Um disco indispensável: Eu Sou a Maré Viva - Fresno (Independente, 2014)

Capa principal do EP lançado via internet
O Fresno manteve-se ousado depois que lançou o EP Cemitério das Boas Intenções (2011) no rumo independente, como foi no começo da carreira e pelo jeito, conseguiram inovar em um bem-sucedido trabalho recentemente, depois que o álbum Infinito (2012) foi lançado, a banda viu que estava chegando a um patamar maior do que antes, vendo que as gravadoras estavam deixando o rock de lado, eles abriram mão do velho sistema de divulgação pela mídia e apresentando suas novidades via internet, um meio que a banda já utiliza desde que surgiram na virada do milênio, de 1999 para 2000. Agora, se achar que já ouviu tudo depois que eles lançaram o disco Ciano (2006), relançado pela Arsenal/Universal Music em 2007 depois da popularidade da banda depois que atravessaram o Mampituba além da internet, isso é prova de que sim: o Fresno conseguiu fazer algo que algumas bandas fazem no Brasil conseguiram fazer, seguindo a influência de bandas como 30 Seconds To Mars, Imagine Dragons e acrescentando um pouco de batidas eletrônicas que têm sido muito utilizado pelo pessoal alternativo e sintetizadores nas guitarras orquestrações, conseguiram agradar os velhos e novos fãs. A banda estava se sentindo muito influenciada por supremacias indie internacionais, tanto é que chegaram no final da EMA (Europe Music Awards), premiação europeia da MTV no final do ano passado e fizeram uma turnê internacional no começo deste ano, passaram uma semana em um sítio em Igaratá (SP) e conseguiram gravar cinco músicas para um material que acabou mesmo surpreendendo os ouvidos de muita gente depois que foi lançado em abril deste ano, produzido pelo vocalista, guitarrista e tecladista Lucas Silveira e com orquestrações feitas pelo Lucas Lima (ele mesmo, o Lucas da Família Lima). O começo do disco é pra ficar de boca aberta depois que ouve os 23 minutos e 15 segundos de puro peso sonoro, movido a sintetizadores e teclados, é o caso de À Prova de Balas, na qual o grito de "eles não estão aqui pra nos proteger" com um pouquinho de coros, baseado nos temas de 30STM, Foster The People, Imagine Dragons e os ritmos de percussão muito conhecidos hoje e o jeito de Lucas cantar continua quase o mesmo;
Capa principal do disco e capas para cada música do EP
Manifesto é uma prova de que o som do Fresno com o rap de Emicida e o canto de Lenine podem se misturar em uma canção só dando uma mistura que pode nos lembrar até a do Run-DMC com o Aerosmith em 1986 com "Walk This Way", só que muito diferente de nosso Manifesto, que já tem um pouco da visão do Brasil atual e do caos que foi o ano de 2013 em meio aos protestos, se ouvir algumas frases da música; já Eu Sou a Maré Viva têm um pouco da linha moderna de fazer rock alternativo, mas também com um pouco do jeito de deixar os fãs ficarem matando a nostalgia da sonoridades dos álbuns anteriores Redenção (2008) e Revanche (2010), o mesmo se pode ver em O Único a Perder e Icarus, que já têm uma atmosfera mais melódica e um pouco mais repletas de sintetizadores, sem fugir da perfeição musical que só o Fresno tem e isso se pode ver sua evolução desde Cemitério das Boas Intenções, vendo que o EP (um formato mais barato com poucas músicas, de 3 a 8 músicas) têm mostrado que 2014 é o ano da banda e o ano em que muitos ainda verão a evolução da maré viva do Fresno, que tá bem de material novo esse ano. A capa, concebida pela banda têm tudo a ver também com as cores, já que o azul foi muito utilizado em Ciano, Revanche e Infinito e que a arte do EP é uma prova de que a ponte entre o azul, que significa "tranquilidade, serenidade e harmonia" e o laranja, que significa "alegria, vitalidade, prosperidade e sucesso" são resultado de tudo o que a banda esperava esse ano, já que a proposta da capa não era usar nem laranja ou roxo, mas assim ficou a capa que, como o disco: tá bem.

Set do disco:
1 - À Prova de Balas (Lucas Silveira/Vavo Mantovani/Mário Camelo/Thiago Guerra)
2 - Manifesto (Lucas Silveira/Emicida) - participação especial de Lenine e Emicida
3 - Eu Sou a Maré Viva (Lucas Silveira)
4 - O Único a Perder (Lucas Silveira/Vavo Mantovani/Mário Camelo/Thiago Guerra)
5 - Icarus (Lucas Silveira/Vavo Mantovani/Mário Camelo/Thiago Guerra)














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