Um disco indispensável: Chega de Saudade - João Gilberto (Odeon, 1959)
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1959, Rio de Janeiro: o momento exato da bossa nova. João Gilberto (ao violão), Antonio Carlos Jobim (com as mãos juntas), alguns amigos e Vinicius de Moraes (atrás, de óculos) |
João é convencido por Tom a também mostrar sua voz em registros, embora já havia lançado compactos entre 1952 e 1953 com Russo do Pandeiro. Logo, Tom e João iniciariam os trabalhos durante 1958 e comecinho de 1959 com Milton Banana na percussão e o maestro Jobim nos arranjos e direção musical, além de ter tocado piano e produzido pelo Aloysio de Oliveira nos estúdios da Odeon, no Rio. O disco além das canções de Jobim e Vinicius, como a imortalizante e eterna Chega de Saudade, hino da bossa nova e daqueles novos tempos na música brasileira e Brigas Nunca Mais, também teve Newton Mendonça colaborando com o Maestro em Desafinado, clássica e indispensável nos show de João Gilberto. Além do conhecido sucesso do samba É Luxo Só de Ary Barroso, que João trouxe de volta para o público e que já tinha sido sucesso por Elizeth Cardoso e do mesmo Ary foi regravado Morena Boca de Ouro, o ídolo Dorival Caymmi é reverenciado com uma regravação de Rosa Morena e do clássico Aos Pés da Cruz que já conhecida anos antes na voz de Orlando Silva, Carlos Lyra compõe individualmente Maria Ninguém e com Ronaldo Bôscoli trouxe Lobo Bobo e a bela Saudade Fez Um Samba, canções que mostram um pouco do talento e da forma “bossa nova” de retratar o samba pela dupla Lyra-Bôscoli. João também traz seu lado compositor, como em Bim-Bom, com levada de samba de breque,e a suavizante Hô-Bá-La-Lá, ambas regravadas mais tarde em um medley por Caetano Veloso, um de seus maiores devotos e fãs, no ao vivo Totalmente Demais (1986).
O disco tem tudo o que precisava para ser ouvido naqueles anos, uma verdadeira peça-chave que faltava para uma nova fase da MPB e que mudaria também o rumo de fazer música a partir deste disco, causando uma enorme repercussão que acabaria trazendo inovações naquela época, deixando assim a Música Popular Brasileira ganhar ares novos graças à batida do violão e a suave voz do baiano de Juazeiro que conseguiu aparecer no momento exato em que a MPB precisasse de caras novas que conseguissem trazer coisas diferentes do que eram feitas até então.
O disco tem tudo o que precisava para ser ouvido naqueles anos, uma verdadeira peça-chave que faltava para uma nova fase da MPB e que mudaria também o rumo de fazer música a partir deste disco, causando uma enorme repercussão que acabaria trazendo inovações naquela época, deixando assim a Música Popular Brasileira ganhar ares novos graças à batida do violão e a suave voz do baiano de Juazeiro que conseguiu aparecer no momento exato em que a MPB precisasse de caras novas que conseguissem trazer coisas diferentes do que eram feitas até então.
Set do disco:
1 - Chega de Saudade (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
2 - Lobo Bobo (Ronaldo Bôscoli/Carlos Lyra)
3 - Brigas Nunca Mais (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
4 - Hô-Bá-La-Lá (João Gilberto)
5 - Saudade Fez Um Samba (Ronaldo Bôscoli/Carlos Lyra)
6 - Maria Ninguém (Carlos Lyra)
7 - Desafinado (Antonio Carlos Jobim/Newton Mendonça)
8 - Rosa Morena (Dorival Caymmi)
9 - Morena Boca de Ouro (Ary Barroso)
10 - Bim-Bom (João Gilberto)
11 - Aos Pés da Cruz (Marino Pinto/Zé da Zilda)
12 - É Luxo Só (Ary Barroso/Luiz Peixoto)
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