Um disco indispensável: Elvis Presley - Elvis Presley (RCA Victor, 1956)
O ano era 1956, o mundo todo iria começar a cair nas tentações ao se apaixonarem por um jovem de 21 anos, cabelos castanhos, olhos claros e uma pinta de bom moço que estava estourando com sucessos como Heartbreak Hotel, Hound Dog, Blue Suede Shoes, Tutti Frutti dentre outros: era um sucesso atrás do outro. O rapaz com pinta de bom moço se chamava Elvis Aron Presley, ou simplesmente Elvis Presley, vindo de Tupelo, interior do Mississippi e que aos 18 anos entrou de vez nos estúdios da Sun Records em Memphis, no Tennesee para gravar algumas músicas e poder presentear sua mãe, dona Gladys e seu pai, Vernon Elvis e depois de alguns compactos, eis que surge o sucesso That's Alright Mama, lançado em julho de 1954 e considerado um dos primeiros discos de rock da história, embora todos nós sabemos que foi o registro de Bill Haley com (We're Gonna) Rock Around The Clock que antecipou de verdade o gênero, só fazendo sucesso definitivamente no ano seguinte. Enquanto o rapaz de Tupelo seguia a estourar, Sam Phillips botou fé de vez naquele garoto, "um branco que cantava como um negro" era o que veio a ser descrito anos depois pelos especialistas em música, que também começaram a vê-lo de uma forma grandiosa e responsável por um sucesso tão universal que não há como explicar o fato de ter agradado o mundo inteiro, influenciando mais gente a fazer um som que seria a trilha sonora daquela juventude, tendo também outros ícones como Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly, Eddie Cochran, Bill Haley, Fats Domino entre outros. Até 1955, boa parte dos EUA sabia quem era Elvis Presley e quais eram os sucessos na sua voz, dentre eles That's Alright Mama, Baby Let's Play House, I Forgot to Remember to Forget e I'll Never Let You Go (Little Darlin'), mas esperava-se dele algo mais em sua breve carreira e é aí que entra um holandês imigrado nas terras do Tio Sam, um cara chamado Tom Parker, o saudoso Colonel. Este sugeriu que ele deixasse o pequeno selo de Memphis e fosse para uma gravadora maior, a RCA Victor foi o selo por onde a sua carreira, literalmente, aconteceu de verdade, e foi preciso a nova casa comprar o acervo do rapaz de Tupelo na gravadora de Phillips e o levasse para os estúdios da casa em New York e Nashville, no Tennessee em janeiro de 1956 se resultasse no seu primeiro disco após vários compactos. Lançado em 23 de março de 1956, o disco simplesmente chamado Elvis Presley botou seu nome de vez na história da música mundial e mesmo sem ter saído de terras norte-americanas, sendo um sucesso absoluto de crítica e público, levando fãs à loucura por onde ele passava, com seu rebolado que conveteu-se num apelido The Pelvis brevemente, que levou a censurar seu momento de requebrado em uma aparição no programa de Ed Sullivan mostrando ele somente da cintura para cima.![]() |
| "Valeu mesmo a pena o disco? Espero que sim, meu amigo!" |
O disco figura entre várias listas ao longo dos tempos, dentre elas a dos 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, escrita por Robert Dimery, a dos 200 álbuns do Rock and Roll Hall Of Fame e se destaca também na posição de número 56 da lista dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos, organizado pela revista americana Rolling Stone e outras tantas que a gente poderia citar aqui além de ter sido o disco que mais vendeu na história RCA até hoje. A icônica capa de Elvis tocando violão foi clicada por William V. "Red" Robertson num show da cidade de Tampa, na Flórida em 31 de julho de 1955 e virou uma das mais clássicas fotos do músico, inclusive o layout com o título em rosa e verde no estilo Estação Primeira de Mangueira serviram de inspiração para que 24 anos depois os britânicos The Clash lançassem com o estilo da capa o álbum London Calling, mas aí já é outra história. E não é à toa que seu primeiro disco é um dos seus mais cultuados discos ao longo dos anos, que veio a servir de inspiração para gente como os Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan e que trouxe uma nova definição da música pop naqueles tempos em que o radinho de pilha era comum ouvir coisas além dos tradicionais standards do jazz e do blues, transformando desse jeito o rock and roll num dos estilos que mais marcou o século XX até hoje.
Set do disco:
1 - Blue Suede Shoes (Carl Perkins)
2 - Counting On You (Don Robertson)
3 - I Got a Woman (Ray Charles/Renaldo Richard)
4 - One-Sided Love Affair (Bill Campbell)
5 - I Love You Because (Leon Payne)
6 - Just Because (Bob Shelton/Joe Shelton/Sidney Robin)
7 - Tutti Frutti (Dorothy LaBostrie/"Little" Richard Wayne Penniman)
8 - Trying to Get You (Rose Marie McCoy/Charles Singleton)
9 - I'm Gonna Sit Right Down (and Crying Over You) (Howard Biggs/Joe Thomas)
10 - I'll Never Let You Go (Little Darlin') (Jimmy Wakely)
11 - Blue Moon (Richard Rodgers/Lorenz Hart)
12 - Money Honey (Jesse Stone)






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