Um disco indispensável: 13 - Black Sabbath (Vertigo/lUniversal Music, 2013)

Estava
tudo às mil maravilhas, quando, do nada, Ward
pula fora do momento “revival” da banda porque disse que não tinha vontade de
continuar revivendo o período que mais o atormenta quando ele fala disto, e não
é de hoje que ele não quer saber da fase louca movida a drogas e pura loucura
da banda e Ozzy - que parecia ser mais louco antigamente do que no reality show
da MTV – estava já aos poucos reconciliando com a banda, que, por causa das suas loucuras, foi expulso e isso deixou a
banda em crise até 1979. Aí 2012 vêm com uma baita turnê do quarteto de Birmingham, e no lugar de Ward entra
Tommy Clufetos, que era baterista da banda solo de Ozzy e dando início ao procedimento
de um possível material inédito da banda,
sob a produção de um produtor que, além de sempre ter sonhado com o Sabbath,
ele é fã – imaginem – Rick Rubin, o monstro
das produções discográficas dá aquele seu poderoso toque de Midas para expandir
o sucesso de um álbum, no caso de Californication
(1999) do Red Hot Chilli Peppers e de gente como os grupos Metallica, Slayer,
LL Cool J, Eminem (recentemente), Johnny Cash, System of a Down e Weezer; e
acreditem – para vocês verem – Rubin sabe fazer mágica para que um disco seja clássico e todo mundo goste, querendo
ou não. O álbum foi todo trabalhado no segundo
semestre de 2012, especialmente, no período de agosto de 2012 a janeiro de
2013, quando já tinha se encerrado por completo as gravações do trabalho novo da
banda, naquele período. Já que Ward não aceitou em topar participar da reunião,
meses depois do 11/11/11, apesar de já ter participado da reunião de 1997 a
1999 que resultou num disco duplo, intitulado Reunnion, lançado no final de
1998, e em várias ocasiões do Ozzfest,
festival da nata do heavy metal organizado pelo casal Osbourne, com o Sabbath
das antigas. Afinal, como ficaria o Black Sabbath sem um mito das baquetas?
Clufetos estava no cargo para substituir Ward, mas aí chega uma opção de Rubin o
então ex-Rage Against The Machine e ex-Soundgarden Brad Wilk, que era fã da banda assim como Rubin, e pegou o cargo de
baterista da banda, embora não apareça nas fotos oficiais. Para o novo
material, Rubin fez uma lista de
possíveis bateristas para este material novo, ou seja, Clufetos fora,
porque estava só substituindo o Bill Ward; e Rubin disse que a maioria dos que
eram ótimos já haviam falecido e chegou a indicar Ginger Baker (Cream, Blind Faith...), mas a banda não aceitou, foi
quando a partir do período que havia produzido o Rage Against The Machine em
especial o álbum Renegades (2000), lembrou-se
de Wilk.
O álbum
é especialmente ao estilo Sabbath com
Ozzy Osbourne: cheio de peso, tanto musical quanto vocal, destaque para os
solos pesados de Tony Iommi e também para Brad Wilk, que não deixou nenhum fã
de Black Sabbath decepcionado; definitivamente, um disco de rock de verdade
apareceu neste ano de 2013 em meio a tanta novidade no circuito alternativo e
indie, foram ousados ao voltar às raízes, foi o primeiro material inédito da
banda com o Príncipe das Trevas (Ozzy)
desde Never Say Die! (1978) e também o da banda desde Forbidden (1995), após
este disco saíram somente coletâneas. Mas dando os destaques para End of Beginning, com introdução
perfeita e um Ozzy berrando a plenos pulmões como nunca, imaginam um senhor de
64 anos e ainda disposto a vencer tudo que é desafio? É o mesmo caso em God Is Dead?, na qual tudo continua do
jeito mais sabático de sempre, e provando que embora já haviam se passado 35
anos dos tempos áureos e 15 da reunião original completa, é claro que tudo
permaneceu como antes entre os três. É possível ver ainda em Loner, Zeitgeist, Age of Reason
e Live Forever uma aula de como se
faz heavy metal no estilo sabático e como cantar e fazer solos de manter o
público de pé durante os shows; e o que não falar do solo de gaita do Ozzy em Damaged Soul, que já é clássico o
Príncipe das Trevas tocar gaita em seus shows tanto solistas quanto no Sabbath,
o encerramento com Dear Father soa
como se estivesse metendo críticas sobre um padre cuja sua violência vai ser
deixada em ruínas, falando de uma figura importante no poder religioso cristão
que estivesse assassinando crianças e abusando delas depois de mortas como
carne, o que para mim, é bizarro – e bota bizarro nisso – e comum nos temas do
grupo.
O grupo se mantêm no pique desde o lançamento do disco, os três
senhores do metal à frente do grupo mais o caçula Wilk arrebentando nas
baquetas, a banda segue em turnê
(creio que até 2015) e mostrando aquilo que Jehtro Tull já disse “Você pode ser velho demais para o rock and
roll, mas pode ser também jovem demais para morrer”, afinal, esta frase nos
lembra os tempos de loucura de Ozzy, mas aí já é outra história.
Set do disco:
1 – End of Beginning (Ozzy Osbourne/Tonny
Iommi/Geezer Butler)
2 – God Is Dead? (Ozzy Osbourne/Tonny
Iommi/Geezer Butler)
3 – Loner (Ozzy Osbourne/Tonny Iommi/Geezer
Butler)
4 – Zeitgeist (Ozzy Osbourne/Tonny
Iommi/Geezer Butler)
5 – Age of Reason (Ozzy Osbourne/Tonny
Iommi/Geezer Butler)
6 – Live Forever (Ozzy Osbourne/Tonny
Iommi/Geezer Butler)
7 – Damaged Soul (Ozzy Osbourne/Tonny
Iommi/Geezer Butler)
8 – Dear Father (Ozzy Osbourne/Tonny
Iommi/Geezer Butler)
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