Um disco indispensável: The Next Day - David Bowie, ISO/Columbia/Sony Music, 2013.

Em menos de dez anos, o Camaleão reaparece do anonimato em forma de disco e desta vez, conseguiu mostrar que estava vivo e cantando como antigamente. Bowie desapareceu do circuito musical desde 2006, após fazer uma cirugia cardíaca dois anos antes o que fez diminuir o ritmo criativo para que pudesse aproveitar o resto do tempo ao lado de sua esposa Iman depois de quarenta anos dependendo da música, trabalhando e cantando por cada lugar que passasse. Mas, volta e meia, reaparecia do "anonimato" como convidado em certas ocasiões, como no álbum de Scarlett Johanson, ou sendo revisto nos 40 anos da chegada do homem à Lua com seu eterno clássico "Space Oddity" dividido em várias versões e até como ele próprio no filme "Bandslam: High School Band" como um simples artista dono de um selo independente e dublando no filme "Arthur e os Minimoys", três anos antes. Pois é, Bowie encontrou um pouco de sossego. Só faltava os boatos de que "o grande Bowie entrou em estúdio, será que ele fará algum material e depois desmentir que iria deixar a música?" porque nunca se sabe se o Camaleão estava mesmo fazendo alquimia para um disco de inéditas.
Bowie disponibilizou no dia do seu aniversário, um videoclipe de uma música então inédita para os ouvidos de fãs e críticos: Where Are We Now? que ganhou repercussão na internet em poucos dias, e bateu recorde nos meses de janeiro e fevereiro com o clipe mais executado. Semanas depois, é anunciado o lancamento de seu novo disco, intitulado The Next Day, e que acabaria mais tarde sendo o disco mais vendido do ano na Inglaterra.
Vamos aos destaques do disco, começando com a faixa-título: uma levada de folk pop, uma guitarra bem simples e uma sonoridade que nos remete tanto à fase da chamada trilogia de Berlim quanto nos tempos de Let's Dance e anunciando "Eu estou vivo, eu ainda não morri" se mostrando um verdadeiro highlander. Já a faixa "Dirty Boys" é daquelas que você ouve, assim como o resto do disco e fica se perguntando porque Bowie ainda é o cara. "The Stars (Are Out Tonight)" que apareceu em uma novela da Globo, mostra um Bowie mais poético anunciando "As estrelas nunca dormem/As mortas e as vivas" podem soar como se Bowie assumisse que andava meio criativo sem que soubessem por aí e a faixa "Where Are We Now?" já falamos antes. O disco, para mim, é uma obra-prima que deve ser ouvida sempre, porque não só por ser do David Bowie, mas porque conseguiu agradar a todos os fãs da boa música e que foi, para muitos, o melhor álbum de 2013. Com a produção de um velho conhecido, Tony Visconti e um carimbo no seu rosto na capa de Heroes, um dos melhores álbuns feitos na época de Berlin.

Set do disco:
1 - The Next Day (David Bowie)
2 - Dirty Boys (David Bowie)
3 - The Stars (Are Out Tonight) (David Bowie)
4 - Love is Lost (David Bowie)
5 - Where Are We Now? (David Bowie)
6 - Valentine's Day (David Bowie)
7 - If You Can See Me (David Bowie)
8 - I'd Rather Be High (David Bowie)
9 - Boss of Me (David Bowie/Gerry Leonard)
10 - Dancing Out in Space (David Bowie)
11 - How Does the Grass Grow? (David Bowie/Jerry Lordan)
12 - (You Will) Set the World on Fire (David Bowie)
13 - You Feel So Lonely You Could Die (David Bowie)
14 - Heat (David Bowie)



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