Um disco indispensável: Thriller - Michael Jackson (Epic Records, 1982)

Se a MTV, a música pop e o universo das megaturnês conseguiram ganhar uma grande projeção nos anos 80, agradeça a Deus pela existência de Michael Jackson, que desde criança era o simples pequeno prodígio do conjunto Jackson 5 e com o passar dos anos, cresceu e apareceu muito na década de 70 e com o fim do contrato que tinham com a Motown, selo que agigantou tanto o nome do grupo quanto o dele mesmo em carreira solo, por onde gravou na casa quatro álbuns solos e após um fim de parceria que achava que iria durar para sempre, o grupo assina com a Epic Records e com a perda do nome Jackson 5, cujos direitos ficaram com a Motown, acabam virando The Jacksons e é em 1978 que Michael planeja sua carreira solo tudo às escondidas dos irmãos e do pai, cujo Michael o via como um homem que o abusava demais violentamente, agredindo ele desde o começo do grupo até que ele não aguentou mais, e é por meio de Diana Ross que o garoto que cresceu diante do público acaba descobrindo um rumo: conhece o produtor e arranjador Quincy Jones e dali se iniciou uma parceria que gerou três álbuns, começando pelo dançante e o último suspiro da era disco Off The Wall (1979), o campeão mundial de vendas e que emplacou 3 temas seguidos no Top 10, Thriller (1982) e por fim, o cheio de estilos e com pegada mais séria, Bad (1987). O blog vai falar sobre o segundo álbum de Michael na Epic e também o segundo com Quincy Jones, que ajudou o Rei do Pop da cidade de Gary, no estado americano de Indiana a vender mais de 50 milhões de cópias neste disco e a faturar oito Grammys em 1984 e receber um dos primeiros Video Music Awards da MTV para Melhor Coreografia, Melhor Performance Geral em Videoclipe e Escolha da Audiência, isso em tempos que não havia internet e que era bem acessível os LPs dos artistas internacionais, e também quando os computadores não tinham as qualidades que o povo necessita atualmente.
Michael Jackson e Quincy Jones com os oito prêmios Grammy
que levaram em 1984 com "Thriller", lançado mais de um ano
antes: ostentação no visual de Michael e nos oito troféus
Quando se fala em Thriller, sempre nos vêm na cabeça as três faixas-chaves do disco, porém, até você ouvir os quarenta e dois minutos de puro suingue, funk, R&B e pop do bom, aí você entenderá porque Jackson foi e mesmo depois de morto, ele ainda é o cara mais importante do pop e para entender o mito e o disco, vamos começando pela faixa Wanna Be Startin' Somethin', com uma base bem pop funky, com baixo e percussão servindo como a principal base da faixa e ainda soando ainda como na época disco music; o bom ainda está para chegar, o caso de Baby Be Mine, tema no qual Jackson pede para sua garota que seja dele mesmo e ainda num estilo bem dançante e cheio de alto-astral e muito gingado, o que se nota muito nos arranjos e na forma de cantar; o momento dueto fica mesmo em The Girl Is Mine, uma disputa de dois homens por uma garota, sendo que Michael disputa a tal garota com nada mais, nada menos que com Paul McCartney e numa levada bem suave, encerrando num modo bem falado; as três primeiras faixas antecipavam o que seria o ponto máximo do disco e davam um gás a mais para que Thriller viesse com tudo, uma letra cheia de aventuras e medo no mundo dos filmes de terror, que também acabou virando um dos clipes mais assistidos na história da MTV e até hoje, assombrando muita gente com aquelas cenas arrepiantes e Vincent Price fazendo aquele vozeirão de locutor de filmes de terror; já Beat It também tem um momento guitar hero no qual Eddie Van Halen faz seu solo arrepiante e marcante, e Michael fazendo uma referência ao estilo West Side Story (Amor Sublime Amor), musical da Broadway e que o jeito de apartar brigas e violências anti-gangues seriam também temas de outras músicas futura; enquanto em Billie Jean, ele acaba sendo mais suave com um arranjo espetacular cheio de batidas de 80 a 130 batidas por minuto, na letra ele fala sobre uma fã que diz ter um filho com o próprio cantor, mas Michael declara que não é filho dele; a suavidade vai reinando no disco, como na balada Human Nature, um pop mais adulto e suave, além de contar com uma levada bem soft com uma atmosfera sensual e acabou conquistando muita gende, sendo regravada mais adiante por Boyz II Men, Miles Davis e por Ivete Sangalo; já em P.Y.T (Pretty Young Thing) conta com um pouco daquele suingue e todo o seu estilo na canção, com a mistura que tem nas duas primeiras faixas do disco, sem errar feio na canção; o pop adulto e o lado suave é o que torna The Lady In My Life, a mais pura balada para encerrar o disco, com uma pitada de "quero mais" deixando tudo bem calmo e leve nos últimos acordes da canção que encerra o disco.
O disco acabou ganhando oito Grammys em 1984, vendendo 100 milhões de cópias só nos Estados Unidos e em 2009 chegou a voltar ao Top 10 dos discos mais vendidos, meses após a morte de Michael em 25 de junho. Aí tudo bem, mas ouvindo por várias vezes o álbum, entenda o quanto o pop através deste disco conseguiu um forte ponto no sentido de inovação e tornando em si o pop mais atraente para o público, e isso se deve também ao produtor Quincy Jones, que já sabia usar bem todos os seus truques de mestre para fazer um disco que agrade a todos, independente de público e crítica e que marque para sempre uma geração, como foi Thriller. Os anos 80 tem muitos discos que servem como trilha sonora da década, mas para muitos, este sim é o disco que marcou a década e atravessou gerações, ganhando novos fãs a cada tempo que passa.
Set do disco:
1 - Wanna Be Startin' Somethin' (Michael Jackson)
2 - Baby Be Mine (Rod Temperton)
3 - The Girl Is Mine (Michael Jackson) - participação de Paul McCartney
4 - Thriller (Rod Temperton/Michael Jackson) - participação de Vincent Price
5 - Beat It (Michael Jackson) - participação de Eddie Van Halen
6 - Bilie Jean (Michael Jackson) 
7 - Human Nature (Steve Porcaro/John Bettis)
8 - P.Y.T. (Pretty Young Thing) (James Ingram/Quincy Jones)
9 - The Lady In My Life (Rod Temperton)

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