Um disco indispensável: Pure Heroine - Lorde, Universal Music, 2013

A jovem neozelandesa Ella Maria Lani Yellich-O'Connor, conhecida mundialmente como Lorde atraiu um público mais diferente da idade dela: ela nasceu em 7 de novembro de 1996 na cidade de Auckland, mas desde pequena é apreciadora de música e escreve poemas, seu apelido vêm de uma inspiração pela aristocracia e pela realeza, apesar de ter vindo de uma família de classe média: seu pai é engenheiro civil, mas o apelido para ela tem importância até: ela chegou a usar Duke (duque) mas descartou o apelido, porque era muito masculino demais e percebeu que "Lord" tinha tudo a ver com ela. Em uma entrevista, declarou que o nome Lorde (oriundo do inglês britânico lord, que quer dizer também "senhor") não tem nada de religioso, mas que é apenas um personagem que "pode ligar ou desligar quando está no palco". Sua família é oriunda de croatas e irlandeses, e sua aparência nas fotos pode mostrar um pouco a genética, ok, isso aí já é papo demais. Sua aparição num festival de talentos em sua escola aos 12 anos em 2009 e o pai de um amigo dela havia filmado a jovem Ella Maria cantando perfeitamente uma música de Duffy chamada "Warwick Avenue" e o vídeo chamou a atenção de um produtor executivo chamado Scott Maclachlan, que conseguiu um contrato com a Universal Music neozelandesa. Foi quando ela começou a se ver mais produtiva, compondo canções de 10 a 12 horas e também de 50 a 60 horas por semana, até ela lançar por internet em 2013 um simples EP chamado The Love Club, no qual havia uma música de destaque chamado Royals, e um verso que impressionou o público até então "Everybody’s like ‘Cristal, Maybach, diamonds on your timepiece’” (Todos só querem saber de champanhe Cristal, Maybach, diamantes no relógio) foi para abalar as estruturas do mundo da música e mostrar que uma jovem pode mostrar o que tá certo e o que está errado, já saiu disparando críticas sobre artistas do pop atual e do mundo da música. O EP só fez ela ser mais conhecida mundialmente via internet e, dois meses depois, o álbum saiu nas prateleiras das lojas de discos e "Royals" fez ela ultrapassar as paradas musicais, virtualmente e geograficamente, o que a fez sair do continente oceânico (ou Austrália) para o palco do Saturday Night Live, Ellen DeGeneres e em abril deste ano (2014) vem para o Brasil se apresentar no Lollapalooza em São Paulo. Sobre o disco: moça bonita, voz arrepiante. Lembrem-se de que se trata de uma artista que desbancou as então unaminidades do pop Katy, Miley, Demi Lovato, Rihanna e outras do topo recentemente para poder expor as suas palavras e sentimentos em certos tons mais melancólicos, simples e suaves; não é o que se vê raramente em algumas músicas onde ela fala claramente como se fosse uma pessoa que não se sente realizada com a vida cotidiana e se mostra uma jovem deprimida com nenhuma vontade de chegar ao topo de algo no mundo. Em Tennis Court, critica os jovens que viviam a criticando e pedia que estes fossem o palhaço da turma e Lorde seria a rainha da beleza em lágrimas, vendo aqui a música, tem um pouco de ressucitação dos sintetizadores pop dos anos oitenta, algumas coisas de new wawe com um possível Auto-Tune no meio; e em 400 Lux já é outro papo: um romance futuro seria o assunto da canção, onde ela pede para um amor passar um tempo com ele e é onde se vê um pouco de romantismo em suas canções e suavidade na voz; agora, o destaque do disco é Royals, onde ela diz que não se importa com as regalias e o mundo chique da realeza, da qual ela não quer fazer parte, destacamos aqui a canção sem algum efeito, sintetizador, apenas a bateria, as palmas ou estalos de dedos e os coros, além de alguns efeitos de sintetizadores no meio de algum verso... mas aí já se fala de outra coisa. Ribs começa com aquele coro imitando monges medievais de igreja, uma batida techno-pop pra cima como se fosse uma canção dançante e proclamando que "isso não vai ser o suficiente"; em Buzzcut Season já dá pra ver que já tem aqueles ares melancólicos de sempre: coro no refrão, batida mais melódica sem mimimi e mais desabafos da vida da jovem Ella Maria Yelich-O'Connor provando que não tem papas na língua; em Team o som já é um pouco mais apelativo com uma introdução auto-tunada e alguns efeitos no início "The call out send, the call out send" (Fará a convocação) e avisa sobre o time que ela quer formar (Dançando em torno das mentiras que contamos/Dançando em torno de grandes olhos também/Mesmo os letárgicos, eles não dançam) e pede um aviso que as mulheres ainda não perderam todos os encantos em uma forma mais sutil e simples. Em Glory and Gore, ela tenta ver por um lado mais feminista de que "homens" bebiam como se o mundo estivessem acabando, sendo mais realista e falando de como o mundo masculino têm mudado com a glória e o sangue andando lado a lado, e já em termos de música, já é parecido com uma balada pop das divas atuais como Britney Spears, Kelly Clarkson (a especialista em baladas "choronas" como "Because of You), Avril Lavigne, Katy Perry e outras. Still Sane, já é mais algo quase autobiográfico, como se ela tivesse falando que era o aniversário dela e que tudo estava mudando e que ela ainda gostava de hotéis e falando a um amigo que ainda estão sãos, já vendo que é um tiro certeiro no disco por ser a música quase sem batidas com mais teclados e sintetizadores. Em White Teeth Teens, ela tem a mesma linha poética: crítica e sentimental com um pouco de romance e melancolia e com batidas de uma banda daquelas marciais ou rítmicas no refrão e cantando quase em um tom pra cima e ela fala que os adolescentes de dentes brancos estão por fora e que estes estão prontos, a pergunta é para quê? O encerramento com A World Alone já é quase incomparável com Still Sane: só que as batidas vão aparecendo aos poucos a cada momento da música e versos críticos sobre falsas amizades, críticas e coisas da vida são o forte da música (Talvez a internet nos criou, ou talvez, as pessoas são idiotas.) e dizendo que as pessoas estão falando, mas falando coisas que nada se interessa a Lorde e a um disco grandioso de 2013, e até a mãe da própria Lorde declarou que "minha filha é uma escritora melhor que jamais serei", sendo destaque, recentemente, nos Brit Awards e em especial no Grammy 2014 onde ela ganhou os prêmios de Canção do Ano e de Melhor Apresentação Pop Solo. É, o ano de 2014 pode ser que as grandes divas do pop entrem em greve depois do grande estouro mundial da jovem Lorde.
Set do disco:
1) Tennis Court (Lorde/Joel Little)
2) 400 Lux (Lorde/Joel Little)
3) Royals (Lorde/Joel Little)
4) Ribs (Lorde/Joel Little)
5) Buzzcut Season (Lorde/Joel Little)
6) Team (Lorde/Joel Little)
7) Glory and Gore (Lorde/Joel Little)
8) Still Sane (Lorde/Joel Little)
9) White Teeth Teens (Lorde/Joel Little)
10) A World Alone (Lorde/Joel Little)











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