Capas de Discos Indispensáveis: Electric Ladyland - The Jimi Hendrix Experience (1968)

Foto de Karl Ferris, antes disponível apenas na edição americana
Pois bem, voltando a falar sobre capas, assunto que eu não tratava por aqui no blog desde que falei sobre as pinturas do holandês Pieter Bruegel que fizeram presença no encarte do disco "Nheengatu" dos Titãs, agora é a hora e a vez de falarmos sobre o mito Jimi Hendrix e uma das capas que ganhou uma tremenda polêmica quando lançada. Uma vez que em 25 de outubro de 1968 foi lançado o disco, com uma capa tão extremamente polêmica, onde 19 mulheres completamente nuas mostram como vieram para o mundo, clicadas por David Montogmery. Porém, Jimi mais o baixista Noel Redding e o baterista Mitch Mitchell haviam feito com duas mulheres com os peitos à mostra e de calça jeans durante um passeio no Havaí e as fotos não agradaram ao próprio ícone da guitarra. Nesse meio-tempo, Hendrix e o Experience estavam em um desgaste, o músico já com vontade de formar uma banda diferente da Experience e de alguns ensaios com músicos, como Steve Winwood, Jack Cassidy, Chris Wood, Al Kooper dentre outros. Foi também o último álbum de estúdio de Hendrix em vida, que morreria em setembro de 1970 após ter sido sufocado pelo seu próprio vômito e deixou um legado sem igual e vários materiais inéditos lançado ao longo destes últimos anos, porém foi graças a estes discos feitos enquanto vivo que se mostrou o verdadeiro gênio em música e arte.
A polêmica foto com 19 mulheres nuas, clicada por David
Montogmery e que foi reutilizada na edição CD nos anos 80
pela gravadora Polydor, apenas disponível na Europa
A primeira capa foi uma mostra de que o nudismo ia muito além dos ensaios da Playboy e de outras revistas que mostravam as mulheres mais à vontade, foi uma ideia maluca do próprio Hendrix, e que do nada, acabou dando certo até. As pessoas que tiveram o prazer de comprarem a edição que continha a lendária foto com as beldades completamente nuas, tiveram sorte de verem elas depois que abriram um lacre todo preto, que cobria a capa para não chamar muita atenção. A proposta original da capa foi sugerida por Hendrix, quando pediu por carta aos executivos da Reprise Records que este pediu expressamente para uma certa Linda McCartney uma foto do grupo sentado com uns meninos em uma escultura de Alice no País das Maravilhas em New York, no Central Park, mas a empresa não foi muito com a ideia: a Reprise utilizou a imagem do rosto do guitarrista em tons de vermelho-amarelo-laranja borroso clicado por Karl Ferris. Já a Track Records, distribuidora inglesa dos discos utilizou tal capa polêmica de David Montogmery com mulheres peladas. O mito das guitarras disse que declarou desgosto e vergonha da capa, declarada pornográfica pelos vendedores de lojas de discos e algumas lojas decidiram usar a capa ao contrário, com fotos da banda clicada pelo próprio Montogmery. Alguns anos depois, com a vinda do formato CD, a Polydor europeia relançou este disco com a capa original (isso nos anos 80), mas com o passar dos anos, foi mais utilizada em todos os países a foto de Karl Ferris. Mas, em 1993, a MCA e a Hendrix Experience, empresa formada pelos familiares de Hendrix que se responsabiliza pelos direitos do músico e que é pela empresa que se passa a permissão do uso das músicas em seriados e filmes, decidiu usar por vez a capa da edição americana para não causar furor demais como já causou em 1968 na Inglaterra. Então, assim se explica a história sobre mais uma das tantas capas de discos indispensáveis do nosso amado rock and roll.

Projeto de arte na versão americana e foto de capa: Karl Ferris
Fotos da versão americana: Linda McCartney (na época, usava seu sobrenome original Eastamnn) e David Sygall
Direção de arte da versão americana: Ed Thrasher
Projeto de arte na versão inglesa: David King e Rob O'Connor
Fotos da versão inglesa: David Montogmery

Comentários

Mais vistos no blog