Um disco indispensável: Lonerism - Tame Impala (Modular Recordings, 2012)

A cena indie/alternativa têm ganhado muita potência de uns dez anos pra cá e não só por bandas que nós já conhecemos como The Strokes, Arctic Monkeys, Weezer, Radiohead, Oasis, Kaiser Chiefs e dentre outras, mas também por grupos novos como The 1975, Foals, Warpaint, MGMT, Foster The People e o Tame Impala, de quem estaremos falando por aqui no blog. Grupo de rock alternativo surgido em 2007 em Perth, na Austrália e que fazem um som psicodélico, contando com Kevin Parker como o líder e vocalista principal, mais Jay Watson nos teclados, bateria e guitarra, Dominic Simper nas guitarras, baixo e sintetizadores, mais Cam Avery no baixo e Julien Barbagallo na bateria e hoje conquistam fãs e apreciadores de música pelo mundo todo com seus sons que carregam influências do rock psicodélico, dream pop e até de rock experimental, algo que nos lembre como se ainda estivéssimos ainda nos anos 60, porém vindo da Austrália, lar de outras bandas como Men At Work, AC/DC, Jet dentre outros expoentes do pop rock da terra dos cangurus. Em 2010, após o lançamento de seu primeiro álbum, intitulado Innerspeaker, o grupo cai na estrada mundialmente e Parker acaba conhecendo em Paris uma jovem chamada Melody Prochet e dali viria uma parceria que iria além da música e seria convidada para participar das gravações do próximo disco do grupo, que viria a ser um dos melhores discos feito nessa primeira metade da década de 2010, Lonerism, lançado em 5 de outubro de 2012 e com nota 9/10 pela Pitchfork Media e ainda com 4 estrelas pelas revistas Mojo, Q e a Rolling Stone e 5 pelo jornal The Guardian, além de 4,5 estrelas pelo site AllMusic e já recebeu premiações como o de Álbum do Ano pela revista Rolling Stone dentre outras premiações semelhantes, inclusive por revistas/sites/blogs de música no país deles.
O disco é uma viagem sonora completa, como se pode entender o disco, cheio de temas alucinantes, arranjos simples e únicos, porém impressionantes e com os instrumentos quase todos tocados por Parker e com Jay Watson nos pianos em duas das doze faixas do disco, além de letras criativas e um pouco de poesia nesse som psicodélico até. A faixa Be Above It lembra um pouco synthpop, com levadas bem viajantes e com pura lisergia na letra e nos arranjos; enquanto em Endors Toi, cheio de atmosferas sonoras e com fortes acordes com um minuto e meio de introdução; logo em  Apocalypse Dreams, uma das melhores canções do álbum, apresenta uma linha bem pop, mas nada que soe tão pop comercial demais e onde Kevin Parker se mostra um letrista genial; o mesmo caso de Mind Mischief, cheio de vocais que lembram John Lennon, um solo massacrante de guitarra e um baixo que soa funky demais; a viagem sonora ainda segue em Music to Walk Home By, que mostra ser um tema riquíssimo de letra e música; já na sequência, tem Why Won't They Talk To Me?, mais outra das melhores letras do disco e com uma acordes alucinantes de guitarras; mas o melhor momento do disco mesmo fica para Feels Like We Only Go Backwards, uma das melhores peças deste quebra-cabeça formando um dos melhores temas já feitos nessa primeira metade da década de 2010 e que acabou agradando a muita gente; já em Keep On Lying, uma faixa com todo aquele pop psicodélico viajante e com versos impressionantes "The curse has won again, soon I'll be alone/Take all you can, but please understand, it never really was love" (A maldição venceu, logo estarei sozinho/Leve tudo o que puder, mas por favor, entenda que isso nunca foi um amor de verdade) e isso é o que mostra o verdadeiro gênio que é Parker; já em Elephant, com uma pegada bem hard-rocker e o rompimento disto tudo é só quando um solo no dintetizador arrrasa com tudo de vez; logo em She Just Won't Believe in Me é quando tudo poderia acabar de vez, enquanto ele repete o título da faixa e uma sequência de sons numa faixa com menos de um minuto; mesmo que o título seja longo, a faixa Nothing That Has Hapened So Far Has Been Anything We Could Control, tem ainda um pouco do que se fazia no primeiro disco e com Melody Prochet dando sua voz no meio de alguns versos; em Sun's Coming Up, o fim já soa calmo pelos acordes de piano e mostrando que o sol está vindo, também algo como se a viagem tivesse encerrado.
Set do disco:
1 - Be Above It (Kevin Parker)
2 - Enders Toi (Kevin Parker)
3 - Apocalypse Dreams (Kevin Parker/Jay Watson)
4 - Mind Mischief (Kevin Parker)
5 - Music to Walk Home By (Kevin Parker)
6 - Why Won't They Talk To Me? (Kevin Parker)
7 - Feels Like We Only Go Backwards (Kevin Parker)
8 - Keep On Lying (Kevin Parker)
9 - Elephant (Kevin Parker/Jay Watson)
10 - She Just Won't Believe in Me (Kevin Parker)
11 -Nothing That Has Hapened So Far Has Been Anything We Could Control (Kevin Parker)
12 - Sun's Coming Up (Kevin Parker)



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