Um disco indispensável: Sonic Highways - Foo Fighters (Roswell Records/RCA Records/Sony Music, 2014)
Numa entrevista mais recente, o vocalista/músico/produtor/self-made-man Dave Grohl falou sobre os vinte anos da morte de seu amigo Kurt Cobain e sobre ter quase desistido de seguir fazendo música em 1994 "Aquilo foi um tremendo susto, cheguei a largar tudo em meio a morte de Kurt, só que com o tempo, eu escolhi seguir fazendo o que mais gosto e a música foi mais forte.". Pois é, passam-se os anos e olha onde Dave Grohl está hoje: com uma das grandes bandas na qual ele é lider, Foo Fighters, tocando com amigos mais recentes e gigantes do rock n' roll como Joan Jett, Patti Smith, Lemmy Kilmister (Motörhead), Stevie Nicks, Slash, John Paul Jones (Led Zeppelin) e seu ídolo de infância Paul McCartney, na qual chegou a resultar-se em um projeto, mas aí já é outra história; o grupo já tinha mais o que comemorar fora os 20 anos, tanto de Nevermind quanto de In Utero, o sucesso do álbum Wasting Light (2011), que viera a ser lançado no Brasil, aonde fez um show arrebatador no primeiro Lollapalooza brasileiro, na cidade de São Paulo em 2012 e realizar um documentário sobre o estúdio Sound City, aonde foram feitos álbuns como Rumours (1977) do Fleetwood Mac e Nevermind (1991), do Nirvana, álbum que imortalizaria não só o nome do Nirvana na história do rock, mas também a de Kurt Cobain, do baixista Krist Novoselic e de Dave enquanto baterista, além da inclusão de seu antigo grupo ao Hall da Fama do Rock and Roll junto do Kiss e sua reconciliação amigável com a viúva de Kurt, Courtney Love em março recente. Tudo isso prova que Grohl é um nome onipresente no rock and roll recentemente, isso e muito mais do que uma sombra de Kurt Cobain no caminho, e foi logo ter anunciado no ano passado (2013) que estava trabalhando em um material novo que os fãs, a mídia e críticos musicais já aguardavam o que seria este "material novo dos Foo Fighters" e que seria produzido por Butch Vig e o álbum se chamaria Sonic Highways, anunciado em 11 de agosto pelo Facebook e pelo Instagram da banda. O álbum conseguiu trazer uma sonoridade muito diferente do que a banda já fez ao longo de 20 anos, desde que surgiu a banda, meses após o suicídio de Cobain e acabou conquistando fãs, vendendo milhões de discos e fazendo sucesso por onde passam, pelos quatro cantos do mundo, com oito faixas, cada uma gravada em uma cidade americana, como Nova York, Seattle, Los Angeles, Austin, Nashville, New Orleans, Chicago e Washington D.C. e ainda com uma série de oito episódios exibidos pela emissora HBO e no Brasil será exibido pelo Canal Bis.
O álbum começa com um acorde que nos remete ao tema Holy Diver, de Dio, e essa pegada logo na faixa de abertura Something From Nothing, já nos dá uma impressão que as músicas leves com peso nas guitarras já não é comum demais nas músicas do grupo, ainda soa como sempre; passando direto para The Feast and The Famine, o grupo consegue atravessar uma expectativa de um disco mais ou menos ou fraco demais, porém os solos arrebatadores e a presença dos Bad Brains, banda pioneira do hardcore no final dos anos 70 para o início dos 80 acabam dando um gostinho de como os caras, trazendo ídolos, acaba dando num excelente resultado de experiências musicais; o que se esperar de temas tão massacrantes como Congregation, onde às vezes, Grohl sabe quando evitar e quando não se deve evitar fugir da qualidade e do exagero, embora um pouquinho de country não faria mal ao disco, já que Zac Brown trouxe o som de Nashville mais próximo ao grupo e aos fãs, e Dave Grohl agradecem (ou não) a Brown pela conexão country-rock; já em What Did I Do?/God As My Witness, onde uma letra que soa como cinematográfica, meio hollywoodiana já bem mais fora do que o grupo sempre fez ao longo desses vinte anos; logo em Outside, o que se tem muito de Foo Fighters de sempre, tem também uma linha mais sequencial, com um solo de guitarra de Joe Walsh (ele mesmo!!!!), e uma batida bem crua; a música In The Clean, traz atmosferas bem jazzísticas, uma mistura de hard rock com jazz que não é muito benquista por bandas mais puristas do rock n' roll, além de carregar todo o peso nas guitarras, Dave, Chris Shiflett, Nate Mendel, Pat Smear e Taylor Hawkins contaram com o apoio luxuoso de (busquem depois verem algo deles) The Preservation Hall Jazz Band, e aí o fato dessa música ter sido gravada em New Orleans, terra da música, em geral do jazz; aí vem o momento mais esquisito e um tanto desconfiante, as músicas longas que encerram o disco: outra sequência, a primeira, Subterranean, já dá uma impressão de que já não carrega a sonoridade do álbum que se manteve ao longo das seis faixas anteriores, nem a presença de Ben Gibbard conseguiu salvar a música; já I Am a River, gravada na maior metrópole do universo (New York), ainda pode escapar do medianismo, já que o peso sonoro dos anos 70/80/90 surge à tona, e não porque Dave contou com a ajudinha da madrinha e aliada Joan Jett, mas porque sabe que era hora da banda seguir um rumo diferente do qual já percorreram, e isso acabou sendo ótimo, embora alguns críticos e entendedores de música (eu sou um deles, ok?!) não tenham entendido muito qual era a do Sonic Highways até agora.
Enfim, um disco, já tentando mostrar um grupo que tenta mostrar um amadurecimento musical muito diferente, embora o público não compreenda qual é a proposta do álbum e muito menos se foi necessário mudar para conquistarem fãs novos ao redor do mundo. Já que Dave Grohl é um dos mais bem-sucedidos rockstars, sabe bancar bem empreitadas relacionadas a música, como documentários e até o próprio selo Roswell Records, e sempre lembrado pelo que fez no Nirvana ao lado de seu eterno amigo Kurt Cobain. Ou como eu já disse, os Foo Fighters e Grohl em especial já tem muito mais o que comemorar nesses últimos dois ou três anos.
Set do disco:
1 - Something From Nothing (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
2 - The Feast and The Famine (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
3 - Congregation (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
4 -What Did I Do?/God As My Witness (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
5 - Outside (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
6 - In The Clean (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
7 - Subterranean (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
8 - I Am a River (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
O álbum começa com um acorde que nos remete ao tema Holy Diver, de Dio, e essa pegada logo na faixa de abertura Something From Nothing, já nos dá uma impressão que as músicas leves com peso nas guitarras já não é comum demais nas músicas do grupo, ainda soa como sempre; passando direto para The Feast and The Famine, o grupo consegue atravessar uma expectativa de um disco mais ou menos ou fraco demais, porém os solos arrebatadores e a presença dos Bad Brains, banda pioneira do hardcore no final dos anos 70 para o início dos 80 acabam dando um gostinho de como os caras, trazendo ídolos, acaba dando num excelente resultado de experiências musicais; o que se esperar de temas tão massacrantes como Congregation, onde às vezes, Grohl sabe quando evitar e quando não se deve evitar fugir da qualidade e do exagero, embora um pouquinho de country não faria mal ao disco, já que Zac Brown trouxe o som de Nashville mais próximo ao grupo e aos fãs, e Dave Grohl agradecem (ou não) a Brown pela conexão country-rock; já em What Did I Do?/God As My Witness, onde uma letra que soa como cinematográfica, meio hollywoodiana já bem mais fora do que o grupo sempre fez ao longo desses vinte anos; logo em Outside, o que se tem muito de Foo Fighters de sempre, tem também uma linha mais sequencial, com um solo de guitarra de Joe Walsh (ele mesmo!!!!), e uma batida bem crua; a música In The Clean, traz atmosferas bem jazzísticas, uma mistura de hard rock com jazz que não é muito benquista por bandas mais puristas do rock n' roll, além de carregar todo o peso nas guitarras, Dave, Chris Shiflett, Nate Mendel, Pat Smear e Taylor Hawkins contaram com o apoio luxuoso de (busquem depois verem algo deles) The Preservation Hall Jazz Band, e aí o fato dessa música ter sido gravada em New Orleans, terra da música, em geral do jazz; aí vem o momento mais esquisito e um tanto desconfiante, as músicas longas que encerram o disco: outra sequência, a primeira, Subterranean, já dá uma impressão de que já não carrega a sonoridade do álbum que se manteve ao longo das seis faixas anteriores, nem a presença de Ben Gibbard conseguiu salvar a música; já I Am a River, gravada na maior metrópole do universo (New York), ainda pode escapar do medianismo, já que o peso sonoro dos anos 70/80/90 surge à tona, e não porque Dave contou com a ajudinha da madrinha e aliada Joan Jett, mas porque sabe que era hora da banda seguir um rumo diferente do qual já percorreram, e isso acabou sendo ótimo, embora alguns críticos e entendedores de música (eu sou um deles, ok?!) não tenham entendido muito qual era a do Sonic Highways até agora.
Enfim, um disco, já tentando mostrar um grupo que tenta mostrar um amadurecimento musical muito diferente, embora o público não compreenda qual é a proposta do álbum e muito menos se foi necessário mudar para conquistarem fãs novos ao redor do mundo. Já que Dave Grohl é um dos mais bem-sucedidos rockstars, sabe bancar bem empreitadas relacionadas a música, como documentários e até o próprio selo Roswell Records, e sempre lembrado pelo que fez no Nirvana ao lado de seu eterno amigo Kurt Cobain. Ou como eu já disse, os Foo Fighters e Grohl em especial já tem muito mais o que comemorar nesses últimos dois ou três anos.
Set do disco:
1 - Something From Nothing (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
2 - The Feast and The Famine (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
3 - Congregation (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
4 -What Did I Do?/God As My Witness (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
5 - Outside (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
6 - In The Clean (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
7 - Subterranean (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
8 - I Am a River (Dave Grohl/Chris Shiflett/Nate Mendel/Pat Smear/Taylor Hawkins)
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