Um disco indispensável: Arival - ABBA (Polar Music, 1976)

Se a música pop de hoje é o que conhecemos nas rádios e nos streamings da vida, tudo isso se deve a quatro suecos que fizeram a cabeça dos anos 70 com um estilo mais comportado, educados e com um visual bem extravagante, mas sem parecer completamente ousados, mas que também foram os considerados pais do europop ao longo dos 10 anos de atividade, estamos falando do ABBA, os suecos mais amados da música até hoje, mesmo depois de 34 anos separados. Agnetha, Björn, Benny, Anni-Frid formavam a dupla de casais a frente de um conjunto que revolucionou a cultura e a músca pop tornando-se muito mais presentes até hoje para os saudosos fãs. A origem do conjunto, que surgiu primeiro como uma dupla formada só por Björn Ulvaeus e Benny Andersson em princípios de 1970 e depois acrescentaram as namoradas Agnetha Fältskog e Anni-Frid Lyngstad, resultando-se primeiro em um simples conjunto vocal que levava seus próprios nomes e brevemente veio a estourar de vez em março de 1973 com a música Ring Ring que, de cara, acabou virando um dos temas a concorrer o festival Eurovision fazendo acontecer de vez o nome do grupo fora da Suécia, mas foi no ano seguinte, com Waterloo que os fizeram não só ganhar o festival, mas um mundo inteiro, fãs com o passar dos tempos e essa ABBA-Mania ganharia mais e mais potência ao longo desses dois anos de surgimento do grupo. Mas, além disto, outro fator que ajudou nesse crescimento do grupo é o empresário, produtor e compositor Stig Andersson que é também o cabeça do selo Polar Music, que ajudou os homens do grupo a conceberem hits que até hoje não saem de nossas cabeças, e que ajudara o grupo a invadir os EUA, o Japão entre outros países, e devemos a Stig a existência desse grupo que é eterno para a gente. Com o terceiro álbum, agora intitulado ABBA - uma forma fácil de escrever, pois os nomes dos integrantes formaram uma sigla que faça a gente entender -, o sucesso foi crescendo e crescendo rapidamente com o estouro de Mamma Mia, tema que levara o grupo das paradas europeias ao topo dos mais vendidos na Bilboard, e fazendo a música deles conseguirem se tornar mais universal que nunca, até atingirem o ápice da carreira logo no final da década, mas que tivera um declínio enorme com o fim dos casamentos entre Björn e Agnetha e Benny e Anni-Frid no começo dos anos 80,  marcando o fim de um episódio marcante na carreira dos quatro. 
Os casais Björn e Agnetha, Anni-Frid e Benny no auge da carreira com
o ABBA no final dos anos 1970, à época da onda disco. (Divulgação)
Mas, enquanto estiveram juntos, viveram momentos musicais grandiosos, como por exemplo, o quarto álbum que convertera o ABBA num dos grupos que transformou a febre da disco music em um grande potencial para aqueles últimos anos da década mais dançante de todas, também sendo um dos mais importantes álbuns do pop, estamos falando de Arrival, lançado em 11 de outubro de 1976 pela Polar, com distribuição em países latino-americanos - inclusive no Brasil - pela gravadora RCA Victor (a partir do final dos anos 80, a Polydor seria a responsável pela distribuição mundial da discografia) e que segue atravessando gerações, dos mais saudosos até os jovens que curtem pop mais moderno e que reconhecem a influência na sonoridade atual. A capa traz um clique bem original, já que o título é Arrival, nada mais que uma cena dos casais chegando de um helicóptero ou se preparando para voos mais altos do que se imagina. O disco já abre com uma balada, intitulada When I Kissed the Teacher, cujos arranjos de pegada bem country-folk, sobre uma espécie de caso amoroso entre uma aluna e um professor, mas que deixa a gente pegando os rumos da música aos poucos; em seguida, a faixa que se destaca é um clássico do pop, da disco music - logo estamos falando de Dancing Queen, a história de uma jovem que chega aos 17 anos tendo o momento de sua vida e que já faz a gente sair das mesas e partir pra pista de dança e ser feliz sem nenhum medo ou preocupação, diversão total; logo com a próxima faixa My Love, My Life que ganha destaque pelo solo de Agnetha e os arranjos de cordas e os vocais de fundo que cobrem de encantos essa música brilhante; logo com os sintetizadores aparecendo no início de Dum Dum Diddle, a pegada bem pra cima mantêm todo esse potencial que a banda carrega durante o decorrer do álbum, sem tropeçar em nenhum momento; e outra faixa que aqui se destaca é Knowing Me, Knowing You onde o vocal solo de Anni-Frid ganha potência total e por isso que se destaca muito a faixa, a levada pop rock é a cereja do bolo para a música e que traz um solo de guitarra brilhante no final; outra canção que ganha muto destaque aqui é Money, Money, Money, que ainda tem Anni-Frid como voz principal, que dá um ar bem mais dançante na música e que faz o papel de manter a essência sem perder o primor; logo em seguida, temos That's Me, com uma pegada mais acelerada que lembra até ritmo carnavalesco pela marcação e pelo som da percussão, o grupo não deixa a gente se decepcionar; e aqui, temos a vez dos homens darem voz às músicas, no caso de Why Did It Have to Be Me?, bem na pegada de blues-rock e que é a deixa para Björn Ulvaeus poder cantar na canção com as moças dando uma canja também, e agradável até por um lado; com o que vemos por diante, uma canção bem discothèque mas que carrega influências do hard rock, o papo de Tiger não é simplesmente fazer a galera ir pra pista de dança, mas mesmo assim acaba ganhando um papel principal pra este disco, e como não tirar da mente o "eye of the tiger" e não pensar na música do Survivor, não é mesmo? Qualquer comparação é mera coincidência; e pra terminar, a instrumental de tons cinematográficos chamada Arrival dá um ar que pode não ser bem entendido para alguns, mas que ganha um belo poder com a sonoridade da gaita de fole, típico instrumento escocês, mas deixando a desejar.
Mas como nem tudo termina de uma hora pra outra, caso tenham reedições posteriores em CDs, o álbum Arrival teria duas faixas bônus para complementar o setlist: a primeira é Fernando, tema lançado antes como single e seus ares latinos que dá um astral totalmente pra cima e que ganha os ouvidos de cara; mais em diante temos Happy Hawaii, que fecha a edição bônus do disco, uma canção que apesar do estilo bem suave que inicia, ganha aquela influência de música havaiana pelos acordes de guitarra presentes aqui. O disco tornou-se onipresente para quem viveu os anos 70, a peça-chave para que atraíssem os fãs da era Dancin' Days e que hoje matam as saudades ouvindo. Pode ter certeza que você há de encontrar em listas caricatas sobre os melhores álbuns dos anos 70, inclusive, se você tiver o livro 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, organizado pelo jornalista Robert Dimery, esse disco também estará lá (ACHOU QUE EU ESTAVA BRINCANDO DE NOVO????) e mesmo que Agnetha, Björn, Benny e Anni-Frid não queiram mais se reunir para concertos (embora os dois cabeças musicais tenham feito outros projetos e participado de um show do U2 dez anos depois da separação), eles sabem bem que o legado de Arrival é enaltecido e divulgado pelos amantes do pop atual que reconhecem o papel deles para a música contemporânea.
Set do disco:
1 - When I Kissed the Teacher (Benny Andersson/Björn Ulvaeus)
2 - Dancing Queen (Benny Andersson/Björn Ulvaeus/Stig Anderson)
3 - My Love, My Life (Benny Andersson/Björn Ulvaeus/Stig Anderson)
4 - Dum Dum Diddle(Benny Andersson/Björn Ulvaeus)
5 - Knowing Me, Knowing You (Benny Andersson/Björn Ulvaeus/Stig Anderson)
6 - Money, Money, Money (Benny Andersson/Björn Ulvaeus)
7 - That's Me (Benny Andersson/Björn Ulvaeus/Stig Anderson)
8 - Why Did It Have to Be Me? (Benny Andersson/Björn Ulvaeus)
9 - Tiger (Benny Andersson/Björn Ulvaeus)
10 - Arrival (Benny Andersson/Björn Ulvaeus)
FAIXAS BÔNUS DA REEDIÇÃO EM CD: 
11 - Fernando (Benny Andersson/Björn Ulvaeus)
12 - Happy Hawaii (Benny Andersson/Björn Ulvaeus/Stig Anderson)

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