento ...Like Clockwork, com um piano bem melancólico, uma coisa mais sombria e com um pouco de drama na letra.
O disco foi eleito por muitos sites e revistas como o melhor disco de 2013, provando que já estão mais maduros musicalmente e provando que tem que encarar muitas situações da vida adulta. Um disco que têm um estilo único e diferente de todos os discos de rock de 2013, no meu ponto de vista.
Set do disco:
1 - Keep Your Eyes Peeled (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
2 - I Sat By The Ocean (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
3 - The Vampire of Time and Memory (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
4 - If I Had a Tail (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
5 - My God Is The Sun (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
6 - Kalopsia (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
7 - Fairweather Friends (Queens of The Stone Age/Mark Lanegan)
8 - Smooth Sailing (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
9 - I Appear Missing (Josh Homme/Queens of The Stone Age)
10 - ...Like Clockwork (Josh Homme/James Lavelle/Charles May)

















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