Discografia Indispensável - Led Zeppelin

A década de 1960 estava chegando ao seu fim, e algumas bandas estavam precisando perceber que o tempo destes já estava chegando, mostrando assim que novas bandas poderiam ter o espaço que precisavam naquela época, e dentre as bandas que surgiram na Inglaterra após o sucesso dos grupos The Beatles, The Rolling Stones, The Who, The Yadbirds, The Animals entre outros. A partir da explosão psicodélica em 1967, bandas buscavam seguir um rumo diferente, dar cores ao som, a uma nova onda que surgiria e foi logo quando James Patrick Page, mais conhecido como Jimmy Page, tentou reerguer o seu antigo grupo The Yadbirds, só que com uma nova formação, chamando Steve Mariott, dos Small Faces e Steve Winwood, do Traffic: ambos deixaram a banda antes mesmo de ser formada definitivamente. Logo, Page foi atrás de músicos, dentre eles, o baixista e arranjador John Paul Jones, que estava trabalhando com vários artistas naquela época, como os Rolling Stones na orquestração de “She’s a Rainbow”. A partir de algumas indicações, o nome do baterista, Page tinha em mente John Henry Bonham, da Band of Joy, e do vocalista foi uma indicação de Terry Reid, que havia recusado o convite de Jimmy para cantar na banda, esse nome seria Robert Anthony Plant (ele e Bonham eram amigos desde jovens): pronto, estava formado o “New Yadbirds” que Page planejava durante 1967 e 1968. O grupo seria este, embora a banda estava com dificuldades para usar o nome de New Yadbirds, dizem que um nome ideal veio de Keith Moon, ao ver a banda, disse que o som era pesado como um zepelim de chumbo e foi daí que veio o nome da banda Led Zeppelin, que estreou em 1968 num show na Dinamarca e depois lançariam o seu primeiro disco a partir de janeiro do ano seguinte. Na década de 70, por onde passavam, lotavam ginásios e seus discos venderiam feito água em todo o mundo, já tiveram sua turnê registrada em um filme chamado The Song Remains The Same, e quando parecia tudo dar certo, Robert Plant sofre com a morte do seu filho Karac, falecido por um vírus: foi por um bom tempo que a banda ficou em pausa até o meio de 1978, quando se trancaram no Polar Studios, os estúdios do ABBA em Estocolmo (Suécia) e lá preparariam um disco que marcaria o retorno triunfante, que seria lançado em 1979 junto de um show da banda no festival de Knebworth, no país da banda e em breve começaria a turnê de regresso da banda após a pausa. Em outubro de 1980, a banda estaria se preparando para uma turnê americana, e após horas de ensaio, o baterista John Bonham foi descansar um pouco depois de tomar quarenta doses de vodka e foi dormir à meia-noite, só que não conseguiria mais acordar. Era tarde demais, Bonzo estava morto desde a madrugada e após a sua morte, a banda encerraria de vez as atividades e Plant desistiria definitivamente de reerguer a banda, afinal, a banda não era mais a mesma desde 1977 e cada um foi tomando seu rumo. Os três membros vivos já se reuniram várias vezes, como em 1985 no Live Aid, na Filadélfia (EUA) e na festa de quarenta anos da Atlantic Records, com o filho de Bonzo, Jason Bonham na bateria e em 2007 para alguns shows em Londres na O2 Arena, na qual resultariam-se em um registro só lançado em 2012 em CD e DVD chamado Celebration Day. A banda já lotou milhares de estádios pelos Estados Unidos, pela Europa e por vários países, vendeu mais de 300 milhões de discos e foram concebidos pela revista americana de música Rolling Stone como uma das bandas mais pesada de todos os tempos.
Sua discogafia é uma das mais ouvidas e uma das mais conhecidas na história do rock, foram os primeiros a superarem o grupo The Beatles em vendas na década de 1970, com temas ótimos, produção ótima e uma sonoridade pesada que futuramente influenciaria uma geração com o passar das décadas e trazendo um jeito diferente e muito original, o que poucas bandas faziam no final dos anos 60 após a era flower-power e de Woodstock. Os discos que jamais faltariam na coleção dos fãs são os primeiros homônimos (dois discos lançados em 1969 e o Led Zeppelin III de 1970), o Led Zeppelin IV (1971), além de Houses of The Holy (1973), o duplo Physical Grafitti (1975), a trilha sonora de The Song Remains The Same (1977) e o chamado “canto do cisne” In Though The Out Door (1979), lançado um ano antes da morte do baterista John Bonham, além do póstumo Coda (1982) e a compilação Motherload (2007), além do registro ao vivo da reunião de 2007, Celebration Day (2012). Preparem-se para uma história sobre a discografia dos gigantes do rock and roll, pois a nossa seção Discografia Indispensável terá como seu primeiro artista no post, a maior banda de rock and roll de todos os tempos: Led Zeppelin.

Led Zeppelin (Atlantic, 1969)
O início da banda é registrado provando que já estavam preparados para apresentarem o seu som sujo, pesado e com muita influência do blues, algumas ligações com psicodelia e rock progressivo, além do momento apoteótico de Jimmy Page: o solo de guitarra feito com o arco de violino em Dazed and Confused, que transformou o nome de Page como um dos maiores guitarristas da história. Os gritos vocais de Robert Plant deram um tom ao disco e eternizaria a banda com suas harmonias, além de ser um gaitista excelente, influenciando gente que vai de Ozzy Osbourne a Billy Corgan (Smashing Pumpkins). O disco foi gravado ao vivo, teve 36 horas de estúdio, durante um período de algumas semanas, para ser criado, incluindo a mixagem. A foto da capa é da explosão do dirigível Hindenburg em chamas, o título da banda e o logotipo da Atlantic foram escritos nos Estados Unidos em laranja e na Grã-Bretanha em azul, só alguns meses que tiveram que escolher o laranja como a cor principal.

Led Zeppelin II (Atlantic, 1969)
Depois de quatro turnês europeias e três nos Estados Unidos, o grupo conseguiu no meio destas turnês, conseguir gravar o segundo registro do disco, que imortalizaria clássicos como Ramble On, Whole Lotta Love, Thank You, The Lemon Song, Heartbreaker e a instrumental Moby Dick, puxada pelos solos de bateria de Bonzo, que imortalizaram seu nome entre os maiores bateristas da história. Foi lançado em meio ao sucesso do primeiro disco, além de ter sido o primeiro disco a superar os Beatles em recorde de vendas, que na época perderam o brilho após tentativas frustradas de reuniões desde o término das sessões Get Back/Let It Be. É também um dos prediletos de muitos fãs, apreciadores de rock e de críticos musicais que conhecem direito a obra da banda.

Led Zeppelin III (Atlantic, 1970)
É um disco que segue o mesmo ritmo dos dois primeiros discos, continua com base mais no folk também, a maioria das músicas do disco foram concebidas numa casa chamada Bron-Yr-Aur, em Gwynedd (País de Gales). O disco conta também, com presença de sintetizadores, executados pelo baixista/tecladista John Paul Jones, solos pesados e cheio de distorções, como sempre. Os temas que dão a cara deste disco são a blueseira (Since I’ve Been) Loving You, os instrumentais Tangerine, Bron-Yr-Aur Stomp e That’s The Way, mas os destaques mesmo ficam para Friends, Celebration Day, Out On The Tiles e a esbravejante Immigrant Song, tema clássico da banda indispensável nas listas de canções favoritas dos zeppelinianos. O disco seria lançado após uma grande turnê, foi um dos discos que bateu o último trabalho dos Beatles, Let It Be (lançado um ano depois dos registros gravados) e também a superar alguns artistas americanos naquela época. A capa foi uma criação de um antigo amigo dos Yadbirds chamado Zacron, um artista multimídia que fez uma colagem de imagens nas capas, algo meio psicodélico da época.

Led Zeppelin IV (Atlantic, 1971)
Um dos mais influentes discos de rock da banda, só poderia ter sido lançado com a chegda do movimento glam, a explosão do rock progressivo e as grandes apresentações em estádios, o ponto forte da banda Led Zeppelin que fortalecia sua popularidade além dos discos. Mal foi lançado o terceiro disco e a banda decidiu aproveitar esse período para se antecipar para fazer a cabeça da juventude. Os temas Black Dog, Rock and Roll são para glorificar de pé os zeppelinianos fiéis, assim como a imortalizante Stairway To Heaven e seu solo de guitarra eternizado na história, John Bonham gravou Four Sticks com quatro baquetas e foi uma difícil tarefa, porém bem-sucedida para “La Bête” (A Besta), apelido dado por franceses. O disco é conhecido pelo único dueto da banda, feito com Sandy Denny em The Battle of Everymore, baseado nos textos de J.R.R. Tolkien, que, assim como o disco, vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo todo, foi o disco que fez a banda ser conhecida no Brasil. O disco, por não ter nome, têm os nomes de cada integrante da banda representado por símbolos.

Houses of the Holy (Atlantic, 1973)
Lançado em mais uma turnê, só que desta vez mundial, o grupo trabalhava pesado e duro para que pudessem ter tempo para bolarem mais um disco, com grandes sucessos e uma sonoridade atraente, foi gravado muito nos estúdios de Londres, como sempre. O álbum teve mixagem no estúdio Electric Lady, os estúdios de Jimi Hendrix e do engenheiro de som Eddie Kramer, teve um impacto fortíssimo em tempo de inovações sonoras da banda. O disco conta com temas como The Song Remains The Same, Over The Hills and Far Away, The Crunge, No Quarter, The Ocean e a onipresente em karaokês e rodas de violão D’yer Mak’er, que já foi regravada até em axé (blergh!). O disco conta com uma capa criada por Hipgnosis, ou melhor, Storm Thorgerson (1944-2013), criador de várias capas de discos do Pink Floyd e inclusive dos Cranberries, do Muse e do Dream Theater.

Physical Grafittti (Swan Song, 1975)
Em maio de 1974, a banda decidiu formar um próprio selo após o fim do contrato com a Atlantic, que rescindira o contrato no início de janeiro e assim surgiu a Swan Song. O disco duplo da banda é lembrado pela sua capa com o prédio da 96 and 98 St. Market’s Place, com fotos variáveis em cada janela no encarte, pelas canções que trouxeram uma sensação de que a canção continua a mesma. A banda teve músicas gravadas de 1970 a 1972, algumas delas gravadas no período de Houses of the Holy (cujo nome do disco tem até faixa) e as oito músicas do disco, já gravadas em 1974. Os temas marcantes deste álbum são Kashmir, Black Contry Woman, Down by the Seaside, Ten Years Gone, The Rover e Houses of The Holy. É considerado um dos melhores álbuns duplos da história, junto de The Wall (Pink Floyd), Mellon Collie and the Infinite Sadness (Smashing Pumpkins) e também o álbum branco dos Beatles.

Presence (Swan Song, 1976)
É um disco que pouco se ouviu falar dele, para os que não conhecem muito o trabalho da banda, mas também foi um dos primeiros discos a ser gravado fora dos estúdios americanos e ingleses, foi em Munique, na Alemanha, que a banda conseguiu achar um jeito de trabalhar facilmente em seu próximo trabalho. A capa de Hipgnosis e os dez minutos de Achilles Last Stand conseguiram dar um tom ao que podemos dizer sobre o disco aqui, junto dos temas For Your Life, Nobody’s Fault But Mine, Candy Store Rock e Tea For One, apesar do disco ser ótimo em sonoridade, parece que não conseguiria seguir as novas tendências neste disco, com a chegada do movimento punk e o começo da queda do rock progressivo naquela época.



The Song Remains The Same – Soundtrack (Swan Song, 1976)
O disco mostra os registros de uma banda em palco, extraído do documentário feito com a banda naquela época, gravado em Nova York no Madison Square Garden em 3 dias: 27, 28 e 29 de julho de 1973. As versões ao vivo das músicas Rock And Roll, The Rain Song e de No Quarter são históricas, assim como os gritos de Plant, a forma de como John Bonham mostrou que sabe fazer um show nas baterias em Moby Dick, além dos 26 minutos viajantes de Dazed and Confused e o final apoteótico em Whole Lotta Love, provando que a canção ainda continua a mesma, embora não seja um dos melhores registros ao vivo de uma banda de rock pelo que muitos dizem.




In Through The Out Door (Swan Song, 1979)
A despedida em disco da banda foi um ano antes da morte de “Bonzo” Bonham, tudo bem, já sabemos muito sobre isto. O disco foi gravado após pausa devido à morte de Karac, filho de Robert Plant, e os trabalhos iniciaram-se nos últimos dois meses de 1978 (o filho de Plant faleceu em 1977) nos estúdios do ABBA, o Polar Studios em Estocolmo. Os temas são fortes, mantendo a velha chama zeppeliniana e sem fugir da velha forma de fazer música, provas? Ouça In The Evening, Fool in the Rain, All My Love, Carouselambra, Hot Dog, I’m Gonna Crawl e perceba que o Led conseguiu se despedir discograficamente com muito estilo. O disco foi apresentado em um festival britânico de Knebworth em setembro, com uma grande estrutura, e após isso, uma extensa turnê em 1980 que se extenderia por meses até uma pausa para os ensaios da próxima tour do disco, quando acontece a morte de John Bonham em outubro de 1980.


Coda (Swan Song, 1982)
O disco conta com raridades gravadas em estúdio pela banda, coisas que ficaram por muito tempo nos acervos de Page até que em 1981, meses depois da morte de John Bonham, ele decidiu trabalhar nesses registros e apresentar ao público. O disco até que não é o que se espera de ouvintes, incluindo uma versão ao vivo de I Can’t Quit You Baby, de Willie Dixon e uma prova de que as batidas de Bonham vivem em Bonzo’s Montreux, além de inéditas criações da banda, como We’re Gonna Groove, Walter’s Walk, Wearing and Tearing, Ozone’s Baby e Darlene. Algumas faixas seriam acrescentadas posteriormente em CD, a partir de 1993, como Baby Co (Sme On Home e Hey Hey What Can I Do para a alegria dos fãs que esperavam mais novidades raras da banda.

Mothership (Swan Song/Atlantic, 2007)
Algumas das compilações da banda como The BBC Sessions (1997), The Early Years (1999 e 2000) são as mais lembradas, mas Morhership é vista como uma das coletâneas indispensáveis recentemente, contando inclusive com um DVD de performances que estavam no Led Zeppelin DVD (2003), o mais vendido DVD da música. Dois CDs mostrando um pouco do que foi os doze anos de existência da banda, clássicos que atravessam épocas até hoje.









Celebration Day (Swan Song/Atlantic, 2012)
A banda fez um show no dia 10 de dezembro de 2007 na O2 Arena, em Londres para homenagear o executivo da Atlantic, Ahmet Ertegun, falecido naquele ano. A banda contaria com uma honorável presença “filho de peixe, peixinho é” de Jason Bonham, que coube a este cumprir com o papel de liderar as baquetas que, um dia, o pai já o fez perfeitamente nos anos áureos da banda. As performances de Rock and Roll, Dazed and Confused, Stairway To Heaven, Black Dog, Whole Lotta Love, Ramble On e Kashmir dentre outras. Demorou muito tempo para que este registro fosse lançado em disco e em DVD, até que em setembro de 2012 após meses de trabalho, a banda anunciou em seu Facebook que iria lançar em CD e DVD para alegria dos fãs e entusiastas do som zeppeliniano.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Led_Zeppelin
http://www.led-zeppelin.com
SCULATTI, Gene, Top 100 Álbuns de Sucesso dos Anos 60, Editora Escala, 2013
SCULATTI, Gene, Top 100 Álbuns de Sucesso dos Anos 70, Editora Escala, 2013
Revistas Bizz/ShowBizz
Revista Rolling Stone

GARRETT, Thomas ,A História Ilustrada do Led Zeppelin, Livros Escala, 2010

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