Discografia Indispensável: Julieta Venegas

Nosso blog hoje vai falar de uma das atuais representantes da música latina e do pop-rock latino, Julieta Venegas, que tem 5 Grammy Latinos e 1 Grammy Award por Best Latin Pop Album, além de 6 Los Premios MTV e fãs pela América Latina, em especial no Brasil, onde ganharia repercussão após o álbum "Limón Y Sal" de 2006 e também é multiinstrumentista, afinal, Julieta toca guitarra, piano, violão, cavaquinho, ukulele, acordeom, teclados e o que mais imaginar. A menina dos olhos meigos e do rosto simples chamada Julieta Venegas Percevault nasceu no dia 24 de novembro de 1970 em Long Beach, na Califórnia, mas a sua famíla toda é mexicana e conta com quatro irmãos e uma irmã gêmea. Quando mais criança, a família, inclusice seus pais Julia Edith Percevault e José Luis Venegas, fotógrafos, acabaram se mudando para a cidade mexicana de Tijuana e acabou sendo a única da família a entrar na música, embora tenha pegado o gosto por fotografar pelos pais, pois tanto na estrada quanto nos shows , ela registra os melhores momentos, pois desde pequena, fazia cursos de pintura, balé e piano e cresceu apreaciando música, tendo como seus ídolos Suzanne Vega, David Bowie, Prince e Charly García. Sua carreira iniciaria-se nos anos 90 enquanto partia para realizar alguns projetos no começo da década, enquanto se juntava com alguns amigos do grupo de ska-rock Tijuana No!, da qual faziam parte também sua amiga Ceci Bastida, Alejandro Zúñiga e Luis Güereña, após participar do começo da banda (na escola, quando o grupo chegou a ser chamado de Radio Chantaje) e colaborado com a letra de "Pobre de Ti", parceria com Zúñiga que acabou virando suesso posteriormente. Como estava partindo para outros rumos, acabou trabalhando no núcleo de teatro, mas não atuando, para que futuramente estivesse nas novelas da Televisa que aqui passam na emissora SBT, mas trabalharia fazendo músicas para teatro, como "Sirenas de Corazón", de Edward Coward e ganhou uma premiação da Mostra Internacional de Cine de Nuevo León, mas não a satisfez como grande artista. Só mesmo em 1995, quando partiu para a capital mexicana e começou a formar uma banda chamada La Milagrosa, que após tocar em locais de nome, acabou se dissolvendo rápido, fazendo com que partisse para a carreira solo, e assim conquistando um contrato com a BMG Music mexicana em 1996. 
O seu primeiro disco foram meses de trabalho até ser lançado em 1997, intitulado "Aquí" e com 12 faixas, dentre elas, "Como Sé", "De Mis Pasos", "Andamos Huyendo" e "Esta Vez", a última, que passou despercebida, seria só reapresentada anos depois, conta com a produção de Gustavo Santaolalla e foi lançado também na Espanha e alguns países sul-americanos. Sua primeira turnê solista, acabou levando ela para a primeiro edição do festival mexicano "Vive Latino" e no Rock al Parque de Bogotá, na capital colombiana e entre outros, além de ter iniciado o processo de criação do seu próximo álbum, intitulado "Bueninvento" a partir do verão de 1999, com a ajuda dos produtores Gustavo Santaolalla e do americano Joe Chiccarelli. O disco foi lançado a partir de 2000, depois de colaborar no filme "Amores Cachorros" (título original: Amores Perros) com o tema "Amores Perros (Me Van A Matar)", em parceria com Emmanuel de Real e Quique Rangel, o tema não esteve no disco, mas também não conseguiu tanta popularidade como os outros temas "Hoy no Quiero", "Siempre En Mi Miente", "Sería Feliz" e também "Enero Y Abril", o disco levou-a para o público argentino e também fez a receber premiações como o Grammy Latino. Entrando num ciclo diferente entre três anos que se separam de cada álbum, ela acaba trabalhando por um ano e entra em meio à shows pelo México e pelo mundo todo, inclusive na América, ela começa a trabalhar no seu terceiro álbum intitulado "Sí", lançado em 2003 e sendo lançado na América toda, graças ao sucesso de "Andar Conmigo", "Algo Está Cambiando", "Lo Que Pidas" e de "Lento", um dos maiores sucessos da carreira dela. O disco recebeu indicações ao Latin Grammy e ao Los Premios MTV, participando também de um disco-tributo a Joaquín Sabina, além de participar do show El Sueño, em homenagem a Salvador Allende, no Estadio Nacional de Santiago, no Chile e nesse mesmo Chile, no festival Viña Del Mar, feito um grande show. Em 2005 dá uma pausa para poder trabalhar em seu próximo álbum, desta vez, sem Santaolalla, mas com outro argentino de nome, Cachorro López, que havia produzido "Sí", fruto desta parceria: o próximo álbum seria um dos clássicos do pop latino e também, o maior disco da sua carreira, intitulado "Limón Y Sal", que foi lançado aqui no Brasil no começo de 2007, mas foi no ano anterior que o disco foi lançado, puxado pelos sucessos "Me Voy", "Primer Día" que conta com Dante Spinetta (Ilya Kuriaki and The Valderramas), "No Seré", "Canciones de Amor" e a faixa-título, que levou-a ao topo das paradas latinas, junto de "Me Voy" e "Primer Día", o disco levou um Grammy de Best Latin Pop Album e premiações do Grammy Latino e do Los Premios MTV.
Sua forma colaborativa fez que ela ajudasse musicalmente em 2007, mantendo-a onipresente a cada vez que colabora, seja com a rapper espanhola La Mala Rodríguez em "Tiempo P'a Pensar" ou com o grupo argentino Miranda! em "Perfecto", ela conseguia fazer da sua ajuda, um sucesso atrás do outro, até chegar aos dez anos de carreira musical bem-vividos em 2008, gravando um "MTV Unplugged", formato do qual já participou, no do cantor argentino Diego Torres (2004), cantando "Sueños", e no de Lenine (2007) cantando "Miedo". O MTV Unplugged já deixou de ser aquele formato grandioso que popularizou muita gente no Brasil, inclusive o grupo mexicano Maná (1999), que foi um dos Unpluggeds latinos mais vendidos até hoje, fora o do Soda Stereo (1996), mas o seu foi aclamado por público e crítica, levando ela a fazer shows pela primeira vez no Brasil, afinal, seu "MTV Unplugged" contou com os arranjos de um brasileiro conhecido: o violoncelista Jacques Morelembaum (trabalhou com Antonio Carlos Jobim, Caetano Veloso, Ira!, etc.) e com as participações de amigos, como o produtor de seus dois primeiros discos, Gustavo Santaolalla, o cantor Juan Son, além de La Mala Rodríguez e de Marisa Monte, de quem Julieta era muito fã desde os anos 90, na música bilíngue "Ilusíon" e amigos não foi o que faltou em sua banda, como a multiinstrumentista Natalia Lafourcade e Ceci Bastida nos pianos, além de temas inéditos como "El Presente", "Algun Día" e "Mira La Vida". O "Unplugged"  acabou levando a ela à popularidade no Brasil de vez, depois da parceria com Marisa, mas também a outras parcerias mundiais, como Nelly Furtado, no álbum hispânico "Mi Plan" nas músicas "Vacación" e também numa música na qual Nelly, Julieta e La Mala cantam juntas em "Bajo Otra Luz", que fez muito sucesso. Em 2009, após meses de turnê e até de performances, como no Prêmio Nobel da Paz, em Oslo (Noruega) e de ganhar dois Latin Grammys, ela dá uma pausa para poder trabalhar em seu próximo álbum, agora com um estúdio em casa, ela pôde realizar a produção de seu trabalho, que teve sua concepção em todo o ano, contando com Cachorro na produção e a colaboração de mais argentinos, como Alejandro Sergi, do Miranda!, em "Bien O Mal" e de Adrián Dárgelos, do Babasónicos em "Debajo de Mi Lengua", além de temas como "Despedida", feita após ter escutado José Alfredo Jiménez e ter pensado como é se despedir de alguém, já outros temas como "Ya Conocerán", "Original" e "Amores Platónicos" estavam disponíveis para escuta em seu MySpace e o disco sairia em março de 2010, com grande sucesso e repercussão dos temas citados anteriormente, levando a ser lançado no Brasil com enorme sucesso, em julho, daria luz à uma menina chamada Simona, mas isso não fez que ela rompesse a vida familiar com a vida artística, embora ela já estava se preparando para mais desafios na estrada e shows, fazendo shows pelo Brasil no ano seguinte, com direito a apresentação no programa Altas Horas, apresentado por Serginho Groismann. Estrada, internet, filha, fãs, viagens são as palavras que a tornam realizada pessoalmente e artisticamente, quando menos se esperava, todo o sucesso dela que esperou por 6 anos, desde que partiu de Tijuana e passou por muita coisa em Monterrey até chegar na Cidade do México tocando em casas pouco faladas até receber o convite da BMG Music e da Ariola para assinar um contrato de oito anos, até permanecer na casa, quando a partir de 2005, virou Sony-BMG e em 2009, apenas Sony Music, selo que ela tanto ama fazer parte, agora, seu último trabalho, intitulado "Los Momentos", que contou com o lançamento de um clipe da música "Te Ví", meses antes do lançamento, logo após o lançamento do primeiro single "Tuve Para Dar", anunciado em seu Twitter, assim como o nome do seu próximo disco e desta vez, não foi produzido por Cachorro López e sim por um mexicano conhecido no meio musical, chamdo Yamil Rezc. O disco contava com ares mais melancólicos, mais puxado por teclados, sintetizadores, algo mais indie-pop, mais deixando de lado o velho jeito de fazer canções, mas ainda continuava a mesma forma de cantar, embora a suavidade vocal tenha acontecido mais por causa da vinda de sua filha, e também mais pro electropop, que nos fizesse voltar ao pop oitentista, o diso acabou sendo o maior sucesso da América, realizando sua 3ª passagem brasileira no festival Telefônica Sonidos, ana qual teve Fernanda Takai como convidada, cantando alguns temas, como "Dulce Compañía" (Limón Y Sal, 2006) e outros, além de repercussão imensa do seu álbum, quando esteve aqui no nosso país para divulgar.
Em suma, a discografia é algo diferente do que se pode ouvir de qualquer cantora latina, pode ser até muito mimimi na voz e nas letras, mas sua criatividade mostra um talento único e que pode até ser algo não tão esperado, quando se trata de Paulina Rubio e de Thalía, ambas mexicanas, mas com um pop mais conhecido e comercial. Mas, sem comparação, esta é uma discografia que vale a pena ouvir por várias vezes. Confira sobre os discos abaixo:

Aquí (BMG Music/Ariola, 1997)
Sempre se deve perceber o fato de que a maioria dos artistas que estreiam, às vezes se pensa o que pode acontecer depois que uma grande artista latina de nome, conseguir algo importante. Diferente de várias cantoras pop latinas, Julieta seguiu um rumo diferente, não só como cantora, mas também como compositora e multiinstrumentisa, acabou fazendo um belo trabalho em seus seguintes álbuns, mas no primeiro conseguiu mostrar o seu cartão de visita, com sucessos que levaram ela ao topo das paradas, como "De Mis Pasos", "Como Sé", "Andamos Huyendo", "Oportunidad" e a despercebida "Esta Vez", que é apenas uma música piano-e-voz, estilo baladas normais, só que um pouco mais clássicas. O trabalho também acabou levando ela ao patamar que hoje está presente, levando-a a encher por várias vezes, o Auditorio Nacional e ao primeiro Vive Latino, em 1998. O disco é ótimo por completo, ela conseguiu mostrar o que é ser uma cantora, compositora e multiinstrumentista completa, também com um pouco de mistura da música pop com o que se fazia de moderno no México, tudo do seu jeito, e isso contando com a ajuda de um argentino chamado Gustavo Santaolalla, o produtor do disco e parceiro de sempre. Também conta com uma faixa interativa disponível para conferir via computador, algo novo para os artistas latinos naquela época, inclusive Julieta.

Bueninvento (BMG Music/Ariola, 2000)
Após o grande sucesso do primeiro álbum, Julieta conseguiu algo mais do que apenas premiação e fãs, conseguiu alcançar um público que jamais imaginava que iria conseguir, algo que outras cantoras hispânicas, como Thalía, Shakira e outras conseguiram rapidamente, e isso também se deve ao sucesso de Bueninvento em vários países hispânicos, como na Espanha, onde já conseguira sucesso. O disco contou com Santaolalla de novo na produção, mas teve o americano Joe Chiccarelli e também Anibal Kerpel, que fizeram um trabalho ótimo e conseguiram fazer mais um sucesso na carreira de Julieta. Os temas que se destacam são "Hoy No Quiero", já com um pouco de levada folk, "Sería Feliz" que parece ter uma atmosfera mais pop, algo mais comercial que se pode chegar ao pop do nível mais internacional, embora ela seja mais para um pop-rock alternativo, algo que se expandiria no começo do milênio, sem deixar de lado temas como "Siempre En Mi Miente", "Enero Y Abril", "Todo Inventamos" e a faixa-título. O disco também seria considerado um sucesso de crítica, afinal, ela recebera elogios de muitos especialistas em música pop latina e também por revistas, mas seu sucesso ainda tinha que se expandir mais além da fronteira, o que ocorreria no disco seguinte.





(BMG Music/Ariola, 2003)
O disco anterior havia levado Julieta ao público latino inteiro, exceto no Brasil. Mas, o terceiro disco fez ela alcançar popularidade, com um som mais pop e mais diferente dos dois álbuns, e isso se deve a presença forte de batidas pop modernas e também de violões, acordeon, teclados e da colaboração de Cachorro López, aclamado produtor argentino e de outro argentino popular, Coti Sorokin, autor de temas pouco conhecidos na época, como "Antes Que Ver El Sol", acabaria colaborando em "Lento", "Andar Conmigo", o tema que a levou para o topo das paradas, "Algo Está Cambiando", já de levada mais suave como as suas canções de sempre, "Mala Memoria" e "Oleada", a faixa que encerra o disco que dá uma sensação de que fazer músicas mais "lentas", ou baladas, ainda dá pra sentir que é a mesma Julieta de sempre, fazendo seu pop moderno, alternativo e popular. O disco foi gravado em dois países: Argentina e Espanha, o último país foi onde se iniciou o processo de criação do trabalho entre Julieta, Coti e o irmão Matías Sorokin, e na Argentina foi onde terminou boa parte do trabalho. O disco apresenta letras de características mais românticas, doces, sentimentais e já com um pop mais para o eletrônico, influenciada por ritmos como downtempo e trip-hop e uma capa criativa, na qual Julieta se veste de noiva na capa em um fundo cor-de-rosa, fazendo pose de "dedinho na boca", usando uma típica luva de noiva e na contracapa, aparece vestida de noiva com uma jaqueta esportiva verde em meio à chuva de arroz e um buquê, e na última página do encarte, ela arremessa arroz em si mesma. Enfim, o sucesso pôde dizer "Sí" ao trabalho de Julieta.


Limón Y Sal (Sony-BMG/Ariola, 2006)
O sucesso estrondoso de "Sí" (2003) foi enorme, que, graças ao esforço de Cachorro López, acabou ganhando um resultado ótimo para que possam seguir o rumo de produzir um possível sucessor, que acabara lhe rendendo um Grammy Awards de Melhor Álbum Pop Latno e um single na Europa, além de premiações da MTV Latina e por revistas de música, elegendo-a em Melhor Álbum do Ano 2006. O disco foi gravado durante todo o ano de 2005, mantendo o mesmo jeito de fazer sua música, acrescentando um pouco de reggaeton, rap e também com misturas latinas, como se pode ver em "Me Voy", uma valsa romântica com toda a sua sutileza, o reggaeton e o rap caminham juntos em "Primer Día", feita com Dante Spinetta, ex-Ilya Kuriaki and The Valderramas , então em carreira solo desde a separação em 2001, que fez presença na música, o rap também trouxe outra presença nas letras e na voz, em "Eres Para Mí" foi a vez da chilena Anita Tijoux inserir sua voz  e seus versos, além de um dos tantos temas que são perfeição, como a suave bossa em versão mais latinizante "De Que Me Sirve", "No Sere", a faixa que abre o disco, mistura um pouco de folk e de pop melódico "Canciones de Amor", a faixa-título, carregando ares mais sotisficados e delicados, como em qualquer canção tipo "balada", "Mírame Bien" já traz um pouco do jeito de cantar pra cima, "No Sere", e também uma regravação de "Sin Documentos", de Andrés Calamaro e Los Rodríguez para encerrar com estilo. O álbum foi eleito um dos maiores álbuns latinos da década, e concordo com as revistas e premiações de que o álbum é um dos melhores álbuns latinos feito durante a década 2000/2009. O álbum mostrou muito mais do que misturas, mostrou o que Julieta pode fazer em 13 músicas, mais a regravação recheado de limón y sal.


MTV Unplugged (Sony-BMG, 2008)
Dez anos de carreira musical bem celebrados, após a coletânea "Realmente Lo Mejor" (2007) que resumiu em 12 faixas, o que ela fez de bom e de perfeito em apenas 10 anos de música. Mas a celebração não pararia, porque estava na hora de deixar um pouco as batidas eletrônicas e apelar mais pro original, pro formato que já trouxe grandes números (de público e vendagens) a se consagrarem, deixando de lado o peso total e o exagero comum, como o guitarrista, Deus e cantor Eric Clapton, o grupos 10.000 Maniacs (1993), até os então desmaquiados Kiss (1996), a cantora Mariah Carey (1992) e na América, o formato acústico da MTV foi bem representado pelos mexicanos do Maná (1999), os chilenos do Los Tres (1996), os ídolos do rock argentino Charly García (1995) e Luis Alberto Spinetta (1997), os conterrâneos de Maná e Julieta, Café Tacvba (1996), o trio argentino Soda Stereo e os brasileiros Titãs (1997), Gilberto Gil (1994), Rita Lee (1998), Engenheiros do Hawaii (2004), Charlie Brown Jr. (2003), Moraes Moreira (1995) e o grupo Legião Urbana (1992, lançado só em 1999) e a de Lenine (2007), na qual Julieta foi convidada para cantar "Miedo". Mas, la señora Venegas não estava só, contou com a ajuda da multiinstrumentista Natalia Lafourcade, a argentina Mariana Baraj, a trompetista Sol Pereyra, a tecladista, pianista e ex-Tijuana No! Ceci Bastida, além da sua banda de base: Ariel no baixo, Eddie na bateria e Silvano nas guitarras, mas contou com a presença de alguém mais importante: um maestro, orquestrador e violoncelista brasileiro chamado Jacques Morelembaum, na orquestração e nos arranjos, foi um dos tantos que colaborou nas músicas, para que ganhassem um pouco mais de delicadeza e de suavidade, o que acabou fazendo muito sucesso. Foi com regravações de onze temas, como "De Mis Pasos" e "Como Sé" (Aquí, 1997), "Sería Feliz" (Bueninvento, 2000), "Andar Conmigo", "Lento" e "Algo Está Cambiando" (Sí, 2003) e "Limón y Sal", "Mírame Bien" e "Me Voy" (Limón Y Sal, 2006), além de quatro temas inéditos, como "Algun Día", "Mira La Vida", "Ilusión" e "El Presente", que têm um quê de perfeccionismo, nas letras e nos arranjos. O disco contou com presenças ilustres, além das convidadas na parte da banda, a cantora Marisa Monte em "Ilusión", parceria bilíngue feita especialmente para o Unplugged, o ponto forte também quando as duas cantam juntas, uma cantando em um idioma diferente; a presença de Gustavo Santaolalla, produtor dos dois primeiros discos, tocando banjo na outra inédita, "Algun Día", com levada mais country e com um pouco de sonoridade oldie, como no final do século 19 e começo do século 20; o solo de cello de Jacques  Morelembaum em "Como Sé",  dá um pouco de sotisficação simples e mais clássica, assim como o Cuarteto Latinoamericano, presente em todo o Unplugged, acrescenta um pouco de cordas em "Esta Vez", na qual só conta com voz-e-piano de Julieta, assim como em "Lento", onde ela (ao piano, de novo) e Ceci cantam, com orquestra e poucos músicas; a rapper espanhola La Mala Rodríguez acrescenta os versos de "Tiempo Pa' Pensar", que Julieta havia gravado antes, em "Eres Para Mi", na qual substitui os versos originais de Anita Tijoux, a rapper chilena que havia participado antes na versão de "Limón y Sal" (2006) e o cantor Juan Son em "De Mis Passos", com um pouco de piano ao estilo dos filmes de terror dramático, sem a presença do acordeon de Julieta, mas com um dueto imperdível. O "Unplugged" marcou a sua carreira, levando enfim, ao público brasileiro depois do despercebido dueto com Lenine, e isso graças ao ombro amigo de Marisa e é também um dos melhores "MTV Unplugged" que se foi feito na América Latina, com perfeição e juntando aquelas canções da Julieta que jamais saem de nossos ouvidos.

Otra Cosa (Sony Music, 2010)
O quinto álbum de estúdio, desde "Limón y Sal" (2006), trouxe uma Julieta mais suave, com um pouco de batidas eletrônicas e de argentinidade no álbum, começando pelos parceiros Alejandro Sergi e Adrián Dárgelos e o produtor Cachorro López, que acabou sendo o colaborador principal de todas as músicas, embora também tenha um pouco da influência de Jacques nos arranjos musicais. O álbum conta com 12 temas sotisficados, alguns até mais pop, como "Otra Cosa", que remete a batidas oitentistas e retrô, "Despedida", composta após ter escutado José Alfredo Jiménez e ter pensado como é se despedir de alguém, além de "Amores Platónicos", que já parece ter algo relacionado aos primeiros discos e também a temas de álbuns como "Sí" (2003) e "Limón Y Sal" (2006), além das bases suaves de "MTV Unplugged" (2008). No MySpace dela, desde janeiro ou fevereiro, ela havia disponibilizado temas do novos, como "Bien O Mal", feita com Alejandro Sergi (Miranda!), parceria que deu muito certo, assim como foi com Adrián Dárgelos, do Babasónicos em "Debajo de Mi Lengua", além dos temas como "Revolución", que chega a soar como um tema antigo, uma marcha, puxada por um coro feminino no refrão, "Ya Conocerán", que foi apresentada no MySpace, também de atmosfera mais pop, "Un Lugar", com um pouco do ritmo de cumbia e "Eterno", mais com percussões e batidas, além do onipresente acordeon. Após o álbum, a cantora, enquanto estava em turnê, deu uma pausa para poder dar luz à sua filha Simona, nascida em sua casa, na Cidade do México. O disco já é uma preciosidade de tudo o que já fez em sua carreira, com um pouco do pop retrô oitentista, e também com um quê de argentinidade, nas parcerias e na produção, um álbum bom que marcou o começo desta década de 2010.

Los Momentos (Sony Music, 2013)
Três anos se passam, desde o último álbum de estúdio, quando nasceu sua filha Simona, de uma turnê aplaudida por onde passo, inclusive no Brasil com direito a apresentação no programa global da TV, Altas Horas, até encerrar mais uma tour e entrar em estúdio em 2012, onde desta vez, o trabalho seria muito diferente do que seus últimos álbuns, mas que tinha um pouco de referências eletrônicas e pop do álbum "Sí" (2003), já apelando para um pop mais inde. O álbum já traz uma atmosfera pop, que Julieta tinha flerte desde o começo da carreira, mais eletrônico e menos com misturas de ritmos latinos, apelando mais para o indie-pop, o electropop e a música minimalista, com a produção dela e de Yamil Rezc, o primeiro álbum sem a produção de Cachorro López desde "MTV Unplugged" (2008), já que o produtor Yamil Rezc, especialista no circuito indie, era mexicano e o disco, não tinha mais a presença argentina que já era costume desde o primeiro álbum. Embora, nada tenha prejudicado o álbum, nem a presença das velhas conhecidas Natalia Lafourcade e Ceci Bastida, além da colaboração de Rubén Albarrán, do Café Tacvba e da rapper chilena Anita Tijoux; o disco conta com temas baseados na situação do México, antes e depois, ainda com críticas dos problemas econômicos e políticos do país, de um ponto de vista mais emocional. Ouvindo temas como "Te Vi", "Hoy", "¿Por Qué?", que ainda traz um pouco da presença do acordeon e da leveza melódica nos temas, "Vuelve", o dueto em parceria com Tijoux e Albarrán, até conta com um pedido para que a pessoa volte para a cidade e que não se deixe enganar pelo medo, seria uma referência para que o povo voltasse a morar nas terras mexicanas, embora estejam vivendo pelos Estados Unidos em busca de oportunidades? Não se pode parar de ouvir temas muito emblemáticas, como "Tuve Para Dar", que foi o primeiro single do álbum lançado na virada de 2012 para 2013, dias depois que iria rolar o tal "apocalipse", o "fim do mundo" previsto pelos maias, mas também, é um tema que mostra o que retratava-se nos mexicanos, que estavam vivendo tempos difíceis, o que já se pode ver em outros temas do álbum, mas prova que "Los Momentos" podem ser outros, futuramente, como na faixa-título, que conta com os arranjos de orquestração de Jacques Morelembaum. O disco, com uma influência mais pop eletrônico, com letras mais melancólicas, mostra uma Julieta de voz mais suave "Isso, de cantar mais suave e delicado, deve ter sido depois que minha filha (Simona) nasceu. Ainda que meu jeito de cantar ainda tenha agradado a muita gente, e isso também pelo fato da violência no México ter crescido muito também", disse após lançar o álbum, que ganhou ótima repercussão e foi lançado no Brasil durante sua apresentação no festival Telefônica Sonidos, em Belo Horizonte, com a presença de Fernanda Takai. É um disco que fez muito ouvido na América no ano de 2013, já sendo algo que se faz muito na Inglaterra e no resto da Europa, mas com um pouco de tempero latino, que acaba virando perfeição, ainda mais feito por Julieta Venegas.

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